05/8 – Dia Nacional da Farmácia


 

Um dos grandes desafios da humanidade sempre foi controlar, reduzir os efeitos ou eliminar o sofrimento causado pelas enfermidades. A história da Farmácia se confunde com a da própria humanidade, já que a busca de remédios para combater as doenças é constante.

A ciência da Farmácia tem como objetivo o desenvolvimento e a produção de medicamentos, utilizando como matéria prima plantas, animais e minerais.

Na antiguidade, não havia distinção entre médico e farmacêutico, cabendo a um mesmo profissional diagnosticar doenças e preparar os medicamentos necessários. Essa separação só foi oficializada por volta do século XII.

Principais marcos:

– Papiro de Ebers (1550 a.C.): Documento egípcio que faz referência a mais de 7.000 substâncias medicinais incluídas em mais de 800 fórmulas.

– Hipócrates (460-370 a.C.): Médico grego, considerado o “Pai da Medicina”. Foi responsável por uma das primeiras explicações racionais para a relação entre saúde e doença (teoria dos quatro humores corpóreos que equilibravam a saúde).

– Galeno (129-200): Viveu em Roma, é considerado o “Pai da Farmácia” e precursor da alopatia. Desenvolveu misturas de ervas que combatiam as doenças por meio de substâncias ou compostos que se opunham diretamente aos sinais e sintomas. Atualmente, o termo Farmácia Galênica é utilizado como sinônimo de Manipulação Farmacêutica.

– Avicena, no século X: Médico árabe que escreveu o Cânone da Medicina, uma enciclopédia médica que resumia o conhecimento médico da época e descrevia a meningite, o tétano e muitas doenças. A obra influenciou a Educação por mais de 600 anos na Europa.

– 1162: Separação entre a profissão farmacêutica e médica. O primeiro caso teria ocorrido em Arles – França, por meio de imposição legal.

– 1240: Assinado o tratado mais famoso (Édito de Melfi) que proíbe a associação entre as profissões médica e farmacêutica.

No Brasil, em 1549, chegou o primeiro boticário do país, Diogo de Castro.

Com a vinda da família real, em 1808, houve inúmeras mudanças de caráter político, econômico, social, cultural e educacional no Brasil colônia. Em 18 de fevereiro de 1808, D. João VI instituiu os estudos médicos no Hospital Militar da Bahia, com ensino de anatomia, cirurgia e dos princípios elementares da matéria médica e farmacêutica.

O Decreto nº 20377/1931 aprovou a regulamentação do exercício da profissão farmacêutica no Brasil e, em 1960, foi criado o Conselho Federal de Farmácia e os Conselhos Regionais.

No século XX, com o advento da indústria farmacêutica nos anos de 1930, ocorreu o paulatino desaparecimento das farmácias de manipulação. Posteriormente, na década de 1960, houve a descoberta de novos fármacos que revolucionaram o tratamento de doenças graves/fatais: antibióticos, vacina oral contra a poliomielite, medicamentos para doenças cardíacas, antipsicóticos e medicamentos contra a tuberculose.

O aparecimento de milhares de casos de malformação congênita, conhecido como o Desastre da Talidomida, fez ampliar a atenção à segurança dos medicamentos, marcando o início da Farmacovigilância. Em 1960, foi criado o Conselho Federal de Farmácia e os Conselhos Regionais.

Entre Farmácia e Drogaria existem diferenças. A primeira é responsável por manipular e formular medicamentos e para isso, em seu estabelecimento, é necessário ter um laboratório para tal função, mas ela também pode vender os medicamentos. A Drogaria é o local onde somente se comercializam medicamentos, em embalagens originais, já preparados, manipulados, então nela não há a necessidade de se ter um laboratório.

De acordo com Resolução do Conselho Federal de Farmácia (CFF) nº 572/2013, as especialidades farmacêuticas são agrupadas em 10 linhas de atuação: alimentos; análises clínico-laboratoriais; educação; farmácia; farmácia hospitalar e clínica; farmácia industrial; gestão; práticas integrativas e complementares; saúde pública e toxicologia.

Como uma ação de saúde pública e parte integrante do sistema de saúde, a Assistência Farmacêutica é determinante para a resolubilidade da atenção e dos serviços em saúde e envolve a alocação de grandes volumes de recursos públicos.

No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), é fundamental que as Unidades de Saúde disponham de farmácias com infraestrutura física, recursos humanos e materiais que permitam a integração dos serviços e o desenvolvimento das ações de Assistência Farmacêutica de forma integral e eficiente, permitindo a garantia da qualidade dos medicamentos, o atendimento humanizado e a efetiva implementação de ações capazes de promover a melhoria das condições de assistência à saúde.


Fontes
:

Conselho Regional de Farmácia de São Paulo
Ministério da Saúde
Universidade Federal de Alfenas