A malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários do tipo Plasmodium, transmitidos pela fêmea infectada do mosquito Anopheles, também conhecido como “mosquito prego”. Existem mais de cem tipos de plasmódio, mas, dentre os que infectam o homem, quatro são os mais importantes: Plasmodium vivax, Plasmodium falciparum, Plasmodium malariae e Plasmodium ovale.
Nas áreas de transmissão natural de malária (pela picada do mosquito) estão classificados 88 países – a grande maioria localizada na faixa tropical do planeta. Entre eles estão a maioria dos países africanos localizados abaixo do Deserto do Saara, os países da América Central e Caribe, do centro, do sul e do sudeste da Ásia, do Oriente Médio e do Extremo Oriente (China), Papua Nova Guiné, Ilhas Salomão e Vanuatu, além do Paraguai e de todos os países amazônicos da América do Sul (Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa). No Brasil, 98 por cento dos casos de malária ocorrem na região da Amazônia – Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima -, além das regiões a oeste do Maranhão, noroeste do Tocantins e ao norte do Mato Grosso.
Transmissão:
A transmissão da malária pode ocorrer pela picada do mosquito, por transfusão de sangue contaminado, através da placenta (congênita) para o feto ou por meio de seringas infectadas. Após a picada do mosquito contaminado, os parasitas chegam rapidamente ao fígado, onde se multiplicam de forma intensa e veloz. Em seguida, já na corrente sangüínea, invadem os glóbulos vermelhos do sangue e, em constante multiplicação, começam a destruí-los. A partir desse momento, aparecem os primeiros sintomas da doença.
Sintomas:
A principal manifestação clínica da malária em sua fase inicial é a febre, associada ou não a calafrios, tremores, suores intensos, dor de cabeça e dores no corpo. A febre corresponde ao momento em que as hemácias (glóbulos vermelhos) estão se rompendo. A pessoa que contrai a doença pode ter também, dentre outros sintomas, vômitos, diarréia, dor abdominal, falta de apetite, tonteira e sensação de cansaço. Dependendo do tipo de malária, esses sintomas se repetem a cada dois ou três dias.
A malária grave caracteriza-se por um ou mais desses sinais e sintomas:
– prostração;
– alteração da consciência;
– dispnéia (dificuldade de respirar) ou hiperventilação (excesso de oxigênio nos pulmões);
– convulsões;
– hipotensão arterial (pressão baixa) ou choque (baixo fornecimento de oxigênio para os órgãos);
– hemorragias.
Tratamento:
A malária é uma doença curável, mas pode evoluir para formas graves em poucos dias, caso não seja diagnosticada e tratada rapidamente. Deve ser considerada uma emergência médica, principalmente quando causada pelo Plasmodium falciparum.
O diagnóstico e o tratamento tardios podem resultar no agravamento da doença, com quadros de anemia grave, insuficiência renal e hepática, coma, dentre outras complicações clínicas, podendo comprometer praticamente todos os órgãos e sistemas do corpo. Crianças, mulheres grávidas, pessoas idosas ou debilitadas por outras doenças são mais vulneráveis, entretanto, qualquer pessoa que esteja se infectando pela primeira vez pode desenvolver quadros de malária grave.
O Ministério da Saúde orienta o tratamento e disponibiliza os medicamentos para tratar a malária nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS), em todo o território nacional.
Prevenção:
As medidas de proteção individual são as formas mais efetivas de prevenção, considerando-se que ainda não existe uma vacina disponível contra a malária. Essas medidas têm como objetivo principal impedir ou reduzir a possibilidade de contato do homem com o mosquito transmissor:
– não freqüentar locais próximos a criadouros naturais de mosquitos, como beira de rios ou áreas alagadas, no final da tarde até o amanhecer, pois nesses horários há um maior número de mosquitos transmissores de malária circulando;
– diminuir ao mínimo possível a extensão das áreas descobertas do corpo, utilizando calças e camisas de mangas compridas;
– as partes descobertas do corpo devem estar sempre protegidas por repelentes, que também devem ser aplicados sobre as roupas;
– utilizar cortinados e mosquiteiros impregnados com inseticidas, sobre a cama ou a rede, telas em portas e janelas e inseticida no ambiente onde se dorme.
Em situações específicas, médicos especializados no aconselhamento a viajantes podem prescrever a quimioprofilaxia da malária – uso de medicamentos antimaláricos para uma malária que ainda não se contraiu e que não sabemos se vamos contrair -, impedindo a multiplicação do parasita no sangue. Porém, a quimioprofilaxia não evita a infecção malárica e deve ser feita estritamente dentro das orientações médicas recebidas.
Fontes:
Ministério da Saúde. Guia prático de tratamento da malária no Brasil