11/10 – Dia Nacional de Prevenção da Obesidade


 

O Dia Nacional de Prevenção da Obesidade é uma data comemorativa instituída pela Lei nº 11.721/2008, com o intuito de alertar sobre o impacto da obesidade na vida das pessoas, nos sistemas de saúde e na economia, ampliando o acesso à informação sobre a doença e seus mecanismos de proteção.

A obesidade é um dos maiores problemas de saúde pública mundiais. A Organização Mundial da Saúde (OMS), estima que, em 2025, cerca de 700 milhões de adultos no globo serão obesos e 2,3 milhões terão sobrepeso.

Dados levantados pelo estudo “A Epidemia de Obesidade e as DCNT – Causas, custos e sobrecarga no SUS, realizado por equipe formada por 17 pesquisadores de diversas universidades do Brasil e uma do Chile, mostram um cenário preocupante: dentro de oito anos a prevalência de excesso de peso entre brasileiros pode chegar a 68%, ou seja, sete em cada 10 pessoas, e a de obesidade a 26%, ou uma a cada quatro.

O estudo mostra que no Brasil a prevalência do excesso de peso aumentou de 42,6% em 2006 para 55,4% em 2019. Já a obesidade saltou de 11,8% para 20,3% no mesmo período.

Ainda, de acordo com dados obtidos pela pesquisa, até 2030, três em cada dez adultos viverão com obesidade no Brasil.

A epidemia de obesidade reforça a importância da prevenção primária para a redução da trajetória preocupante da enfermidade em nosso país. Além disso, os resultados mostram que o problema afeta grupos mais desfavorecidos socioeconomicamente, que tendem a ter menos acesso à saúde e piores indicadores de saúde. Portanto, políticas públicas direcionadas à prevenção da obesidade e à redução das desigualdades sociais podem diminuir a carga de doenças para as gerações futuras, mudar a tendência prevista e proteger indivíduos vulneráveis.

É imperativo que as políticas públicas de saúde e as intervenções sejam baseadas em evidências científicas que propiciem ambientes saudáveis e adequados à prática de atividade física e, principalmente, à segurança alimentar e nutricional da população.

Por exemplo, evitar o consumo de alimentos e bebidas ultraprocessados está entre as principais mensagens do Guia Alimentar para a População Brasileira. No entanto, paradoxalmente, incentivos fiscais à produção de refrigerantes continuam sendo oferecidos em nosso país (Decreto nº 10.254/2020). Esses benefícios fiscais têm como consequência a redução do preço de refrigerantes e bebidas açucaradas, às custas de menor arrecadação fiscal, estimulando o consumo dessas bebidas fortemente associadas à obesidade.

A alimentação adequada e saudável é um direito humano básico que envolve a garantia ao acesso permanente e regular, de forma socialmente justa, a uma prática alimentar adequada aos aspectos biológicos e sociais do indivíduo e que deve estar em acordo com as necessidades alimentares especiais; ser referenciada pela cultura alimentar e pelas dimensões de gênero, raça e etnia; acessível do ponto de vista físico e financeiro; harmônica em quantidade e qualidade, atendendo aos princípios da variedade, equilíbrio, moderação e prazer; e baseada em práticas produtivas adequadas e sustentáveis.

 

A obesidade é caracterizada pelo excesso de peso proveniente do acúmulo de gordura corporal, representada por um índice de massa corporal ou IMC igual ou acima de 30.

Trata-se de uma doença crônica e multifatorial que pode levar a outras condições denominadas comorbidades, pois, com o excesso de gordura corporal instala-se no organismo um processo inflamatório constante.

Diversos fatores podem ser enumerados como coadjuvantes na condição de obesidade, são eles: fatores genéticos, psicológicos, sociais, metabólicos – e, assim como o excesso de peso e/ou somado a ele, o aumento do risco para desenvolver outras doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, hipertensão arterial, dislipidemia, doenças cardíacas, apneia do sono, esteatose hepática, alterações osteomusculares – patologias que acabam reduzindo o tempo e também a qualidade de vida do indivíduo.

Má alimentação, sedentarismo, fatores endócrinos e genéticos contribuem para a obesidade e o excesso de peso.

O tratamento deve basear-se em etapas, como mudança de hábitos, reeducação alimentar e a prática regular de exercícios físicos. O ideal é um acompanhamento multidisciplinar, em que além do médico, o paciente tenha acesso a nutricionista, educador físico e psicólogo. Sem o acompanhamento  especializado, além de a chance de o resultado não ser o esperado, corre-se o risco de piorar alguma doença pré-existente, às vezes até desconhecida para o paciente. Nem todas as medicações servem para todos os pacientes que buscam perda de peso, por isso é essencial passar por uma avaliação clínica para identificar qual o tratamento mais indicado para cada caso.

 

Fontes:

Associação Brasileira de Nutrição (ASBRAN)
Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso)
Hospital de Clínicas de Passo Fundo (RS)
Rede para Enfrentamento da Obesidade e Doenças Crônicas em Minas Gerais (RENOB-MG)/Universidade Federal de Viçosa
Telessaúde Sergipe
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)