A pneumonia é a maior causa infecciosa de morte. Mata mais crianças do que qualquer outra doença transmissível, ceifando a vida de mais de 700.000 menores de cinco anos a cada ano, ou cerca de 2.000 por dia. Isso inclui aproximadamente 190.000 recém-nascidos. Quase todas essas mortes são evitáveis.
Com o objetivo de aumentar a conscientização sobre a importância da luta para reduzir os óbitos provocados pelo maior assassino infeccioso de adultos e crianças, a Stop Pneumonia Initiative estabeleceu, em 2009, o Dia Mundial da Pneumonia, a ser lembrado anualmente em 12 de novembro.
A campanha de 2024 pretende destacar a importância das parcerias de diversas organizações que, ao trabalharem juntas, têm o poder de aumentar a cobertura das intervenções que mais salvam vidas, acelerando o declínio atual da mortalidade e protegendo contra o risco de pandemia, tendo em vista que os patógenos causadores de pneumonia também são a causa mais provável da próxima pandemia, de acordo com as últimas estimativas do Disease Control Priorities.
Essas ações são especialmente importantes para as crianças menores de cinco anos, pois o mundo está muito perto de atingir a Meta Global de Pneumonia que prevê a redução para três mortes infantis por essa causa para cada 1.000 bebês nascidos. Para atingir esse objetivo até 2025, os óbitos infantis por pneumonia precisam cair para 397.000 por ano – um propósito com grande potencial de ser atingido.
Além disso, o sucesso na redução de mortes por pneumonia infantil ajudará os países a atingirem o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável mais amplo para a sobrevivência infantil (ODS 3.2), até o ano de 2030.
Atualmente, 64 países não estão no caminho certo para atingir a meta neonatal (12 mortes de recém-nascidos para cada 1.000 bebês nascidos) e 52 países estão fora do caminho certo para atingir a meta pós-neonatal (13 mortes entre crianças de 1 a 59 meses para cada 1.000 crianças de 28 dias). Como a pneumonia é uma das principais causas de morte de crianças nos períodos neonatal e pós-neonatal, a redução desses óbitos terá um grande impacto na meta global.
No Brasil, esse índice pode chegar a 11% das mortes em crianças com idade inferior a um ano e 13% na faixa etária de um a quatro anos.
A pneumonia é uma infecção que ocorre nos pulmões e que pode ser causada por bactérias, vírus ou fungos, sendo que o Streptococcus pneumoniae, ou pneumococo, é o responsável por 60% dos casos.
A intensidade da doença varia de leve a muito grave, dependendo da causa e das condições de cada indivíduo. Crianças que vivem em áreas com taxas de vacinação em declínio, desnutrição crescente devido à escassez de alimentos e em casas que usam combustíveis poluentes para cozinhar e aquecer, são particularmente vulneráveis, bem como os idosos expostos à poluição do ar e ao tabagismo.
Quase metade das mortes por pneumonia entre adultos com mais de 50 anos são atribuíveis a esses fatores.
A maioria das populações perigosamente expostas à pneumonia vive em um grupo de países de baixa e média renda na África, Ásia e América Latina. Os esforços para mobilizar as comunidades para educar e capacitar as famílias e fortalecer os sistemas de saúde para prevenir, diagnosticar e tratar a pneumonia são os fatores primordiais para o controle dessa doença que pode ser prevenida e tratada.
Sintomas:
As principais manifestações clínicas da pneumonia são tosse com produção de expectoração; dor torácica que piora com os movimentos respiratórios; mal-estar geral; falta de ar e febre.
Transmissão:
A pneumonia pode ser adquirida pelo ar, saliva, secreções, transfusão de sangue ou, na época do inverno, devido a mudanças bruscas de temperatura. Essas mudanças comprometem o funcionamento dos pelos do nariz, responsáveis pela filtragem do ar aspirado, o que acarreta uma maior exposição aos micro-organismos causadores da doença.
Diagnóstico e tratamento:
Exame clínico, auscultação dos pulmões e radiografias de tórax são recursos essenciais para o diagnóstico da doença.
O tratamento depende do micro-organismo causador. Nas pneumonias bacterianas, devem-se usar antibióticos. Na maior parte das vezes, quando a pneumonia é causada por vírus, o tratamento inclui apenas medicamentos para aliviar os sintomas, como febre e dor, podendo ser necessários medicamentos antivirais, nas formas graves da doença. Nas pneumonias causadas por fungos, utilizam-se medicamentos específicos.
É muito importante saber que, quando não tratada corretamente, a pneumonia pode evoluir para um quadro mais grave e fatal.
Fatores de risco:
– Fumo: provoca reação inflamatória que facilita a penetração de agentes infecciosos;
– Álcool: interfere no sistema imunológico e na capacidade de defesa do aparelho respiratório;
– Ar-condicionado: deixa o ar muito seco, facilitando a infecção por vírus e bactérias;
– Resfriados malcuidados;
– Mudanças bruscas de temperatura.
Prevenção:
As principais formas de prevenir a doença são recomendações simples: lavar as mãos frequentemente, não fumar, não usar bebidas alcoólicas, evitar aglomerações e se vacinar. Além da vacina da gripe há, ainda, a vacina anti-pneumocócica que previne as pneumonias causadas por ‘pneumococo’.
Em caso de contágio, a imunização diminui a intensidade dos sintomas, além de evitar as formas graves da doença e a mortalidade para esse tipo específico de pneumonia.
Algumas populações prioritárias para receber a vacina são: adultos com idade igual ou superior a 60 anos, portadores de doenças crônicas, indivíduos com deficiências no sistema imunológico, gestantes, residentes em lares de idosos, profissionais da saúde, cuidadores de crianças, indígenas, população carcerária, tabagistas e pessoas com asma.
Fontes:
Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF)
Hospital Infantil Sabará (SP)
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT)
Stop Pneumonia Initiative