Mais uma vez, associações e sociedades relacionadas à doença celíaca em todo o mundo estão se unindo para comemorar a data com o slogan “Ilumine a Doença Celíaca”.
Neste 16 de maio de 2022, pontos de referência mundiais terão iluminação azul como forma de apoiar a campanha organizada pela Celiac Disease Foundation com a mensagem de que é preciso lançar luz sobre a conscientização da doença celíaca e a necessidade de pesquisas para seu tratamento e cura.
Relacionada à ingestão de glúten – proteína presente em cereais como trigo e cevada – a doença atinge cerca de 1 a 2 por cento da população mundial.
– 1 em 100 é o número de pessoas em todo o mundo afetadas pela doença celíaca;
– 50% dos pacientes diagnosticados ainda relatam sintomas durante a dieta sem glúten;
– 1 em cada 10 membros da família relacionados também têm doença celíaca;
– 2 a 4 vezes é o aumento do risco de doença arterial coronariana/câncer de intestino delgado entre pessoas com a doença.
A doença celíaca foi descoberta em 1888, pelo pediatra britânico Samuel Gee, mas apenas no decorrer da década de 1940 houve o reconhecimento de que o glúten é o causador do transtorno.
Durante os períodos de escassez alimentar da guerra, o médico holandês Willem Karel Dicke notou que a falta de pães e de produtos à base de trigo reduziam o número de casos, e acabou relacionando a proteína à doença.
Ainda no começo de 1950, o médico criou a primeira dieta livre de glúten para pacientes com doença celíaca – que permanece sendo o único tratamento disponível até hoje.
De lá para cá, alguns passos importantes foram dados para o controle do problema, como a definição dos sintomas (diarreia crônica, inchaço do abdome, anemia e vômitos) e a indicação de um tratamento alimentar. Entretanto, a doença permanece pouco conhecida. Persistente e silenciosa, tem sido subdiagnosticada em muitos pacientes.
Doença celíaca é uma enfermidade autoimune causada pela intolerância ao glúten, uma proteína encontrada no trigo, aveia, cevada, centeio, e seus derivados, como massas, pizzas, bolos, pães, biscoitos, cerveja, uísque, vodca e alguns doces. Provoca dificuldade ao organismo para absorver os nutrientes dos alimentos, vitaminas, sais minerais e água.
A doença celíaca é apenas uma das diversas possíveis reações ao glúten e deve ser diferenciada da alergia ao trigo e da sensibilidade ao glúten, patologias semelhantes e igualmente mediadas por células imunes.
Sintomas
Os sintomas, em geral, aparecem entre os seis meses e os dois anos e meio de vida. No entanto, isso não é regra e as pessoas podem começar a ter manifestações da doença na fase adulta:
– diarreia ou prisão de ventre crônica;
– dor abdominal;
– inchaço na barriga;
– danos à parede intestinal;
– falta de apetite;
– baixa absorção de nutrientes;
– osteoporose;
– anemia;
– perda de peso e desnutrição.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito por exame clínico com médico especialista, que vai analisar os sintomas. Biópsia do intestino, por meio de endoscopia, exames de sangue e/ou dieta restritiva sem glúten também podem ser requeridos pelo médico.
Tratamento
O principal tratamento é a dieta com total ausência de glúten; quando a proteína é excluída da alimentação os sintomas desaparecem. A maior dificuldade para os pacientes é conviver com as restrições impostas pelos novos hábitos alimentares.
A doença celíaca não tem cura e por isso a dieta deve ser seguida rigorosamente pelo resto da vida. É importante que os celíacos fiquem atentos à possibilidade de desenvolver câncer de intestino e a ter problemas de infertilidade.
Contaminação cruzada
A contaminação cruzada ocorre quando há transferência direta ou indireta de contaminantes físicos, químicos ou biológicos de um alimento, utensílio, vetor ou manipulador para alimentos que serão consumidos. Pode ocorrer nas diferentes etapas do processo de produção do alimento: pré-preparo, tratamento, armazenamento, transporte, serviço. São fontes de contaminação: esponjas, panos de prato, colher de pau, óleo para fritura, dentre outros.
Observação 1: Celíacos só podem ingerir alimentos feitos em cozinhas descontaminadas.
Observação 2: A Lei nº 10.674/2003 tornou obrigatório que todos os alimentos industrializados informem em seus rótulos a presença ou não de glúten, como forma de resguardar o direito à saúde das pessoas com doença celíaca.
Fontes:
Celiac Disease Foundation
Conselho Nacional de Saúde
Conselho Regional de Nutricionistas da 2ª. região
Ministério da Saúde. Doença celíaca: você pode ter e não saber. (Folder impresso)
Universidade Federal de Juiz de Fora