Com o objetivo de aumentar a conscientização sobre a doença, reduzir o número de casos não diagnosticados, incrementar medidas para a prevenção baseada em evidências, incentivar sistemas de cuidados de saúde de forma a criar estratégias para garantir “melhores práticas” para a prevenção, diagnóstico e tratamento, incrementar os recursos adequados para estas ações e o apoio à pesquisa para reduzir a carga da doença trombótica, a Lei nº 12.629/2012, instituiu o “Dia Nacional de Combate e Prevenção à Trombose”, a ser comemorado todos os anos no Brasil, em 16 de setembro.
A trombose é um dos problemas circulatórios mais comuns. No País, é responsável por mais de 100 internações diárias, representando um risco para o bem-estar e para a vida de pessoas de diversas faixas etárias.
Trombose é a formação de um coágulo (trombo) de sangue dentro de um vaso sanguíneo, gerando uma obstrução. Os coágulos são um aglomerado de células sanguíneas que bloqueiam a passagem do sangue por aquela via, acumulando-o no membro afetado. Como o sangue carrega oxigênio para todo o corpo, é possível que os tecidos “morram” por não serem devidamente oxigenados. Por isso, a trombose é um problema sério, que exige intervenção imediata.
A doença acomete principalmente as veias das pernas (trombose venosa profunda) e pulmões (embolia pulmonar).
Tipos de trombose:
Trombose venosa superficial: acontece em veias superficiais, ou seja, que estão mais próximas ao “lado de fora” do corpo.
Trombose venosa profunda: ocorre em veias mais profundas, afetando, principalmente, membros como as pernas.
Trombose venosa renal: afeta as veias que passam pelos rins, irrigando o órgão e fazendo com que ele funcione adequadamente. Muitas vezes, esse tipo de trombose predispõe à ocorrência de coágulos em outras áreas do corpo.
Trombose arterial: é o tipo menos comum, mas igualmente perigoso. Sua ocorrência está associada a quadros de infarto ou de acidentes vasculares cerebrais (popularmente conhecidos como derrames).
A trombose venosa localizada nas pernas não oferece risco de morte. Entretanto, o coágulo pode se desprender, migrar pela corrente sanguínea e se alojar nos vasos sanguíneos do pulmão, provocando embolia pulmonar, que apresenta risco de morte. Esse coágulo bloqueia a artéria pulmonar, restringindo o fluxo de sangue nos pulmões. Os sintomas da embolia pulmonar são mais nítidos e o atendimento deve ser feito imediatamente: dor no peito, falta de ar, tosse repentina (com possibilidade de expectorar sangue), sudorese e tontura, entre outros.
Causas:
Vários fatores contribuem para o surgimento da trombose. Um dos mais comuns é a ocorrência de arteriosclerose, que provoca o endurecimento das paredes das veias e artérias, impedindo a sua mobilidade natural.
Além disso, pessoas que ficam imóveis por muito tempo também têm uma maior predisposição para desenvolver o problema. Outros possíveis fatores de risco são:
– Idade;
– Presença de varizes nas pernas;
– Gravidez;
– Pós-parto;
– Obesidade;
– Tabagismo;
– Uso de alguns medicamentos como contraceptivos orais, quimioterápicos e tratamentos hormonais;
– Problemas genéticos;
– Problemas hormonais;
– Doenças autoimunes;
– Câncer;
– AVC (Acidente Vascular Cerebral);
– Traumatismos, principalmente nas extremidades inferiores (risco de trombose venosa profunda por volta de 70%);
– Doenças crônicas, como insuficiência cardíaca e doenças pulmonares crônicas;
– Doenças agudas, como infarto do miocárdio, e infecções, como pneumonia;
– Fraturas ósseas.
Sintomas:
– Dor no local e ao toque. Pode haver dormência e formigamento;
– Edema (inchaço) unilateral;
– Vermelhidão na pele;
– Cianose (coloração azul arroxeada);
– Aumento da temperatura local;
– Enrijecimento da pele.
Tratamento:
O tratamento deve ser definido de acordo com o tipo de trombose apresentado pelo paciente. De modo geral, as estratégias utilizadas são:
– Uso de medicamentos para afinar o sangue ou dissolver os coágulos;
– Realização de procedimentos como a inserção de cateteres para expandir as veias e artérias, permitindo que o sangue passe;
– Implementação de um estilo de vida mais saudável, para ajudar no tratamento e prevenir recidivas do problema.
Prevenção:
Mesmo que muitas vezes a trombose tenha um fator genético envolvido, é possível diminuir as chances de desenvolvê-la:
– Ter uma alimentação adequada;
– Evitar ficar muito tempo na mesma posição;
– Fazer atividades físicas;
– Manter o peso saudável;
– Evitar o tabagismo.
Além disso, realizar check-ups frequentes é outra ótima estratégia. Ainda que os exames regulares não evitem o desenvolvimento do problema, podem ajudar em seu diagnóstico precoce e melhorar a efetividade dos tratamentos propostos.
Fontes:
Hospital Alemão Oswaldo Cruz
Instituto Nacional de Ciências da Saúde (INCS – Sorocaba/SP)
Núcleo de Telessaúde de Sergipe
Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular – Regional Maranhão
Vida Saudável: Blog do Hospital Israelita Albert Einstein