O Dia de Conscientização sobre a Necessidade de Vacina contra o HIV, comemorado anualmente em 18 de maio, tem o objetivo de reconhecer e agradecer aos voluntários, membros da comunidade, profissionais de saúde e cientistas que trabalham juntos para desenvolver uma vacina que previna a infecção pelo HIV. É, ainda, um momento para educar sobre a importância da pesquisa de um imunizante seguro e eficaz, como chave para acabar com a pandemia do HIV, considerada um dos grandes desafios da medicina moderna.
O principal obstáculo ao sucesso na obtenção dessa vacina limita-se a um motivo fundamental: o vírus apresenta extraordinária diversidade genética. Dessa forma, é difícil supor que um único agente imunizante seja capaz de atuar diante da enorme diversidade de subtipos do HIV que circulam por todo o mundo.
Inúmeros estudos clínicos elaborados desde os primórdios das pesquisas com o HIV esbarraram nesse óbice: a eficácia da vacina se restringia à cepa da qual o produto era derivado e, por conseguinte, impediria seu emprego como tentativa de se contrapor à epidemia em nível global.
A Aids foi descoberta na década de 1980, mas até hoje não existe uma vacina que consiga vencer a doença devido à alta capacidade de mutação do vírus HIV, muito maior que a do coronavírus e a da influenza, por exemplo.
O ritmo do progresso na redução de novas infecções por HIV, aumentando o acesso ao tratamento e acabando com as mortes relacionadas à AIDS está diminuindo. Os dados mais recentes sobre o HIV mostram:
– 1,5 Milhão de pessoas foram infectadas com HIV em 2021;
– 38,4 Milhões de pessoas viviam com HIV em 2021;
– 650 Mil Pessoas morreram de doenças relacionadas à AIDS em 2021.
Apesar da disponibilidade de uma gama cada vez maior de ferramentas e métodos eficazes de prevenção e da expansão massiva do tratamento do HIV nos últimos anos, as novas infecções entre adultos, em todo o mundo, não diminuíram o suficiente.
O estudo internacional Mosaico, que testava uma vacina experimental inédita contra a infecção pelo vírus HIV, será encerrado. Os resultados do ensaio, que foi desenvolvido pela Unidade de Pesquisa Clínica em Vacinas (UPqVac) da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), demonstraram que, apesar de seguro, o produto testado é ineficaz.
Segundo o professor da Faculdade de Medicina, Jorge Andrade Pinto, os resultados negativos também fazem a ciência avançar. “A vacina contra o HIV continua sendo um grande desafio, mesmo depois de mais de três décadas de estudos. O Mosaico adotou os mais altos padrões científicos e tecnológicos e, certamente, contribuirá para entendermos os mecanismos que o vírus utiliza para burlar a vigilância imunológica dos seres humanos”, afirma.
Ele reforça que, mesmo sem uma vacina, seguem valendo as iniciativas de prevenção combinada ao HIV, com medidas biomédicas, comportamentais e estruturais. Entre as ações estão a profilaxia pré-exposição (PrEP), a profilaxia pós-exposição (PEP), a redução de danos, os métodos de barreira (como os preservativos) e políticas públicas.
Fontes:
Agência Brasil
Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas (APCD)
Centers for Disease Control and Prevention (CDC/EUA)
Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais
Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS)