No dia 19/11 é comemorado o Dia Nacional de Combate à Dengue, data instituída pela Lei nº 12.235/2010 com o objetivo de mobilizar iniciativas do Poder Público e a participação da população para a realização de ações destinadas ao combate ao vetor da doença.
Em seu Art. 2º, a Lei prevê, ainda, que os gestores do Sistema Único de Saúde do Ministério da Saúde ficam autorizados a desenvolver campanhas educativas e de comunicação social, na semana que contiver o penúltimo sábado do mês de novembro.
Dengue é uma doença febril grave causada por um arbovírus – vírus transmitido por picada de insetos, especialmente os mosquitos. O transmissor é o mosquito Aedes aegypti.
Com o aumento das chuvas no período do verão, há alta na proliferação do mosquito, que se reproduz em água limpa e parada.
Neste ano, houve aumento de 184,6% no número de casos prováveis de dengue em comparação com o mesmo período de 2021. As ocorrências passaram de 478,5 mil casos, no ano passado, para 1,3 milhão neste ano, com 909 óbitos confirmados em 2022.
Transmissão:
Após picar uma pessoa infectada com um dos quatro sorotipos do vírus, a fêmea do mosquito pode transmiti-lo para outras pessoas. Há registro, também, de transmissão por transfusão sanguínea.
Não há transmissão da mulher grávida para o feto, mas a infecção por dengue pode levar a mãe a abortar ou ter um parto prematuro, além do fato de que a gestante está mais suscetível a desenvolver o quadro grave da doença, que pode levar à morte.
Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, porém, em populações vulneráveis como crianças ou idosos com mais de 65 anos, o vírus da dengue pode interagir com doenças pré-existentes e levar a quadros graves ou gerar maiores complicações nas condições clínicas de saúde da pessoa.
Sintomas:
Normalmente, a primeira manifestação da doença é a febre alta (>38°C), de início abrupto, que geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, além de prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, manchas vermelhas e coceira na pele.
No entanto, a infecção por dengue pode ocorrer sem sintomas, apresentar quadro leve, sinais de alarme e de gravidade.
Os sinais de alarme são assim chamados por sinalizarem o extravasamento de plasma e/ou hemorragias que podem levar o paciente ao choque grave e óbito. A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, náuseas, vômitos persistentes e sangramento de mucosas.
A fase crítica tem início com o declínio da febre (período de defervescência), entre o 3° e o 7° dia do início de sintomas. Os sinais de alarme, quando presentes, ocorrem nessa fase. Sem a identificação e o correto manejo nessa fase, alguns pacientes podem evoluir para as formas graves.
Mulheres grávidas, crianças e pessoas mais velhas têm maiores riscos de desenvolver complicações pela doença. Os riscos aumentam quando o indivíduo tem alguma doença crônica, como asma brônquica, diabetes mellitus, anemia falciforme, hipertensão, além de infecções prévias por outros sorotipos.
Não há tratamento específico para a dengue. De acordo com a avaliação médica, são recomendadas medidas como fazer repouso, ingerir bastante água e não tomar medicamentos por conta própria. Pode ser recomendada a hidratação com soro diretamente na veia. Em caso de suspeita, é fundamental procurar um profissional de saúde para ter o diagnóstico correto.
Medidas de prevenção:
É importante limpar e verificar regularmente pontos que podem acumular água. Entre as medidas a serem adotadas estão, esvaziar garrafas e mantê-las com a boca virada para baixo, limpar calhas, colocar areia nos pratos das plantas, tampar tonéis, lixeiras e caixas-d’água e colocar objetos, como pneus e lonas, abrigados da chuva.
Roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia – quando os mosquitos são mais ativos – proporcionam alguma proteção às picadas e podem ser uma das medidas adotadas, principalmente durante surtos. Repelentes e inseticidas também podem ser usados, seguindo as instruções do rótulo. Mosquiteiros proporcionam boa proteção para aqueles que dormem durante o dia, como bebês, pessoas acamadas e trabalhadores noturnos.
Fontes:
Agência Brasil
Ministério da Saúde (1)
Ministério da Saúde (2)