Com objetivo de estimular a doação de leite humano, promover debates sobre a importância do aleitamento materno e da doação de leite humano, em 19 de maio é comemorado o Dia Mundial da Doação de Leite Humano.
A prática do aleitamento está relacionada a inúmeros benefícios, uma vez que o leite materno tem todos os nutrientes de que o bebê precisa até os seis meses de vida, protegendo-o contra doenças. Após a amamentação exclusiva, uma alimentação complementar adequada e saudável deve ser oferecida e a amamentação deve continuar em paralelo até o segundo ano de vida ou mais da criança.
De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o aleitamento materno de longa duração também contribui para a saúde e o bem-estar das mães, reduzindo o risco de câncer de ovário e de mama e ajudando a espaçar gestações. A amamentação dos recém-nascidos na primeira hora de vida também é vital, protegendo o bebê de infecções e reduzindo a mortalidade neonatal. Além desses benefícios, a amamentação também fortalece o vínculo afetivo entre mãe e filho.
Segundo dados da OPAS, no mundo, apenas quatro em cada dez (44%) crianças são amamentadas exclusivamente nos primeiros 6 meses de vida. Na região das Américas, essa taxa é de 38% das crianças e somente 32% continuam sendo amamentadas até os dois anos. Especificamente na América Latina e no Caribe, menos da metade dos bebês (48%) são amamentados em sua primeira hora de vida.
Uma das metas globais de amamentação é de 50% de amamentação exclusiva nos primeiros seis meses de vida até 2025. Já dentro das metas da Agenda 2030, a amamentação exclusiva nesse período deve ser de 70%.
O leite materno é importante para todos os bebês, mas para recém-nascidos prematuros e doentes, ele fornece benefícios de saúde de importância vital e age como um remédio que somente ele pode fornecer.
As pesquisas mostram que a composição do leite materno de uma mãe é diferente se o bebê nascer prematuro do que se o bebê nascer a termo. É adaptado às necessidades de um intestino prematuro e é altamente benéfico para o bebê.
Atualmente, existem mais de 600 bancos de leite operando em pelo menos 60 países ao redor do mundo. Para a Human Milk Foundation, é preciso reconhecer a poderosa contribuição feita pelas mães em todos os lugares ao compartilharem seu excedente de leite materno com bebês doentes e prematuros e, às vezes, com bebês cujas próprias mães estão muito doentes e incapazes de amamentar. Ao fazê-lo, elas se juntam a uma irmandade centenária de indivíduos generosos e atenciosos que fizeram e continuam a fazer uma diferença muito significativa para a saúde e o futuro de centenas de milhares de pequenos bebês em todo o mundo.
Doação de Leite Humano no Brasil
Através do trabalho da Rede de Bancos de Leite Humano (rBLH), o Brasil se tornou referência internacional em doação de leite. A Rede é a maior e mais complexa do mundo, contando com mais de duzentos bancos e postos de coleta presentes em todos os estados do país. Em 2001, a OPAS/OMS reconheceu a rBLH como uma das ações que mais contribuíram para a redução da mortalidade infantil no mundo. Atualmente, a tecnologia brasileira é modelo para a cooperação internacional em mais de 20 países das Américas, Europa e África.
A experiência nacional disponibiliza hoje cerca de 160 mil litros de leite humano distribuídos todos os anos a recém-nascidos de baixo peso. As doações ocorrem desde 1943, quando foi implantado o primeiro Banco de Leite Humano no então Instituto Nacional de Puericultura, atualmente Instituto Fernandes Figueira (IFF), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Como doar:
Toda mulher que amamenta é uma possível doadora de leite humano, basta ser saudável, não tomar medicamentos que interfiram na amamentação e não possuir nenhuma doença infectocontagiosa. Não existe quantidade mínima para a doação. Segundo a Fiocruz, um litro de leite materno doado pode alimentar até 10 recém-nascidos por dia. A depender do peso do prematuro, um (1) ml já é o suficiente para nutri-lo cada vez que for alimentado.
O primeiro passo para a doação é encontrar o banco de leite mais próximo de sua localidade, o que pode ser feito acessando o site da rBLH/Fiocruz ou ligando no número 136 (Disque Saúde). A coleta do leite pode ser feita em casa ou nos Bancos de Leite.
Para coletar o leite em casa é preciso seguir as instruções do Banco de Leite sobre o preparo do frasco para armazenar o leite materno, que deve ser refrigerado após a coleta. Também é importante ter cuidados de higiene pessoal antes de iniciar a coleta, como usar touca ou lenço para cobrir os cabelos, colocar uma fralda de pano ou máscara sobre o nariz e a boca, lavar mãos e braços até o cotovelo com água e sabão e lavar as mamas apenas com água.
A campanha mundial foi criada para promover a importância da doação de leite humano para os bancos de leite, aumentando assim o número de doadoras e o volume de leite coletado para beneficiar os recém-nascidos que dele necessitam.
No Brasil, a Lei nº 13.227/2015, instituiu o Dia e a Semana Nacional de Doação de Leite Humano, a ser comemorada em 19/5, anualmente, com os objetivos de estimular a doação de leite materno; promover debates sobre a importância do aleitamento materno e da doação de leite humano; divulgar os bancos de leite humano nos Estados e nos Municípios.
Fontes:
Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (WFP)
Human Milk Foundation
Miracle Babies Foundation
Rede Global de Bancos de Leite Humano – Brasil (rBLH)
Santa Casa de Maringá