21/6 – Dia Nacional de Controle da Asma


 

A asma está entre as doenças crônicas mais comuns no país, sendo um dos maiores motivos de faltas ao trabalho e à escola. No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, há cerca de 20 milhões de brasileiros asmáticos, entre crianças e adultos e, anualmente, ocorrem 350.000 internações devido a casos mais extremos – terceira maior causa de hospitalização no Sistema Único de Saúde (SUS).

Estima-se que 23,2% da população viva com a doença, e a incidência varia de 19,8% a 24,9% entre as regiões. Em 2021, foram realizados 1,3 milhão atendimentos na Atenção Primária à Saúde, porta de entrada do cidadão brasileiro ao SUS. O número corresponde a, aproximadamente, 231 mil consultas a mais que no ano anterior.

No País, entre 2000 e 2015 ocorreram 40.592 óbitos por asma, sendo 91,0% em adultos. Em um contexto geral, a mortalidade por asma no Brasil ainda ocorre, em grande parte, por falta de condições sociais, econômicas e ambientais, visto que a doença é controlável e tem um tratamento eficaz. Além disso, um problema evidente é a carência de um diagnóstico preciso, adiando um tratamento resolutivo. (CAVALCANTE, M. de S.; OLIVEIRA, B. L. C. de. A Mortalidade por Asma em Adultos e Idosos no Brasil entre 2000 a 2015. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, v. 24, n. 4, p. 575-586, 2020).

As características associadas ao óbito por asma podem ser úteis para prevenção adequada da sua ocorrência, visto que estas podem ser, em sua maioria, evitadas pelo manejo adequado dos casos pelos profissionais de saúde. Desse modo, é necessário que medidas de assistência, de promoção de saúde e de educação em saúde sejam implementadas no intuito de reduzir a importante carga de agravos relacionados a asma entre adultos e idosos no Brasil. (BORGES, G. P. et al. Taxa de mortalidade por asma no brasil entre os anos de 2018 e 2022. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, São Paulo, v. 10, n. 4, abr. 2024).

 

A asma é uma doença pulmonar inflamatória crônica, com episódios recorrentes de falta de ar, tosse crônica, chiado e aperto no peito; pode piorar à noite ou com atividades físicas.

Causas:

A asma pode ter caráter hereditário e também multifatorial. Os fatores desencadeantes podem ser:

– Alergia: poeira, ácaros, mofo, pólen, fezes de barata, pelos e penas de animais;
– Infecções: viroses, como gripes e resfriados, ou ainda as sinusites;
– Mudanças de tempo;
– Fumaça;
– Poluição;
– Cheiros fortes;
– Esforço físico;
– Aspectos emocionais e estresse;
– Exposição ao ar frio;
– Outras causas: alguns tipos de medicamentos, alguns alimentos, refluxo gastroesofágico, causas hormonais, fatores relacionados ao trabalho ou a escola, asma provocada por outras enfermidades.

Sintomas mais comuns:

– Falta de ar (dispneia);
– Chiado na respiração (sibilos);
– Sensação de aperto no peito;
– Tosse.

Tratamento:

A asma não tem cura mas pode ser controlada com tratamento e acompanhamento adequados, definidos pelo médico.

A maioria dos pacientes é tratada com dois tipos de medicação:

  • Medicação chamada de controladora ou de manutenção, que serve para prevenir o aparecimento dos sintomas e evitar as crises de asma;
  • Medicação de alívio ou de resgate, que serve para aliviar os sintomas quando houver piora da asma. As medicações controladoras reduzem a inflamação dos brônquios, diminuem o risco de crises e evitam a perda futura da capacidade respiratória. O uso correto da medicação controladora diminui muito ou até elimina a necessidade da medicação de alívio.

Em 2021 o Ministério da Saúde publicou o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Asma. O documento traz recomendações e orientações aos profissionais de saúde sobre critérios para o diagnóstico da asma e os tipos de tratamentos disponíveis no SUS e, em 2022, foi lançada a Linha de Cuidados de Asma.

Prevenção:

A poeira doméstica é considerada o principal agente desencadeador de alergia e as consequentes crises asmáticas. É formada por uma mistura que inclui pele morta que cai das pessoas, fibras de carpetes e de móveis estofados, de terra trazida por sapatos, de partículas trazidas pelo vento de fora da residência, vegetais, fungos, bactérias, caspa humana e de animais, além de insetos e ácaros (seres microscópicos responsáveis por sintomas alérgicos).

Por isso, o ambiente deve ser o mais higiênico possível, a fim de evitar que a pessoa entre em contato com esses elementos. Recomenda-se:

– Não haver fumantes no ambiente domiciliar;
– Animais devem ser mantidos fora de casa, ou no mínimo, não entrarem nos quartos de dormir;
– Deixar o ambiente de convívio diário, principalmente o quarto, bem limpo e arejado;
– A limpeza deve ser diária com aspirador de pó (de preferência que tenha o filtro HEPA) e pano úmido, sem produtos com cheiro forte;
– Não usar vassouras nem espanadores, pois espalham a poeira fina, que ficará em suspensão e voltará a se depositar;
– Retirar tapetes, carpetes, cortinas, almofadas, estantes com livros, enfim, tudo que facilite o acúmulo de pó;
– Lavar as roupas guardadas há muito tempo antes de usá-las;
– Atentar-se para infiltração por mofo nas paredes, corrigindo o problema, se for o caso;
– Não fumar;
– Providenciar a limpeza do ar-condicionado com mais frequência.

 

O Dia Nacional de Controle da Asma, comemorado em 21 de junho, pretende conscientizar a população a respeito dos sintomas e modos de prevenção da doença, importante problema de saúde pública no País.

 

Fontes:

Associação Brasileira de Alergia e Imunologia
Dr. Dráuzio Varella
Exército Brasileiro
Hospital Israelita Albert Einstein – Blog Vida Saudável
Ministério da Saúde
Secretaria de Estado da Administração Prisional e Socioeducativa (SC)
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia