22/11 – Dia Nacional de Combate à Dengue 2025

O Dia Nacional de Combate à Dengue, comemorado anualmente no penúltimo sábado do mês de novembro, foi instituído pela Lei nº 12.235/2010 com o objetivo de mobilizar iniciativas do Poder Público com a participação da sociedade para realizar ações destinadas a combater o vetor da doença por meio de campanhas educativas e de comunicação social.


A dengue faz parte de um grupo de doenças denominadas arboviroses, que se caracterizam por serem causadas por vírus transmitidos por vetores artrópodes. No Brasil, o vetor da doença é a fêmea do mosquito Aedes aegypti.

Até o momento são conhecidos quatro sorotipos do vírus responsável pela infecção: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4, que apresentam materiais genéticos e linhagens distintos.


As evidências apontam que o mosquito tenha vindo para o Brasil nos navios que partiam da África com as pessoas escravizadas. No País, a primeira epidemia documentada clínica e laboratorialmente ocorreu em 1981-1982, em Boa Vista (RR), causada pelos sorotipos 1 e 4. Após quatro anos, em 1986, ocorreram epidemias atingindo o estado do Rio de Janeiro e algumas capitais da região Nordeste.

Desde então, a dengue vem ocorrendo de forma continuada (endêmica), intercalando-se com a ocorrência de epidemias, geralmente associadas à introdução de novos sorotipos em áreas sem transmissão e/ou alteração do sorotipo predominante, acompanhando a expansão do mosquito vetor.

Aspectos como a urbanização, o crescimento desordenado da população, o saneamento básico deficitário e os fatores climáticos mantêm as condições favoráveis para a presença do vetor, com reflexos na dinâmica de transmissão desses arbovírus. A dengue possui padrão sazonal, com aumento do número de casos e do risco para epidemias, principalmente entre os meses de outubro de um ano a maio do ano seguinte.

Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, porém indivíduos com condições preexistentes com mulheres grávidas, lactentes, crianças (até 2 anos) e pessoas > 65 anos têm maiores riscos de desenvolver complicações ao contrair a infecção.


Transmissão:

O vírus da dengue (DENV) é transmitido ao homem principalmente por meio da picada de fêmeas do mosquito Aedes aegypti infectadas. A transmissão de mãe para filho durante a gestação e por transfusão de sangue pode ocorrer, mas são formas raras.


Sinais e sintomas:

A dengue é uma doença febril aguda, sistêmica, dinâmica, debilitante e autolimitada. A maioria dos doentes se recupera, porém, parte deles pode progredir para formas graves, inclusive virem a óbito. A quase totalidade das mortes óbitos por dengue é evitável e depende, na maioria das vezes, da qualidade da assistência prestada e da organização da rede de serviços de saúde.

Todo indivíduo que apresentar febre (39°C a 40°C) de início repentino e apresentar pelo menos duas das seguintes manifestações – dor de cabeça, prostração, dores musculares e/ou articulares e dor atrás dos olhos – deve procurar imediatamente um serviço de saúde a fim de obter tratamento oportuno.

No entanto, após o período febril é preciso atenção. Com o declínio da febre (entre o 3° e o 7° dia do início da doença), sinais de alarme podem estar presentes e marcar o início da piora no indivíduo. Esses sinais indicam o extravasamento de plasma dos vasos sanguíneos e/ou hemorragias, sendo assim caracterizados:

– Febre alta;
– Dor de cabeça e/ou atrás dos olhos;
– Enjoo;
– Moleza;
– Dor nas articulações;
– Manchas vermelhas no corpo.


Sinais de alerta para dengue grave:

– Dor abdominal intensa;
– Vômitos frequentes;
– Tontura ou sensação de desmaio;
– Dificuldade de respirar;
– Sangramento no nariz, gengivas e fezes;
– Cansaço e/ou irritabilidade.


Tratamento:

Ainda não existe tratamento específico para a dengue – o cuidado baseia-se, principalmente, na reposição adequada de líquidos. Conforme orientação médica, o paciente deve realizar em casa:

– Repouso;
– Ingestão de líquidos;
– Não se automedicar e procurar imediatamente o serviço de urgência em caso de sangramento ou surgimento de pelo menos um dos sinais de alarme;
– Retornar para reavaliação clínica conforme orientação médica.


Prevenção:

Embora a vacina contra a dengue tenha sido incorporada ao Calendário Nacional de Vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS) em fevereiro de 2024, o controle do vetor Aedes aegypti é o principal método para a prevenção e o controle da doença, bem como de outras arboviroses urbanas (como chikungunya e Zika), seja pelo manejo integrado de vetores ou pela prevenção pessoal dentro dos domicílios.

É importante salientar que a inclusão da vacina da dengue no sistema público de saúde é uma ferramenta essencial para que a enfermidade seja classificada como mais uma doença imunoprevenível.

Destaca-se, ainda que ao adotar medidas de controle ao vetor após a introdução de um ou mais sorotipos novos do vírus da dengue, a possibilidade de se interromper a transmissão é reduzida, uma vez que há elevada densidade vetorial.

Além disso, o tempo que decorre até a redução das populações do mosquito é muito maior que a velocidade de circulação viral, pois nessas circunstâncias a susceptibilidade da população sob risco é maior.

Quando a epidemia se instala, ela segue seu curso e as ações de controle vetorial mostram pouca ou nenhuma efetividade. Muitas das vezes, a redução do número de pessoas que adoecem ocorre “naturalmente”, mais em função da imunidade de grupo que vai se estabelecendo do que pelos resultados obtidos com as ações de controle.

Portanto, em períodos fora da sazonalidade da doença é que as ações preventivas devem ser adotadas. É o momento ideal para a manutenção de medidas que visem impedir epidemias futuras. Nesse sentido, além das ações realizadas pelos agentes de saúde, a população deve fazer a sua parte:

– Usando telas nas janelas e repelentes em áreas de reconhecida transmissão;
– Removendo recipientes nos domicílios que possam se transformar em criadouros de mosquitos;
– Vedando os reservatórios e caixas de água;
– Desobstruindo calhas, lajes e ralos;
– Participando na fiscalização das ações de prevenção e controle da dengue executadas pelo SUS.


Fontes:

Centro de Medicina e Projetos Especiais (Imagem)
Ministério da Saúde



Publicado: Thursday, 01 de January de 1970

Termos e Condições de Uso | Política de Privacidade