O Dia Mundial da Leucemia Mieloide Crônica (LMC) busca alertar para a importância do diagnóstico e tratamento precoce da doença e, assim, possibilitar o aumento dos casos de cura.
A LCM é uma doença oncológica que afeta a produção dos precursores de glóbulos brancos pela medula óssea. Ela tem como característica singular a presença da anormalidade genética chamada de cromossomo Philadelphia – assim chamado por ter sido descoberto por pesquisadores da cidade de Philadelphia, nos Estados Unidos, nos anos de 1960.
A mutação provoca a troca de material genético entre dois outros cromossomos, levando a uma produção anormal e desenfreada de glóbulos brancos, causando a leucemia.
Os cromossomos afetados são o de número 9 e o de número 22 – daí a escolha da data comemorativa em 22 de setembro (22/9).
A doença é lenta e progressiva e como afeta os leucócitos, que são as células de defesa produzidas na medula óssea, as células “doentes” perdem essa função e vão se acumulando no organismo, impedindo a produção das células “normais” do sangue.
À medida que o número de células leucêmicas aumenta, aparecem inchaço nos linfonodos (ínguas) ou infecções. Quando surgem, os sintomas são brandos, agravando-se gradualmente.
Sinais e Sintomas:
– Palidez, resultante de anemia;
– Cansaço e mal-estar;
– Dor no lado esquerdo do abdômen, devido ao aumento do baço;
– Suor excessivo, principalmente à noite;
– Perda de peso;
– Sangramento fácil, hematomas e hemorragias nasais frequentes.
Diagnóstico:
Os primeiros indícios da doença são identificados através do hemograma, com aumento no número de glóbulos brancos. A confirmação se dá através dos testes de biologia molecular que conseguem identificar a alteração genética no cromossomo Philadelphia.
A idade média, no momento do diagnóstico, é 64 anos, com quase metade dos casos diagnosticados em pessoas com mais de 65 anos. A doença acomete principalmente adultos e raramente é diagnosticada em crianças.
Causas:
Ninguém nasce com LMC e ela não é hereditária. A doença acontece com a alteração do cromossomo na medula óssea. A célula alterada se multiplica incontrolavelmente e elimina os glóbulos vermelhos, os glóbulos brancos e as plaquetas saudáveis da medula óssea espalhando as células da LMC pela corrente sanguínea.
Como a doença é de progressão lenta, o desenvolvimento das células maduras normais não é totalmente comprometido, independente se elas forem vermelhas, brancas ou plaquetas. Como resultado disso, essa leucemia é, em geral, menos agressiva que as leucemias agudas, e normalmente os pacientes ainda não apresentam sintomas quando diagnosticados.
Tratamento:
O caminho de tratamento para cada paciente é baseado na fase da doença no momento do diagnóstico, na pontuação dos riscos, na idade e na existência de outros problemas de saúde que o paciente possa ter.
A LMC não é curável com as terapias atualmente disponíveis, mas, com os medicamentos já existentes, cada vez mais pacientes alcançam remissões extremamente profundas. Por isto usa-se o termo ‘cura funcional’.
O tratamento baseia-se na destruição das células leucêmicas. Com a descoberta do cromossomo Philadelphia, houve avanços consideráveis para a terapêutica e, hoje, os medicamentos atacam exatamente o alvo (o cromossomo Philadelphia), combatendo as células doentes.
Em alguns casos ainda é necessária a realização do transplante de medula óssea ou quimioterapia. Após o início do tratamento é muito importante realizar o acompanhamento do paciente para o monitoramento da doença residual mínima, que define a quantidade de células “doentes” ainda presentes no organismo durante as diferentes fases do tratamento. Esse monitoramento também é realizado por meio da metodologia de biologia molecular e pode ser feito com uma simples coleta de sangue, sem a necessidade de procedimento mais invasivos para o paciente, como a punção diretamente da medula óssea.
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que para cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados no Brasil 5.920 casos novos de leucemia em homens e 4.890 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 5,67 casos novos a cada 100 mil homens e 4,56 casos novos para cada 100 mil mulheres. Dentre esses novos casos de leucemia, 15% são de Leucemia Mieloide Crônica.
Fontes:
Abrace Esperança – Paraíba
Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia
CML Advocates Network
International Chronic Myeloid Leukemia Foundation (iCMLf)
Portal Oncoguia
Telessaúde São Paulo