23/11 – Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil


 

O Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil foi instituído pela Lei nº 11.650/2008, com o objetivo de:

–  estimular ações educativas e preventivas relacionadas ao câncer infantil;
– promover debates e outros eventos sobre as políticas públicas de atenção integral às crianças com câncer;
– apoiar as atividades organizadas e desenvolvidas pela sociedade civil em prol das crianças com câncer;
– difundir os avanços técnico-científicos relacionados ao câncer infantil;
– apoiar as crianças com câncer e seus familiares.

O câncer ocorre quando algumas células do corpo sofrem alterações genéticas, tornam-se diferentes das células normais e começam a crescer descontroladamente.

Na infância, os tipos mais comuns de câncer são as leucemias (câncer da medula óssea), os linfomas (câncer do sistema linfático) e os tumores de sistema nervoso central.

Também acometem crianças e adolescentes o neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, frequentemente de localização abdominal), tumor de Wilms (tipo de tumor renal), retinoblastoma (afeta a retina, fundo do olho), tumor germinativo (das células que originam os ovários e os testículos), osteossarcoma (tumor ósseo) e sarcomas (tumores de partes moles).

A cada três minutos uma criança morre de câncer e a cada ano, mais de 400.000, com idades entre 0 e 19 anos são diagnosticadas com câncer em todo o mundo.

No Brasil, são esperados 4.310 casos novos no sexo masculino e 4.150 para o sexo feminino, para cada ano do triênio 2020-2022, tornando o câncer infanto-juvenil líder no ranking de causas de mortes, por doença, em crianças e adolescentes, entre 0 a 19 anos, com 2.554 mortes, sendo 1.423 para o sexo masculino e 1.131 para o sexo feminino.

Diferentemente dos cânceres dos adultos que podem ser prevenidos, as causas da maioria dos cânceres infantis ainda são desconhecidas. Mas, graças aos progressos significativos das pesquisas clínicas e tratamentos, cerca de 80% das crianças e adolescentes diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados, podem ser curados.

Os cânceres de crianças e adolescentes são considerados mais agressivos e se desenvolvem rapidamente. Por outro lado, os pacientes infantis respondem melhor ao tratamento e as chances de cura são maiores, se comparado com o público adulto.

Daí a importância do diagnóstico precoce, quando os sinais e sintomas da doença são detectados na sua fase inicial, em estádios mais localizados, permitindo a redução das complicações agudas e tardias do tratamento.

Isso reforça a necessidade de que famílias e profissionais de saúde conheçam os principais sintomas que podem surgir e que busquem atendimento especializado.

A manifestação clínica dos tumores infanto-juvenis pode não diferir muito de doenças benignas comuns nessa faixa etária. Muitas vezes, a criança ou o jovem está em condições razoáveis de saúde no início do adoecimento. Por esse motivo, o conhecimento do médico sobre a possibilidade de ser câncer é fundamental.

Conheça alguns sinais dos tumores da infância:

Nas leucemias, pela invasão da medula óssea por células anormais, a criança se torna mais sujeita a infecções, pode ficar pálida, ter sangramentos e sentir dores ósseas.

No retinoblastoma, um sinal importante é o chamado “reflexo do olho do gato”, com o embranquecimento da pupila quando exposta à luz. Pode se apresentar, também, como sensibilidade exagerada à luz ou estrabismo. Geralmente acomete crianças antes dos três anos. Atualmente, a pesquisa desse reflexo pode ser feita desde a fase de recém-nascido.

O aumento do volume ou surgimento de massa no abdômen podem ser sintomas de tumor de Wilms, que afeta os rins ou neuroblastoma.

Tumores sólidos podem se manifestar pela formação de massa, visível ou não, e causar dor nos membros. Esse sintoma é frequente, por exemplo, no osteossarcoma (tumor no osso em crescimento), mais comum em adolescentes.

Tumores do sistema nervoso central tem como sintomas dores de cabeça, vômitos, alterações motoras, alterações de comportamento e paralisia de nervos.

Pela sua complexidade, o tratamento deve ser feito em centros especializados e compreende três modalidades principais: quimioterapia, cirurgia e radioterapia, sendo aplicado de forma racional e individualizada para cada tumor específico e de acordo com a extensão da doença.

Deve ser planejado de acordo com o diagnóstico, as suas características biológicas e a presença ou não de doença à distância do tumor.

Para os cânceres da infância e da adolescência, até o momento, não existem evidências científicas que deixem clara a associação entre a doença e os fatores ambientais. Logo, prevenção é um desafio para o futuro. A ênfase atual deve ser dada ao diagnóstico precoce e à orientação terapêutica de qualidade.

Com o aumento da curabilidade da doença, muitos pacientes com câncer na infância são sobreviventes a longo prazo, grande parte deles são hoje adultos. É importante que continuem o acompanhamento na clínica de seguimento por um tempo maior, para reconhecimento precoce e cuidado apropriado de complicações tardias que possam surgir.

A abordagem multidisciplinar destes pacientes é parte integrante do tratamento oncológico.

Conheça os materiais de apoio sobre câncer infanto-juvenil produzidos pelo INCA:

Carta da equipe Multidisciplinar da Oncologia Pediátrica aos pais ou responsáveis pelas crianças e adolescentes com câncer
– Folheto sobre sinais de alerta do câncer na criança
– Cuidados Paliativos em Oncologia Pediátrica


Fontes
:

Associação de Combate ao Câncer de Goiás
Escola Paulista de Medicina
Hospital Pequeno Príncipe – Curitiba
Instituto Nacional de Câncer (INCA)