O período do dia 23 ao dia 29 – última semana completa do mês de setembro – é marcado por três celebrações relacionadas às pessoas surdas.
23/9 é o Dia Internacional das Línguas de Sinais, data reconhecida pela Organização das Unidas em 2017. Entre 23 e 29/9 ocorre a Semana Internacional das Pessoas Surdas e, em 26/9, o Dia Nacional dos Surdos, data instituída no Brasil pela Lei nº 11.796/2008.
As campanhas visam aumentar a conscientização sobre os problemas e desafios da comunidade surda, celebrar a riqueza da cultura das línguas de sinais e promover a diversidade linguística. Especialmente em 2024 pretende-se destacar ao mundo a unidade gerada pelas línguas de sinais.
Comunidades surdas, governos e organizações da sociedade civil continuam seus esforços coletivos – de mãos dadas – para fomentar, promover e reconhecer as línguas de sinais nacionais como parte das paisagens linguísticas vibrantes e diversas de seus países.
A língua de sinais tem imensa importância como um meio rico e dinâmico de comunicação para a comunidade surda e com deficiência auditiva. Além de ser um modo de transmitir informações, ela serve como porta de entrada para um mundo cultural e linguístico vibrante que promove a conexão e a compreensão. Sua importância se estende muito além de sua utilidade prática; ela incorpora o direito fundamental de cada indivíduo de se comunicar e participar plenamente da sociedade. Ao abraçar e promover a língua de sinais, não apenas a comunidade surda é fortalecida, é também uma forma de contribuir para uma sociedade mais inclusiva e diversa.
A linguagem de sinais é um testemunho da riqueza da expressão humana e um lembrete de que a comunicação não se limita apenas às palavras faladas. Ao reconhecê-la e valorizá-la são abertos novos caminho para um mundo mais inclusivo e acessível, onde todos possam se envolver em diálogos significativos, quebrando barreiras e promovendo um senso mais profundo de comunidade.
A língua gestual é um sistema de representação simbólica das letras do alfabeto, soletradas com as mãos. Nessa linguagem existem sinais para quase todas as palavras conhecidas. Para a execução dos sinais, usa-se o movimento das mãos, além das expressões facial e corporal, quando necessário.
Tal como acontece com as línguas faladas, não existe uma língua de sinais universal. As línguas gestuais mudam de acordo com a região e estima-se que existam mais de 200 pelo mundo. Cada uma utiliza-se da sua cultura para estabelecer os gestos que serão aplicados para as palavra ou frases.
A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é um meio legal de comunicação e expressão e foi assim reconhecida pela Lei nº 10.436/2002, que determina, ainda, o apoio na sua difusão e uso pelo poder público.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 10 milhões de brasileiros têm problemas auditivos e, destes, 2,7 milhões são surdos. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), entre os que têm alguma dificuldade auditiva, apenas 1,8% sabe usar a Libras, entre os que têm deficiência auditiva moderada, apenas 3%.
A audição é constituída por um sistema de canais que conduz o som até o ouvido interno, onde essas ondas são transformadas em estímulos elétricos e enviadas ao cérebro, órgão responsável pelo reconhecimento daquilo que se ouve. A surdez acontece quando há impossibilidade ou dificuldade de ouvir.
Causas:
– A surdez de condução é provocada pelo acúmulo de cera de ouvido, infecções (otite) ou imobilização de um ou mais ossos do ouvido. O tratamento é feito com medicamentos ou cirurgias;
– A surdez de cóclea ou nervo auditivo é desencadeada por: viroses, meningites, uso de certos medicamentos ou drogas, propensão genética, exposição ao ruído de alta intensidade, presbiacusia (provocada pela idade), traumas na cabeça, defeitos congênitos, alergias, problemas metabólicos, tumores. O tratamento, de acordo com cada caso, é feito com medicamentos, cirurgias, uso de aparelho.
Outros fatores que podem provocar surdez:
– Casos de surdez na família;
– Nascimento prematuro;
– Baixo peso ao nascer;
– Uso de antibióticos tóxicos ao ouvido e de diuréticos no berçário;
– Infecções congênitas, principalmente, sífilis, toxoplasmose e rubéola.
Prevenção da surdez:
– Durante a gestação, doenças como sífilis, rubéola e toxoplasmose podem provocar a surdez nas crianças. Por isso, faz-se necessária a orientação médica pré-natal. Mulheres devem tomar a vacina contra a rubéola antes da adolescência, para que durante a gravidez estejam protegidas;
– Teste da orelhinha: exame feito nos recém-nascidos permite verificar a presença de anormalidades auditivas;
– Cuidados com objetos pontiagudos, como canetas e grampos, pois se introduzidos nos ouvidos, podem causar sérias lesões;
– Atraso no desenvolvimento da fala das crianças pode indicar problemas auditivos, sendo motivo para uma consulta com um médico especialista;
– Uso de equipamentos de proteção para trabalhadores expostos aos riscos ocupacionais provocados pelo ruído;
– Acompanhamento da saúde auditiva dos trabalhadores, por parte das empresas, visando eliminar ou reduzir o ruído no ambiente de trabalho.
Fontes:
Agência Brasil
Câmara Paulista para Inclusão da Pessoa com Deficiência
Canadian Council on Rehabilitation and Work
Núcleo de Inclusão e Acessibilidade da UFRGS
O Periódico – Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)
Secretaria de Educação de Praia Grande (SP)
World Federation of the Deaf