Para celebrar o Dia Mundial de Combate à Poliomielite, foi criada a campanha 8 Dias de Ação pela Vacinação (24 a 31 de outubro), com os objetivos de conscientizar e apoiar os esforços de erradicação da doença em todo o mundo, incluindo a continuidade da vacinação e a manutenção das ações de vigilância epidemiológica. 2022 marca 31 anos desde o último caso de poliovírus selvagem na região das Américas.
As recentes detecções do vírus da pólio em Nova York e no Reino Unido aumentaram a conscientização pública sobre a ameaça contínua da doença. No início deste ano, um homem não vacinado de Nova York ficou paralítico, e o vírus foi detectado no sistema de esgoto em Londres. Este momento nos dá a oportunidade de enfatizar a importância da vacinação como a única forma de proteção contra a pólio e muitas outras doenças.
A data comemorativa oferece uma oportunidade para renovar o compromisso com a erradicação global e garantir que esse vírus não retorne às Américas. Em 1 a cada 200 pessoas infectadas com poliovírus, o vírus destrói partes do sistema nervoso e causa paralisia permanente das pernas ou braços.
A poliomielite, também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença viral infecciosa que afeta principalmente crianças pequenas. A transmissão ocorre por contato direto pessoa a pessoa, pela via fecal-oral (mais frequentemente), por objetos, alimentos e água contaminados com fezes de doentes ou portadores, ou pela via oral-oral, por meio de gotículas de secreções da orofaringe (ao falar, tossir ou espirrar).
Falta de saneamento, más condições habitacionais e higiene pessoal precária favorecem a transmissão. O poliovírus se multiplica no intestino e depois pode atingir o sistema nervoso central levando a quadros de meningite, meningoencefalite, encefalomielite. Cerca de 60% das pessoas infectadas desenvolvem a forma paralítica, com diversos graus de comprometimento. Nos casos graves, em que acontecem as paralisias musculares, os membros inferiores são os mais atingidos.
Os sintomas mais frequentes são febre, mal-estar, dor de cabeça, de garganta e no corpo, vômitos, diarreia, constipação (prisão de ventre), espasmos, rigidez na nuca e até mesmo meningite. Nas formas mais graves se instala a flacidez muscular, que afeta, em regra, um dos membros inferiores. Não existe tratamento específico – todas as vítimas de contágio devem ser hospitalizadas para receberem tratamento dos sintomas, de acordo com o quadro clínico do paciente.
As sequelas estão relacionadas com a infecção da medula e do cérebro pelo poliovírus, normalmente são motoras e não tem cura. As principais incluem problemas e dores nas articulações; pé torto, conhecido como pé equino, em que a pessoa não consegue andar porque o calcanhar não encosta no chão; crescimento diferente das pernas, o que faz com que a pessoa manque e incline-se para um lado, causando escoliose; osteoporose; paralisia de uma das pernas; paralisia dos músculos da fala e da deglutição, o que provoca acúmulo de secreções na boca e na garganta; dificuldade de falar; atrofia muscular; hipersensibilidade ao toque.
Fontes:
Pan American Health Organization
Rotary International
Sociedade Brasileira de Medicina Tropical