25/11 – Dia Nacional do Doador Voluntário de Sangue 2025
A campanha do Dia Nacional do Doador Voluntário de Sangue tem como objetivo sensibilizar e aumentar o número de doadores, conscientizando a sociedade sobre a importância de promover esse ato de solidariedade e de cidadania, independentemente de se conhecer ou não pacientes que necessitam de transfusão.
O Decreto nº 53.988/1964 instituiu a comemoração em 25 de novembro, data do aniversário de fundação da Associação Brasileira de Doadores Voluntários de Sangue (*). É, ainda, o mês que precede um período de estoques baixos nos bancos de sangue e hemocentros, em que as doações diminuem sensivelmente por causa do período de férias, festas de Natal e fim de ano, além do carnaval e outros feriados prolongados.
(*). Não foi possível confirmar se Associação Brasileira de Doadores Voluntários de Sangue está ativa.
No Brasil, até a década de 1980, o uso do sangue como terapia transfusional foi marcado pela remuneração da doação, que foi aos poucos incutida no imaginário coletivo, envolvendo sentimentos de troca ou favor, e não como um ato voluntário e de solidariedade.
Foi, portanto, a partir de 1980 que se evidenciou uma preocupação mundial sobre a segurança do sangue, em decorrência do aparecimento da Aids e da proliferação de doenças transmissíveis via transfusão sanguínea, intensificando-se o debate e as intervenções das autoridades sanitárias para acabar com o pagamento ao doador.
Em 2001, o Decreto nº 3.990 regulamentou o parágrafo 4º da Constituição Federal, quanto às atividades em hemoterapia e ao ordenamento institucional da Política Nacional de Sangue, Componentes e Derivados, reafirmando-se logo no artigo 1º, a proibição da comercialização do sangue:
“(..) vedada a compra, venda ou qualquer outro tipo de comercialização do sangue, componentes e hemoderivados, em todo o território nacional, seja por pessoas físicas ou jurídicas, em caráter eventual ou permanente. ”
Apesar de o Brasil ser referência na captação de sangue na América Latina, ter melhorado os índices de doação voluntária, e ter ampliado a faixa etária de candidatos à doação, muitos desafios ainda se apresentam, já que apenas 1,9% da população brasileira é doadora de sangue.
A doação de sangue é o processo pelo qual um doador voluntário tem seu sangue coletado para armazenamento em um banco de sangue ou hemocentro, onde fica disponível para ser usado em transfusões que podem salvar a vida de pessoas com doenças hematológicas variadas, com câncer, que se submetem a cirurgias eletivas de grande porte ou para emergências.
Uma pessoa adulta tem em média cinco litros de sangue. Em uma doação são coletados no máximo 450ml de sangue – pouco para quem doa, muito para quem precisa, pois não há nada que substitua esse composto de células que cumpre funções como levar oxigênio a cada parte do corpo, defender o organismo contra infecções e participar da coagulação, processo que consiste na transformação do sangue líquido num gel sólido, chamado de coágulo sanguíneo ou trombo, com o objetivo de parar uma hemorragia.
Todo sangue doado é separado em diferentes componentes (hemácias, plaquetas e plasma) e assim poderá beneficiar mais de um paciente com apenas uma unidade coletada. Os componentes são distribuídos para os hospitais para atender aos casos de emergência e aos pacientes internados.
Quem pode ser doador:
– Pessoas com idade entre 16 e 69 anos. Menores de 18 devem apresentar autorização;
– Pesar no mínimo 50 kg;
– Estar bem de saúde;
– Homens podem fazer 4 doações por ano, com intervalo de 60 dias entre cada doação;
– Mulheres podem fazer 3 doações por ano, com intervalo de 90 dias entre cada doação;
– Não estar em jejum e evitar alimentos gordurosos nas três horas que antecedem a doação;
– Apresentar documento original com foto. (Identidade, Carteira de Trabalho, Certificado de Reservista, carteira do conselho profissional ou Carteira Nacional de Habilitação).
Recomendações para antes de doar:
– Dormir pelo menos 6 horas na noite anterior à doação;
– Não tomar bebidas alcoólicas nas 12 horas que antecedem a doação;
– Evitar fumar por pelo menos 2 horas antes da doação;
– Não é necessário jejum, porém, recomenda-se:
– – Evitar alimentos gordurosos, como açaí, abacate, leite e seus derivados (queijo, iogurte, manteiga), massas, frituras, ovos, maionese, sorvete, chocolate, etc, pelo menos três horas antes da doação;
– – Se preferir doar depois do almoço, aguardar duas horas após ter se alimentado. O almoço deve ser leve, com carnes grelhadas, saladas, arroz e feijão sem carnes.
Recomendações para depois de doar:
– Manter-se hidratado;
– Alimentar-se logo após a doação;
– Evitar esforços físicos por 12 horas.
Importante:
– Doador com menos de 12 anos deverá ser acompanhado de um adulto;
– O candidato à doação será avaliado por profissionais de saúde para verificar se está apto a doar;
– É fundamental ser sincero ao responder as perguntas feitas durante a triagem, sem omitir informações importantes, pois disso depende a segurança do doador e do receptor.
Quem não pode doar:
Gestantes e quem está no período pós-gravidez (90 dias para parto normal e 180 dias para cesariana) e mulheres que estejam amamentando (até 12 meses após o parto).
Outros impedimentos, temporários ou definitivos, incluem: ter realizado alguns tipos de exames; procedimentos cirúrgicos, estéticos ou odontológicos; uso de medicamentos, drogas ilícitas e fumo; profissões ou atividades de lazer que envolvam risco; vacinas; viagens ou residência no exterior;
doenças, sintomas ou outros problemas de saúde.
Importância da doação:
A doação de sangue é um ato de solidariedade e cidadania, que tem importância vital para a saúde pública. Não há substituto para o sangue e sua disponibilidade é essencial em diversas situações:
– Atender casos de sangramentos agudos de urgência e emergência;
– Realização de cirurgias de grande porte e tratamentos de doenças crônicas que frequentemente demandam transfusões sanguíneas;
– Produção de medicamentos essenciais derivados do sangue e seus subprodutos.
Assim, além de agradecer aos doadores, a campanha objetiva:
– Assegurar a disponibilidade de sangue e seus derivados, garantindo a manutenção de estoques seguros capazes de atender às demandas;
– Conscientizar a população sobre a importância de doar sangue;
– Garantir a suficiência do sangue;
– Aumentar o número de doadores regulares;
– Garantir a segurança transfusional;
– Fortalecer a gestão dos serviços de hemoterapia;
– Apoiar a pesquisa e inovação.
Doar sangue é simples, rápido e seguro – um gesto nobre que impacta diretamente a vida de muitas pessoas.
Fontes:
Fundação Hemocentro de Brasília – Governo do Distrito Federal
Ministério da Saúde (1)
Ministério da Saúde (2)
Ministério da Saúde (3). Manual de orientações para promoção da doação voluntária de sangue
Publicado: Thursday, 01 de January de 1970