27/7 – Dia Mundial do Câncer de Cabeça e Pescoço


 

O câncer de cabeça e pescoço engloba todos os tumores malignos que se desenvolvem na boca, lábios, faringe, laringe, fossas nasais, seios paranasais, glândulas salivares e tireoide. Tumores cerebrais não fazem parte do cuidado do especialista em câncer de cabeça e pescoço e, sim, à área de neuro-oncologia.

– O câncer de boca, também chamado de cavidade oral é aquele que pode se desenvolver nas gengivas, língua, lábio, soalho bucal (a parte que fica embaixo da língua), palato duro (céu da boca) e a área atrás dos dentes do siso (retro molar).

– A tireoide é uma glândula que se localiza na parte frontal do pescoço, abaixo da região conhecida como pomo de Adão e tem a forma de uma borboleta, com 2 lobos – o lobo direito e o lobo esquerdo – ligada por uma região chamada istmo.

– O câncer de laringe é o nono tipo de câncer mais comum entre os homens brasileiros e o segundo mais comum na região da cabeça e pescoço, atrás apenas dos tumores de cavidade oral.

– A faringe é uma estrutura que conecta o nariz e a boca à laringe e ao esôfago. É o ponto de ligação entre o aparelho digestório e o respiratório. É formada por três regiões: nasofaringe, orofaringe e hipofaringe.

– As glândulas paratireoides são responsáveis por regular os níveis de cálcio no organismo. O câncer também pode se desenvolver nessa região, apesar de ser raro e a maioria dos casos serem benignos.

– Os cânceres de glândulas salivares são relativamente raros, representando em torno de 1% dos casos de câncer. A maioria dos tumores das glândulas salivares é benigna e é mais comum em homens do que em mulheres.

– O câncer de seios da face é duas vezes mais frequente em homens do que em mulheres. É mais comum em pessoas acima dos 55 anos

O câncer de cabeça e pescoço é mais comum a partir dos 40 anos. Os homens têm 2 a 3 vezes mais chances de desenvolvê-lo do que as mulheres, no entanto, a incidência em mulheres está aumentando.

De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), 80% dos diagnósticos da doença acontecem em fumantes ou ex-fumantes e o consumo de bebida alcoólica está presente em 50% dos casos.

Boa parte desses diagnósticos ocorre em razão de alguns hábitos de vida que são prejudiciais à saúde e, para se ter uma ideia, cerca de 40% dos casos de câncer de cabeça e pescoço poderiam ser evitados com a mudança desses hábitos.

Dentre os principais fatores de risco estão:

– Tabagismo: os fumantes têm risco maior do que os não fumantes de desenvolveram a doença. Uma pessoa que fuma tem 15 vezes mais probabilidade de desenvolver câncer de cabeça e pescoço do que um não fumante.

– Consumo de bebida alcoólica: o consumo regular de bebidas alcoólicas aumenta o risco de desenvolver a doença.

– Papilomavírus Humano (HPV): a infecção pelo HPV está associada ao desenvolvimento de câncer de garganta, base da língua e amígdalas, também conhecido como câncer de orofaringe.

Os sintomas mais comuns do câncer de cabeça e pescoço são:

– Ferida na boca que não cicatriza;
– Manchas esbranquiçadas na boca;
– Rouquidão;
– Nódulo palpável no pescoço;
– Dor de garganta que não melhora;
– Dor ou dificuldade para engolir ou respirar;
– Sangramento ou secreção persistente pelo nariz;
– Dor no ouvido;
– Dores de cabeça e tosse persistente.

Ao perceber algum desses sinais, que persista por mais de três semanas, deve-se buscar avaliação médica ou do dentista (no caso de ferida na boca) para que sejam realizados os exames necessários para o diagnóstico preciso.

Tratamento multidisciplinar:

Como parte do tratamento dos tumores da região da cabeça e pescoço pode ser necessário realizar uma cirurgia e, dependendo do estágio da doença, esse procedimento pode trazer algumas limitações estéticas, físicas e funcionais ao paciente ou, ainda, complementar o tratamento com radioterapia ou quimioterapia – ações terapêuticas que requerem acompanhamento multidisciplinar, de forma integrada com outras especialidades médicas, como a oncologia clínica, radioterapia, estomatologia, odontologia, fonoaudiologia, psicologia, fisioterapia, nutrição. Essa atuação conjunta trará os melhores resultados para o paciente.

Prevenção:

Cânceres de cabeça e pescoço poderiam ser evitados em 30% dos casos com a mudança de alguns comportamentos. Entre eles:

– Não consumir nenhum produto derivado do tabaco (cigarro, narguilé, cachimbo, charuto, cigarro de palha, vape, entre outros);
– Não consumir bebida alcoólica em excesso;
– Vacinar-se contra o HPV;
– Adotar uma dieta equilibrada, rica em frutas, verduras, legumes, fibras e cereais;
– Manter o peso adequado;
– Praticar atividade física regularmente;
– Usar preservativo durante a relação sexual;
– Manter boa higiene bucal;
– Não se expor ao sol sem protetor solar, inclusive nos lábios.

Conhecer e estar atento aos possíveis sintomas e procurar avaliação médica em caso de suspeita é fundamental, pois cerca de 70% dos casos de câncer de cabeça e pescoço são descobertos já em estágio avançado devido à falta de informação sobre a doença.

Daí a importância da campanha do Dia Mundial do Câncer de Cabeça e Pescoço como estratégia de educação da sociedade a respeito da necessidade de conscientização, prevenção, diagnóstico precoce e tratamento desses tipos de câncer, cujas chances de sucesso no tratamento são superiores a 90%, quando descobertos cedo.

 

Fontes:

Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh)
Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço (GBCP)
International Federation of Head and Neck Oncology Societies (IFHNOS)