29/10 – Dia Mundial do AVC (Acidente Vascular Cerebral)


 

A campanha do Dia Mundial do Acidente Vascular Cerebral (AVC), celebrada em 29 de outubro, pretende melhorar a conscientização e a compreensão do público sobre o problema, com foco na prevenção, no conhecimento dos sintomas e nas necessidades dos que sobrevivem a ele.

O foco da celebração em 2024 é o poder emocional do esporte para impulsionar a conscientização sobre o AVC e motivar a todos para agirem diariamente na redução dos riscos. Atuar como uma comunidade global permite destacar a importância da prevenção e encorajar os indivíduos a tomarem medidas para serem melhores que o AVC.

Cerca de 90% dos acidentes vasculares cerebrais estão associados a fatores de risco sobre os quais todos podem fazer algo, ou seja, prevenir. Isso significa ser melhor que o AVC!

Conhecido popularmente como derrame, o AVC tem dados alarmantes, mundialmente, sendo identificada uma morte por derrame cerebral a cada seis segundos, independentemente da idade ou sexo do paciente. Uma em cada 10 pessoas que sofreram um AVC terão outro nos 12 meses seguintes.

O problema atingiu proporções epidêmicas. Um em cada 4 adultos no mundo, com mais de 25 anos, terá um AVC durante a vida. 12,2 milhões de pessoas em todo o globo terão seu primeiro AVC ainda este ano e 6,5 milhões não sobreviverão.

No Brasil, em 2022, o AVC foi a principal causa de morte, com 11 óbitos a cada hora. Comparativamente, no primeiro semestre de 2022 ocorreram: 56.320 mortes por AVC; 52.665 mortes por infarto; 48.865 mortes por COVID-19.

A incidência de acidente vascular cerebral aumenta significativamente com a idade, no entanto, mais de 60% dos derrames ocorrem em pessoas com menos de 70 anos e 16% acontecem entre pessoas com menos de 50 anos.

 

O AVC acontece quando os vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea.

Existem dois tipos de AVC, que ocorrem por motivos diferentes:

– Hemorrágico: ocorre quando há rompimento de um vaso cerebral, provocando hemorragia. Esta hemorragia pode acontecer dentro do tecido cerebral ou na superfície entre o cérebro e a meninge. É responsável por 15% de todos os casos de AVC, mas pode causar a morte com mais frequência do que o AVC isquêmico.

– Isquêmico: ocorre quando há obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de oxigênio para células cerebrais, que acabam morrendo. Essa obstrução pode acontecer devido a um trombo (trombose) ou a um êmbolo (embolia). O AVC isquêmico é o mais comum e representa 85% de todos os casos.

O impacto do acidente vascular cerebral pode ser de curto ou longo prazo, dependendo de qual parte do cérebro é afetada e da rapidez com que é tratada.

Aqueles que sofreram um AVC podem ter perdas, incluindo dificuldades de mobilidade e fala, bem como na forma como pensam e se sentem.

Uma pessoa que sofre um derrame tem até seis horas para utilizar o medicamento específico (trombolítico) para reduzir ou evitar sequelas permanentes, portanto, o acesso rápido ao tratamento salva vidas e melhora a recuperação.

Os principais sinais de alerta para qualquer tipo de AVC são:

– Alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar;
– Confusão, alteração da fala ou compreensão;
– Alteração na visão, dor de cabeça súbita, intensa e sem causa aparente;
– Fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo.

Fatores de risco:

Existem fatores que podem facilitar o desencadeamento de um Acidente Vascular Cerebral e que são inerentes à vida humana, como o envelhecimento. Pessoas com mais de 55 anos possuem maior propensão a desenvolver o AVC. Características genéticas, como pessoas negras, e história familiar de doenças cardiovasculares também aumentam a chance. Esses indivíduos, portanto, devem ter mais atenção e fazer avaliações médicas mais frequentes.

Outros fatores, incluem:

– Hipertensão;
– Diabetes;
– Tabagismo;
– Consumo frequente de álcool e drogas;
– Estresse;
– Colesterol elevado;
– Doenças cardiovasculares, sobretudo as que produzem arritmias;
– Sedentarismo;
– Doenças do sangue.

Tratamento:

Tratar pessoas com AVC envolve 6 fatos importantes:

– Reconhecimento precoce dos sinais e sintomas;
– Receber atendimento especializado;
– Administração precoce dos medicamentos anticoagulantes necessários;
– Remover o coágulo sanguíneo (trombectomia mecânica) pode aumentar em 50% a chance de um bom resultado;
– Iniciar a reabilitação, ainda no hospital, o mais rápido possível;
– Tratar as condições que podem levar a outro AVC, incluindo mudanças no estilo de vida.

Prevenção:

De acordo com a World Stroke Organisation, 90% dos acidentes vasculares cerebrais são preveníveis por estarem associados a comportamentos modificáveis que se baseiam na adoção de medidas, como:

– Controle da pressão arterial, do diabetes e dos níveis de colesterol;
– Cessação do hábito de fumar e ou de ingerir bebidas alcoólicas;
– Prática de exercícios físicos;
– Alimentação balanceada e saudável;
– Cuidado com o estresse e a depressão;
– Controle do acúmulo de gordura abdominal.

 

Fontes:

Associação Ação AVC (Maceió – AL)
Associação Beneficente Síria – Hospital do Coração
Instituto de Desenvolvimento Tecnológico e Humano (Goiânia – GO)
Ministério da Saúde
World Stroke Organisation