A pandemia de COVID-19 em curso interrompeu quase todos os elementos da vida como a conhecemos e os exames de saúde de rotina não são exceção. Globalmente, o câncer é a segunda principal causa de morte. Por esse motivo, o Dia Mundial da Saúde Digestiva, por meio da World Gastroenterology Organisation, selecionou o câncer colorretal como o foco da campanha desse ano.
O câncer colorretal (CCR) é a segunda principal causa de morte relacionada ao câncer no mundo. A maioria dos casos progride através da sequência adenoma-carcinoma, apresentando oportunidades para remover lesões precursoras e prevenir o câncer ou identifica-lo em seus estágios iniciais e curáveis.
Os esforços de triagem do CCR são direcionados para a detecção do câncer em estágio inicial e remoção de lesões pré-cancerígenas.
Na última década, estudos têm evidenciado um preocupante aumento da incidência desse tipo de câncer em indivíduos mais jovens. Além disso, a pandemia de COVID-19 interrompeu os programas preventivos e criou um acúmulo de procedimentos de endoscopia em todo o mundo.
Agora, mais do que nunca, é necessário entender as tendências epidemiológicas recentes e os fatores de risco para o CCR, bem como retomar e otimizar os esforços para triar a doença.
Ao aumentar a conscientização mundial sobre os fatores de risco, os benefícios do rastreamento e as ferramentas práticas para implementar programas que investiguem a doença, será possível afetar a saúde humana geral em todo o mundo, em particular entre os países de baixo e médio recursos
No Brasil, segundo dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer), o CCR é o terceiro mais frequente entre os homens, logo após o câncer de próstata e de pulmão, e o segundo mais incidente nas mulheres, perdendo apenas para o câncer de mama.
Estimativa de novos casos: 40.990, sendo 20.520 homens e 20.470 mulheres (2020 – INCA);
Número de mortes: 20.245, sendo 9.889 homens e 10.356 mulheres (2020 – Atlas de Mortalidade por Câncer – SIM).
O câncer colorretal é um tumor maligno que se desenvolve no intestino grosso, isto é, no cólon ou em sua porção final, o reto. O principal tipo de tumor desse órgão é o adenocarcinoma. Em 90% dos casos, esse tumor se origina a partir de um pólipo adenomatoso que, ao longo dos anos, sofre alterações progressivas em suas células. Portanto, a principal forma de prevenção desse câncer é o seu rastreamento por exames como colonoscopias, visando a detecção e a retirada dos pólipos antes de se degenerarem em câncer.
Em geral, os sintomas aparecem apenas em estágios mais avançados. As principais alterações que devem chamar a atenção do paciente são:
– Presença de sangue nas evacuações, seja sangue vivo ou escuro, misturado às fezes, com ou sem muco.
– Sintomas irritativos, como alteração do hábito intestinal que cause diarreia crônica e necessidade urgente de evacuar, com pouco volume fecal.
– Sintomas obstrutivos, como afilamento das fezes, sensação de esvaziamento incompleto, constipação persistente de início recente, cólicas abdominais frequentes associadas a inchaço abdominal.
– Sintomas inespecíficos, como fadiga, perda de peso e anemia crônica.
Grandes estudos populacionais relacionam dietas ricas em bebida alcoólica, carne vermelha e embutidos com uma maior incidência de câncer colorretal.
Levar uma vida saudável, manter uma dieta rica em alimentos naturais com fibras, praticar atividade física regular e restringir carne vermelha, embutidos e álcool na dieta para ajudar a reduzir a formação de pólipos adenomatosos e, por consequência, esse tipo de câncer, são os principais fatores de prevenção da doença.
A data comemorativa mundial teve origem no aniversário de criação da World Gastroenterolgy Organisation, em 29 de maio de 1958.
Fontes: