Celebrado em 30 de outubro de cada ano, o Dia Nacional de Luta do Paciente Reumático foi instituído pela Portaria de Consolidação MS nº 1/2017, em seu art. 527.
A data pretende conscientizar, alertar e informar a população sobre a existência das doenças reumáticas que acometem grande parte dos brasileiros, incluindo crianças e adolescentes. Essas doenças, comumente chamadas de “reumatismo”, podem se manifestar de diversas maneiras e em todas as faixas etárias.
O termo engloba mais de 120 condições diferentes que afetam as juntas, ossos, músculos, cartilagens e tendões, além da pele e dos sistemas respiratório e gastrointestinal. E, ao contrário do que muitos pensam, essas doenças não ocorrem apenas entre os idosos e nem se relacionam ao envelhecimento. Para a maioria dos pacientes, surgem por volta dos 35 e 40 anos, tanto em homens quanto em mulheres, no auge da sua vida profissional.
Entre as mais comuns estão artrite reumatoide, artrose, osteoporose, gota, tendinites e bursites, febre reumática e fibromialgia. No entanto, a falta de diagnóstico precoce e a automedicação (o acesso aos medicamentos anti-inflamatórios é fácil), estão entre os maiores desafios no enfrentamento às doenças reumáticas, pois retardam a ida do paciente ao consultório médico e podem agravar a doença, provocando incapacidade física.
Segundo estimativas da Sociedade Brasileira de Reumatologia, as doenças reumáticas podem acometer cerca de 15 milhões de brasileiros e são uma das principais causas de auxílio doença, afastamento do trabalho ou aposentadoria precoce por doença.
As doenças reumáticas afetam todo o organismo – além das articulações – e não têm cura, mas com o diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem promover uma vida produtiva e com qualidade. As mais frequentes em adultos são oesteoartrite (artrose), artrites, espondiloartrites (como espondilite anquilosante, que pode se manifestar por uma simples dor nas costas).
Entre as principais doenças reumáticas que ocorrem na infância estão a Artrite Idiopática Juvenil, a Febre Reumática, a Vasculite por IgA, a Doença de Kawasaki, o Lúpus Eritematoso Sistêmico Juvenil, a Dermatomiosite Juvenil, as febres periódicas e a Fibromialgia Juvenil.
Sinais e sintomas:
Caracterizam-se por dor muscular generalizada, crônica, que pode persistir por mais de três meses. No entanto, não apresentam evidências de inflamação nos locais de dor.
São acompanhadas de sintomas como, sono não reparador e cansaço, distúrbios do humor como ansiedade e depressão, e muitos pacientes queixam-se de alterações da concentração e da memória.
Tratamento:
O tratamento medicamentoso vai variar de acordo com o estágio da doença, sua atividade e gravidade, devendo ser mais agressivo quanto mais agressiva for a doença. Deve ser sempre individualizado e modificado conforme a resposta de cada doente. Para alguns, há indicação de tratamento cirúrgico.
Fisioterapia e terapia ocupacional contribuem para que o paciente possa continuar a exercer as atividades da vida diária. A proteção articular deve garantir o fortalecimento da musculatura periarticular e adequado programa de flexibilidade, evitando o excesso de movimento. O condicionamento físico, envolvendo atividade aeróbica, exercícios resistidos, alongamento e relaxamento, deve ser estimulado observando-se os critérios de tolerância de cada indivíduo.
Como as doenças reumáticas têm caráter crônico, o seguimento com o médico reumatologista é imprescindível e deve ser contínuo. Apenas ele pode diminuir ou aumentar a dose das medicações, modificar o tratamento quando necessário ou indicar a terapia de reabilitação mais adequada a cada caso.
Prevenção:
Hábitos de vida saudáveis, com uma alimentação rica em cálcio; evitar o fumo; realizar atividades físicas regularmente; evitar excesso de bebida alcoólica e cafeína.
No caso de crianças, a melhor prevenção é o diagnóstico precoce. Se a criança já tem predisposição genética, apresenta sintomas, como, dores nas juntas e nas articulações, o responsável deve procurar um especialista o mais rápido possível.
As principais doenças reumáticas, são:
– Arterite de Takayasu: tipo de inflamação dos vasos sanguíneos que afeta de forma crônica a maior artéria do corpo humano, a aorta e também seus ramos primários;
– Artrite Idiopática Juvenil: doença inflamatória crônica que acomete as articulações e outros órgãos, como, pele, olhos, coração;
– Artrite Psoriática: tipo de artrite que afeta pessoas com psoríase;
– Artrite Reumatóide: doença inflamatória crônica que afeta várias articulações;
– Doença de Behçet: doença que provoca aftas recorrentes, associadas ou não a úlceras genitais, lesões de pele, dores articulares, inflamação no olho, alterações neurológicas, inflamação e trombose em veias, entre outros sintomas;
– Esclerodermia: doença do sistema imunológico que provoca o endurecimento da pele, que se torna espessa, lisa e sem elasticidade;
– Espondiloartrites: grupo de doenças como Espondilite Anquilosante, Espondiloartropatias Indiferenciadas, Artrite Reativa, Artrite Psoriásica, entre outras;
– Febre Reumática: doença inflamatória que pode comprometer as articulações, o coração, o cérebro e a pele de crianças de 5 a 15 anos;
– Fibromialgia: síndrome caracterizada por dor muscular generalizada e crônica, dor à palpação da musculatura, alterações do sono, cansaço e problemas com o humor, a concentração e a memória;
– Gota: doença inflamatória que acomete sobretudo as articulações e ocorre quando a taxa de ácido úrico no sangue está em níveis acima do normal;
– LER/DORT: LER é a sigla para “Lesões por Esforços Repetitivos” e representa um grupo de afecções do sistema musculoesquelético. DORT significa “Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho”;
– Lombalgia: dor na região lombar inferior que afeta mais pessoas do que qualquer outra afecção;
– Lúpus Eritematoso Sistêmico: doença inflamatória crônica, de origem autoimune, cujos sintomas podem surgir em diversos órgãos, de forma lenta e progressiva ou mais rapidamente;
– Osteoartrite ou Artrose: doença que se caracteriza pelo desgaste da cartilagem articular e por alterações ósseas, entre elas os osteófitos, conhecidos vulgarmente como “bicos de papagaio”;
– Osteoporosose: doença que pode atingir todos os ossos do corpo, fazendo com que fiquem fracos e com possibilidade de quebrarem aos mínimos esforços;
– Polimialgia Reumática e Arterite de Células Gigantes: doença que acomete pessoas acima de 50 anos, causando rigidez e dor no pescoço, ombros e quadris;
– Síndrome de Sjögren: doença autoimune que se caracteriza pela secura dos olhos e da boca;
– Síndrome Anti-Fosfolípide: distúrbio autoimune na coagulação do sangue que causa trombose em artérias e veias, além de complicações na gravidez;
– Vasculites: doença caracterizada pela inflamação de vasos sanguíneos, em que suas paredes são invadidas por células do sistema imunológico.
Fontes:
Agência Brasil
Escola Paulista de Enfermagem
Sociedade Brasileira de Reumatologia
Sociedade de Pediatria de São Paulo
Sociedade Mineira de Reumatologia