Esclerose múltipla (EM) é a doença neurológica que mais afeta jovens adultos no mundo (a idade média ao diagnóstico é de 30 anos), sendo na sua maioria, mulheres.
A enfermidade foi descrita pela primeira vez em 1868 pelo médico francês Jean-Martin Charcot e, segundo estimativas da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM), afeta cerca de 40 mil brasileiros.
É crônica, progressiva e autoimune, ou seja, as células de defesa do corpo atacam o próprio sistema nervoso central, cérebro e medula espinhal, destruindo o tecido protetor (mielina), que envolve as fibras nervosas, impedindo ou alterando a transmissão das mensagens do cérebro para as diversas partes do corpo.
Um exemplo do que ocorre na EM: os estímulos cerebrais que o cérebro envia à mão, não chegam adequadamente, causando paralisia, dormência ou incoordenação do movimento.
Há três tipos de EM:
– Forma remitente-recorrente: é o tipo mais comum e afeta cerca de 85% dos pacientes com EM. Caracteriza-se pela ocorrência de surtos súbitos – crises inflamatórias que danificam a bainha de mielina causando cicatrizes, também chamadas de placas ou lesões, que provocam degeneração das fibras nervosas ou axônios. Ocorrem aleatoriamente, variando em número e frequência, de pessoa para pessoa.
– Forma primária: o paciente não apresenta surtos mas desenvolve sintomas e sequelas progressivamente.
– Esclerose múltipla secundária progressiva: o paciente apresenta inicialmente surtos e remissões e, após algum tempo, a doença se torna progressiva com piora de forma lenta.
Sintomas:
– fadiga;
– distúrbios visuais;
– rigidez;
– fraqueza muscular;
– desequilíbrio;
– alterações sensoriais;
– dor;
– disfunção da bexiga e/ou do intestino;
– disfunção sexual;
– dificuldade para articular a fala;
– dificuldade para engolir;
– alterações emocionais;
– alterações cognitivas.
Tratamento:
Embora não exista cura, há tratamentos medicamentosos que buscam reduzir a atividade inflamatória e a ocorrência dos surtos ao longo dos anos, contribuindo para a diminuição do acúmulo de incapacidades durante a vida do paciente e, além do foco na doença, tratar os sintomas é muito importante para sua qualidade de vida. Os medicamentos utilizados, bem como todo o tratamento, devem ser indicados e acompanhados pelo médico neurologista de forma individualizada.
Recomendações:
– Embora não altere a evolução da doença, é importante manter a prática de exercícios físicos, pois eles ajudam a fortalecer os ossos, a melhorar o humor, a controlar o peso e a atenuar sintomas como a fadiga;
– Quando os movimentos estão comprometidos, a fisioterapia ajuda a reformular o ato motor, dando ênfase à contração dos músculos ainda preservados;
– O tratamento fisioterápico associado a determinados medicamentos ajuda também a reeducar o controle dos músculos que controlam a eliminação de fezes e urina (esfíncteres);
– Nas crises agudas da doença, é aconselhável que o paciente permaneça em repouso.
O Dia Nacional de Conscientização Sobre a Esclerose Múltipla é uma data comemorativa instituída pela Lei nº 11.303/2006 e tem como objetivos dar maior visibilidade à doença, informar a população e alertar para a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado.
Fontes:
Agência Senado
Associação Brasileira de Esclerose Múltipla – ABEM
Câmara Municipal de São Paulo
Dr. Dráuzio Varella
Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás
Universidade Federal do Pará