08/10 – Dia Nacional de Doação de Cordão Umbilical


 

O sangue de cordão umbilical, aquele encontrado no interior do cordão que liga o recém-nascido à placenta, é rico em células jovens, imaturas e com capacidade de dar origem a todas as células do sangue.

Após o nascimento, o cordão umbilical é lacrado com uma pinça e separado do bebê, cortando sua ligação com a placenta e, rotineiramente, é descartado. Porém, cerca de 70 – 100 ml desse sangue permanecem no cordão e na placenta, tornando-o importante fonte de obtenção de células capazes de produzir os elementos sanguíneos (hemácias, leucócitos e plaquetas) essenciais para transplantes de medula óssea.

Existem muitas doenças graves cujo tratamento necessita do transplante deste tipo de célula e, durante vários anos, a única fonte era a medula óssea. Mas, para que o transplante de medula possa ter sucesso, é necessário que ela seja o mais compatível possível com o paciente e, achar um doador assim é muito difícil, mesmo na própria família.

O sangue do cordão umbilical é um material facilmente obtido e manipulável, que não necessita ser totalmente compatível com o receptor, como no caso da medula óssea, sendo baixa a possibilidade de rejeição.

Na doação, essa quantidade de sangue que permanece no cordão e na placenta é drenada para uma bolsa de coleta. Em seguida, já no laboratório de processamento, as células-tronco são separadas e preparadas para o congelamento, podendo manter-se armazenadas por vários anos no Banco de Sangue de Cordão Umbilical e disponíveis para serem transplantadas.

Como qualquer outra doação, é voluntária, confidencial e nenhuma troca de informação é permitida entre a doadora e o receptor. Existem as opções de doação para banco público, onde o material pode ser utilizado por qualquer paciente que necessite de um transplante ou pode ser feita a doação familiar direcionada, onde o sangue pode ser utilizado em benefício de alguém da família que precise do transplante. Nesse caso, é a mãe do bebê que autoriza.

A principal vantagem é que as células do cordão estão imediatamente disponíveis. Não há necessidade de localizar o doador e submetê-lo à retirada da medula óssea. Além disso, não é necessária a compatibilidade total entre o sangue do cordão e o paciente.

A maior desvantagem é a dose de utilização, uma vez que a doação ocorre em uma única coleta (sem possibilidade de nova coleta) e o volume é restrito. Por isso, o número de células-tronco pode ser limitado. Assim, existe um limite de peso para o paciente, em função da quantidade de células-tronco retiradas do sangue do cordão. Os pacientes precisam ter entre 50kg e 60kg. No entanto, hoje se utiliza uma técnica de adicionar dois cordões para um mesmo paciente, o que proporciona o uso em adultos com maior peso.

A coleta ocorre após o nascimento do bebê, durante o período em que ele está recebendo os primeiros cuidados pelo pediatra, e o médico está aguardando a saída da placenta do organismo materno. A coleta, portanto, não interfere no trabalho de parto e nem na saúde do bebê ou da mãe.

O sangue do cordão é uma das fontes de células-tronco hematopoiéticas para o transplante e este é o único uso deste material atualmente. O transplante é indicado para pacientes com leucemias, linfomas, anemias graves, anemias congênitas, hemoglobinopatias, imunodeficiências congênitas, mieloma múltiplo, além de outras doenças do sistema sanguíneo e imune.

No Brasil, os 12 Bancos Públicos de Sangue do Cordão Umbilical são coordenados pela Rede BrasilCord e tem o objetivo de diversificar o material genético disponível para transplantes de medula óssea, além de facilitar a localização de doadores compatíveis em todo o território nacional.

A rede mantem convênio com determinadas maternidades para coleta dos cordões e as doações só podem ser realizadas nesses hospitais conveniados, onde existem equipes treinadas para realizar a abordagem da gestante, acompanhamento da gestação e coleta do material no momento do nascimento da criança.

Critérios para a doação:

A gestante deve ter entre 18 e 36 anos, ter feito no mínimo duas consultas de pré-natal documentadas, estar com idade gestacional acima de 35 semanas no momento da coleta e não possuir, no histórico médico, doenças neoplásicas (câncer) e / ou hematológicas (anemias hereditárias, por exemplo).

 

Confira os Bancos de Cordão da Rede BrasilCord!

 

O Dia Nacional de Doação de Cordão Umbilical é uma data comemorativa em saúde instituída pela Lei nº 13.309/2016, com o objetivo de estimular esse tipo de doação, pois o material que seria jogado fora tornou-se, em alguns casos, a única chance de transplante para vários doentes.

 

Fontes:

Associação da Medula Óssea
Núcleo de Telessaúde de Sergipe
Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME) – Instituto Nacional de Câncer (INCA)