O Dia Mundial do Cérebro, celebrado em 22/7 desde 2014, é uma campanha global dedicada à promoção da saúde cerebral para todas as idades, tornando esta iniciativa um marco histórico no estabelecimento da saúde cerebral como uma prioridade universalmente reconhecida.

Alinhado ao Intersectoral global action plan on epilepsy and other neurological disorders (2022-2031) e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, o movimento, este ano, busca promover uma estratégia abrangente e prática que integre percepções regionais e promova mudanças sustentáveis em todo o mundo, pois acredita-se firmemente que a saúde do cérebro é essencial para o bem-estar individual e para o progresso social.

Priorizar a saúde do cérebro desde antes do nascimento até a velhice possibilita prevenir ou retardar muitos problemas neurológicos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca duas abordagens principais:

– Prevenção Primária: Prevenir os problemas antes que eles comecem. Isso inclui boa nutrição, imunizações, redução de fatores de risco (como tabagismo) e educação em saúde clara em todas as fases da vida.

– Prevenção Secundária: Detecção precoce e tratamento imediato. Exames regulares, check-ups e cuidados médicos oportunos detectam problemas em seus estágios iniciais, melhorando os resultados e reduzindo o risco de danos a longo prazo.

Mas prevenção é apenas uma parte da história. Conscientização, educação, acesso e mobilização também desempenham papéis cruciais. Juntos, esses esforços capacitam indivíduos e comunidades a adotar hábitos e políticas favoráveis ao cérebro.

O tema de 2025: “Saúde cerebral para todas as idades” está estruturado em torno de cinco mensagens-chave para ação:

– Conscientização: elevar o debate global sobre a saúde do cérebro combatendo o estigma e promovendo o reconhecimento precoce de distúrbios neurológicos.

– Educação: Capacitar profissionais de saúde, cuidadores e o público com os mais recentes conhecimentos científicos e treinamento prático é essencial para o avanço das iniciativas de saúde cerebral.

– Prevenção: Enfatizar medidas baseadas em evidências, como nutrição na primeira infância, vacinação, controle da hipertensão e modificações no estilo de vida para reduzir os fatores de risco.

– Acesso a cuidados e gestão de deficiências: é fundamental garantir que cuidados neurológicos de alta qualidade, serviços de reabilitação e tecnologias assistivas sejam acessíveis e baratos, especialmente em países de baixa e média renda.

– Mobilização: Ao promover mudanças políticas, aumentar o financiamento de pesquisas e fortalecer a infraestrutura de saúde, é possível reduzir a carga global de distúrbios neurológicos.

Apoio em todas as idades:

A saúde e os hábitos dos pais antes da concepção moldam o desenvolvimento futuro do cérebro do bebê. Uma boa nutrição, exames regulares e escolhas de estilo de vida equilibradas estabelecem uma base sólida.

Na gravidez: O bem-estar físico e emocional da mãe é vital para o crescimento saudável do cérebro no útero. Cuidados pré-natais, nutrição adequada e gerenciamento do estresse ajudam a proteger a mãe e o bebê.

Na infância: Os primeiros anos são fundamentais para a aprendizagem, o crescimento emocional e o desenvolvimento social. Ambientes seguros, imunizações e uma parentalidade positiva formam uma base sólida para a saúde cerebral ao longo da vida.

Na idade adulta: Um estilo de vida equilibrado — alimentação saudável, exercícios e controle do estresse — mantém o cérebro alerta e reduz o risco de muitas condições neurológicas.

Na idade adulta tardia: Exames regulares, detecção precoce de condições como demência e manter-se socialmente engajado ajudam a preservar a independência e a qualidade de vida nos anos posteriores.

O que é saúde cerebral?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde cerebral como o estado de funcionamento do cérebro nos domínios cognitivo, sensorial, emocional e motor, permitindo que os indivíduos alcancem seu pleno potencial ao longo da vida, independentemente da presença ou ausência de distúrbios. Otimizar a saúde cerebral envolve abordar fatores físicos, ambientais e sociais, que não apenas melhoram o bem-estar mental e físico, mas também promovem o crescimento social e econômico.

A manutenção de mentes afiadas, resilientes e ativas influencia a forma como se pensa, se aprende, se lembra e se gerencia o estresse. Um cérebro saudável é essencial para o bem-estar, relacionamentos fortes e independência em todas as fases da vida.

Com cerca de 10 bilhões de conexões entre neurônios que ajudam a ler, a escrever, a aprender, a pensar, a sentir e a movimentar-se, o cérebro é responsável por coordenar todos os sistemas do corpo humano.

É um órgão complexo e fundamental que controla desde os batimentos do coração, os movimentos e a respiração, até os pensamentos, as emoções e a memória. Por isso, manter o cérebro saudável é essencial para a qualidade de vida, o bem-estar e a autonomia.

Fatores como estresse, sedentarismo e doenças crônicas não controladas podem afetar o cérebro e desencadear doenças neurológicas. Entre as mais comuns estão o Acidente Vascular Cerebral (AVC), as demências, as enxaquecas e a epilepsia, por exemplo.

Para diminuir o risco dessas e de outras doenças, é possível adotar medidas, como:

– Manter adequados os níveis de pressão arterial, glicemia e colesterol:
– Não fumar. O tabagismo afeta o sistema nervoso central, causa danos às artérias cerebrais e compromete o sistema de irrigação sanguínea do cérebro;
– Não consumir bebidas alcóolicas em excesso;
– Praticar atividades físicas regularmente. Se possível, musculação associada a atividade aeróbica, após adequada avaliação médica;
– Hábitos alimentares saudáveis contribuem para a saúde do cérebro. Alimentação variada e natural garante os nutrientes que o corpo precisa, evitando os alimentos ultraprocessados;
– Treinar as capacidades cognitivas do cérebro com estudo, leitura, aquisição de novas habilidades e aprendizados;
– Evitar a exposição excessiva a telas de computadores, tablets e celulares;
– Cuidar do sono: o sono é vital para a saúde cerebral, pois promove a recuperação, melhora a memória, previne doenças crônicas e otimiza o seu funcionamento.

Fontes:

Organização Mundial da Saúde (OMS)
Secretaria da Saúde do Ceará
Sociedade Paulista de Radiologia e Diagnóstico por Imagem
World Federation of Neurology (WFN)