ZIKA VIRUS; DESENVOLVIMENTO INFANTIL; DEFICIÊNCIAS DO DESENVOLVIMENTO; EPIDEMIAS

090
BRITTO, J. A. A. de et al. Desenvolvimento de crianças nascidas durante a epidemia do vírus Zika no Brasil: uma geração em risco? Ciência & Saúde Coletiva, v. 30, n. 4, p. e15022023, abr. 2025. Disponível em Scielo

No Brasil, durante a epidemia do vírus Zika, estudos se concentraram no desenvolvimento de crianças com exposição intrauterina ao vírus, apesar da recomendação de monitorar o desenvolvimento de crianças nascidas à época. Sabe-se que crianças, mesmo sem exposição intrauterina, podem ser afetadas no desenvolvimento por estresse ambiental, social e individual, e da saúde mental materna, durante epidemias de doenças emergentes. O objetivo foi avaliar a prevalência de atrasos no desenvolvimento cognitivo-linguagem-motor, identificar os fatores associados às variações nos escores de desenvolvimento e discutir os possíveis impactos dessa epidemia. Estudo transversal com 78 crianças sem exposição ao vírus, de 11 e 39 meses, avaliadas pela Bayley-III; 27% das crianças apresentaram atraso em pelo menos um domínio. A linguagem foi a mais afetada (24,4%). Não houve relação entre atrasos e fatores sociodemográficos. Dada a alta prevalência de atrasos no desenvolvimento e falta de estudos sobre o impacto da epidemia no desenvolvimento das crianças nascidas sem exposição intrauterina nesse período, questiona-se se essa geração teria riscos de desenvolvimento a longo prazo e recomenda-se o monitoramento do desenvolvimento até a idade escolar.



Publicado: Thursday, 01 de January de 1970

Termos e Condições de Uso | Política de Privacidade