POLUIÇÃO POR FUMAÇA DE TABACO; HIPERTENSÃO; BRASIL
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MATTOS, V. G. W. et al. Associação entre Tabagismo Passivo e Hipertensão: Um Estudo de Painel Com 621.506 Adultos do Brasil. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 122, n. 6, p. e20250024, 2025. Disponível em Scielo
Fundamento: O tabagismo passivo (TP), que afeta um grande número de pessoas, pode criar uma predisposição para doenças cardiovasculares de forma semelhante ao tabagismo ativo. No entanto, essa relação é pouco explorada na literatura científica. Objetivos: Este estudo teve como objetivo investigar a associação entre TP e hipertensão em uma população adulta no Brasil. Métodos: Este estudo de painel utilizou dados da população brasileira coletados por meio de uma pesquisa VIGITEL realizada entre 2009 e 2021. Os dados foram analisados por meio de regressão de Poisson com intervalo de confiança de 95% (IC95%). Resultados: A prevalência de hipertensão em nossa população foi de 24,9% (IC95% 24,6-25,1), e o TP foi observado em 16,3% (IC95% 16,0-16,5). A análise ajustada revelou que o TP leva a um alto risco de hipertensão (RP=1,10; IC95% 1,07 a 1,14), que foi surpreendentemente próximo ao risco entre fumantes pesados (>1 maço ou 20 cigarros por dia) (RP 1,09; IC95% 1,06 a 1,13). Outro achado digno de nota foi a maior prevalência de hipertensão entre ex-fumantes, destacando associações que estão mal explicadas na literatura. Conclusão: Foi encontrada uma associação significativa entre TP e hipertensão, demonstrando que fumantes passivos são tão propensos a desenvolver hipertensão quanto fumantes pesados. Portanto, recomendamos uma metanálise para consolidar as evidências sobre este assunto e fortalecer nossas descobertas.
Publicado: Thursday, 01 de January de 1970