POLUIÇÃO POR FUMAÇA DE TABACO; SAÚDE OCUPACIONAL; MEDICINA DO TRABALHO
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SANTOS, M; ALMEIDA, A; CHAGAS, D. Tabagismo passivo em contexto laboral. Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional, v. 18, esub0457, dez. 2024. Disponível em Scielo
Introdução/enquadramento/objetivos: Ao longo dos últimos anos a generalidade dos países foi desenvolvendo normas relativas à diminuição dos locais onde continua a ser possível fumar, nomeadamente em contexto laboral. Pretendeu-se com esta revisão resumir o que de mais recente se publicou sobre o tema. Metodologia: Trata-se de uma Revisão Bibliográfica, iniciada através de uma pesquisa realizada em abril de 2023 nas bases de dados “CINALH plus with full text, Medline with full text, Database of Abstracts of Reviews of Effects, Cochrane Central Register of Controlled Trials, Cochrane Database of Systematic Reviews, Cochrane Methodology Register, Nursing and Allied Health Collection: comprehensive, MedicLatina e RCAAP”. Conteúdo: O Tabagismo Passivo é definido como fumo de “segunda mão” que engloba uma mistura complexa de poluentes, permanecendo na poeira das superfícies locais onde se fumou, constituída pelos produtos tabágicos originais e os componentes originários pela respiração do consumidor direto, eventualmente reagindo a outros agentes presentes. Estes podem permanecer nas superfícies inertes, por vezes, por meses e a transmissão pode ocorrer pelo simples toque. Alguns investigadores estimam que existam neste contexto cerca de 4000 agentes químicos, dos quais 250 são tóxicos e 50 são inclusivamente carcinogênicos. O tabaco é uma das causas preveníveis de morte mundialmente e fator de risco modificável, por mecanismos que abarcam o dano de DNA, inflamação e stress oxidativo. Ele implica custos de saúde e de diminuição da produtividade laboral, em função das patologias associadas, nomeadamente cardiovascular, respiratória, oncológica, obstétrica e infeciosa. Discussão e Conclusões: Ao longo das últimas décadas verificou-se, globalmente, uma diminuição ao Tabagismo Passivo, devido à introdução de normas cada vez mais restritivas em relação aos locais onde ainda é permitido fumar, na sociedade em geral e, obviamente, em contexto de trabalho também. Os artigos selecionados não realçaram muito o seguinte detalhe, mas, criando-se áreas onde é permitido fumar na empresa, estas devem minimizar a exposição de todos os trabalhadores, tabagistas e, sobretudo, não fumadores. Seria desejável que os países/instituições onde as normas são menos restritivas e/ou cumpridas, tal se alterasse, de forma a todos os trabalhadores terem um ambiente laboral seguro. Para além disso, seria interessante perceber qual a opinião que os trabalhadores portugueses têm em relação a este tema, de que forma as normas são cumpridas nos seus locais de trabalho e quais as técnicas mais eficazes para obter mais sucesso neste contexto.
Publicado: Thursday, 01 de January de 1970