Autoridades de saúde aprovam novo Plano de Ação 2025-2030 para reduzir casos de morte e incapacidade nas Américas
Autoridades de saúde das Américas aprovaram no dia 1º de outubro um novo Plano de Ação 2025-2030 para a Prevenção e Manejo de Condições Crônicas Não Transmissíveis (CCNTs) durante o 62º Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). O plano marca um passo fundamental para o enfrentamento da principal causa de morte e incapacidade na Região.
A iniciativa visa acelerar a implementação de medidas para reduzir a carga das CCNTs e melhorar a qualidade de vida de milhões de pessoas afetadas por condições cardiovasculares, câncer, diabetes e condições respiratórias crônicas, por meio do fortalecimento dos sistemas de atenção primária à saúde (APS).
O plano propõe três linhas estratégicas de ação:
– Reduzir os fatores de risco para CCNTs e expandir as intervenções de promoção da saúde;
– Integrar a gestão das CCNTs nos cuidados de saúde primários;
– Fortalecimento da vigilância das CCNTs e seus fatores de risco.
Essas linhas de ação visam reverter uma tendência preocupante: as CCNTs são responsáveis por cerca de 6 milhões de mortes anualmente na Região, com quase 40% dessas mortes ocorrendo prematuramente, antes dos 70 anos.
As CCNTs afetam aproximadamente 240 milhões de pessoas nas Américas. Embora a última década tenha registrado progressos na redução do número de usuários de tabaco, o tabagismo continua sendo um importante fator de risco, juntamente com o consumo nocivo de álcool, a alimentação não saudável, a inatividade física e a obesidade. Por exemplo, mais de 35% dos adultos são fisicamente inativos e um em cada três adultos vive com obesidade. O acesso ao diagnóstico e ao tratamento também permanece limitado: apenas 36% das pessoas com hipertensão têm a pressão arterial manejada e mais de 40 milhões de pessoas com diabetes não têm acesso a tratamento adequado.
O plano de ação enfatiza a necessidade de uma abordagem que envolva todo o governo e toda a sociedade e destaca medidas importantes como:
– Políticas fiscais para reduzir o consumo de tabaco, álcool e bebidas açucaradas;
– Avisos na parte frontal da embalagem sobre alimentos ultraprocessados e restrições de marketing;
– Integração da prevenção e tratamento de CCNTs na atenção primária para melhorar as taxas de diagnóstico, tratamento e manejo;
– Vacinação contra o papilomavírus humano (HPV) e triagem para detecção precoce do câncer cervical;
– Uso de soluções digitais e ferramentas inovadoras para fortalecer a vigilância de dados, melhorar o monitoramento e apoiar a formulação de políticas baseadas em evidências.
O progresso da iniciativa será monitorado por meio de mecanismos de revisão bienais, com uma revisão intermediária em 2028 e um relatório final em 2031. A OPAS também apoiará os países na mobilização de recursos para implementar ações prioritárias.
Por meio deste plano, os países das Américas reafirmam seu compromisso com a saúde pública e o desenvolvimento sustentável, em um momento crítico para reduzir a carga das CCNTs na Região.
Fontes:
– Fórum Intersetorial de Condições Crônicas não Transmissíveis no Brasil
– MALTA, D. C. et al. Doenças Crônicas Não Transmissíveis na Revista Ciência & Saúde Coletiva: um estudo bibliométrico. Ciência & Saúde Coletiva, v. 25, n. 12, p. 4757–4769, dez. 2020. (Imagem)
Publicado: Thursday, 01 de January de 1970