23/11 – Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil 2025

O Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil, celebrado em 23 de novembro, é uma campanha anual instituída pela Lei nº 11.650/2008 com os objetivos de:

– Estimular ações educativas e preventivas relacionadas ao câncer infantil;
– Promover debates e outros eventos sobre as políticas públicas de atenção integral às crianças com câncer;
– Apoiar as atividades organizadas e desenvolvidas pela sociedade civil em prol das crianças com câncer;
– Difundir os avanços técnico-científicos relacionados ao câncer infantil;
– Apoiar as crianças com câncer e seus familiares.


O câncer é a principal causa de morte entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos, representando 8% dos óbitos nessa faixa etária. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estimam-se 7.930 novos casos por ano no Brasil, até 2025.


O termo câncer abrange mais de 100 diferentes tipos de doenças malignas que têm em comum o crescimento desordenado de células, que podem invadir tecidos adjacentes ou órgãos a distância.

Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores, que podem espalhar-se para outras regiões do corpo.

Os diferentes tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células do organismo. Quando começam em tecidos epiteliais, como pele ou mucosas, são denominados carcinomas. Se o ponto de partida são os tecidos conjuntivos, como osso, músculo ou cartilagem, são chamados sarcomas.

Os mais frequentes na infância e na adolescência são as leucemias (que afetam os glóbulos brancos), os do sistema nervoso central e os linfomas (sistema linfático).

Também acometem crianças e adolescentes o neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, frequentemente de localização abdominal), tumor de Wilms (tipo de tumor renal), retinoblastoma (afeta a retina, fundo do olho), tumor germinativo (das células que vão dar origem aos ovários ou aos testículos), osteossarcoma (tumor ósseo) e sarcomas (tumores de partes moles).

O câncer pediátrico representa apenas um percentual pequeno (aproximadamente 3%) em relação ao câncer de adultos. Por serem predominantemente de natureza embrionária, tumores na criança e no adolescente são constituídos de células indiferenciadas, o que, geralmente, proporciona melhor resposta aos tratamentos atuais.

Suas causas entre a população infantil são desconhecidas, entretanto, um pequeno número de casos, cerca de 10%, se devem a anormalidades genéticas ou hereditárias.


Sintomas:

Alguns sinais podem ser sintomas de câncer infanto-juvenil, mas muitas vezes são confundidos com doenças comuns da infância. É importante ficar atento e procurar um médico o quanto antes se algum dos sintomas abaixo persistir por mais de uma semana:

– Manchas roxas, caroços pelo corpo.
– Dores nos ossos, principalmente nas pernas, com ou sem inchaço.
– Perda de peso.
– Aumento ou inchaço na barriga.
– Palidez inexplicada e fraqueza constante.
– Aumento progressivo dos gânglios linfáticos.
– Dores de cabeça, acompanhadas de vômitos.
– Febre ou suores constantes e prolongados.
– Distúrbios visuais e reflexo anormal da pupila quando exposta à luz, conhecido como “reflexo do olho de gato”, perceptível em fotos com flashes por meio de um brilho branco diferente no olho da criança.


Cada tipo de câncer apresenta particularidades clínicas, dependendo da localização. Para ter sucesso no tratamento do câncer infantil são fundamentais medidas educativas para o diagnóstico precoce, assim como o rápido encaminhamento para início do tratamento em centros especializados, seguindo protocolos clínicos.


Tratamento:

Pela sua complexidade, o tratamento deve ser feito em centro especializado. Compreende três modalidades principais (quimioterapia, cirurgia e radioterapia), sendo aplicado de forma racional e individualizada para cada tumor específico e de acordo com a extensão da doença.

O tratamento é planejado de acordo com o diagnóstico do tumor, as suas características biológicas e a presença ou não de doença à distância do tumor.

O trabalho coordenado de vários especialistas (oncologistas pediatras, cirurgiões pediatras, radioterapeutas, patologistas, radiologistas, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, nutricionistas, farmacêuticos) também é determinante para o sucesso do tratamento.

Tão importante quanto o tratamento do câncer em si é a atenção dada aos aspectos sociais da doença, uma vez que a criança e o adolescente doentes devem receber atenção integral, no seu contexto familiar. A cura não deve se basear somente na recuperação biológica, mas também no bem-estar e na qualidade de vida do paciente. Nesse sentido, deve ser dado suporte psicossocial ao paciente e aos seus familiares desde o início do tratamento.


Prevenção e controle:

Diferentemente do câncer em adultos, o infanto-juvenil não está associado a causas externas como, por exemplo, exposição solar, tabagismo ou sedentarismo e, portanto, não existem medidas de prevenção da doença nesta faixa etária. Sua causa está ligada à alteração celular com o crescimento desordenado de algumas células do organismo. Como esse processo ocorre na fase de crescimento da criança ele é mais acelerado e pode se espalhar rapidamente para outras partes do corpo. Este é um dos motivos que faz com que o diagnóstico precoce seja tão importante e urgente.

A doença é totalmente tratável desde que diagnosticada em estágio inicial, o que é muito desafiador, pois os sintomas podem ser confundidos com outras condições comuns da infância.


Nas últimas cinco décadas, o progresso no tratamento do câncer infanto-juvenil tem sido muito significativo. A utilização combinada de terapias aliada a melhor compreensão da biologia da doença vem aumentando significativamente as taxas de sobrevida dos pacientes.

Hoje, em países desenvolvidos, em torno de 80% das crianças e adolescentes acometidos da doença podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados. A maioria deles terá boa qualidade de vida após o tratamento adequado. No Brasil ainda há necessidade de melhorar os resultados, pois muitas crianças chegam ao centro de tratamento com doença avançada.


Fontes:

Grupo de Apoio ao Adolescente e a Criança com Câncer (GRAACC)
Hospital Pequeno Príncipe (Curitiba – PR)
Instituto Nacional de Câncer (INCA)



Publicado: Thursday, 01 de January de 1970

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