MORTALIDADE INFANTIL


CAUSA BÁSICA DE MORTE

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BRENELLI-VITALI, Maria Aparecida; CASTRO, Rafael de; PAVARIN, Lílian Bianchi. Causas básicas de morte neonatal em uma maternidade de nível terciário: mudanças em uma década. Revista de Ciências Médicas, Campinas, v. 12, n. 4, p. 331-9, out./dez. 2003.

Trata-se de estudo descritivo das causas básicas de morte neonatal hospitalar (n=147), distribuídas por grupos de peso e idade gestacional, ocorridas entre os nascidos vivos de peso maior ou igual a 500 g, na maternidade do Centro de Assistência Integral a Saúde da Mulher da Universidade Estadual de Campinas, no período de 1/1/1996 a 31/12/1997, comparando-se os dados obtidos com aqueles (n=91) relativos ao período 1986-1987. As causas básicas de morte, definidas após revisão da evolução clínica e laboratorial do paciente e achados de necropsia, foram classificados pelo critério do Comitê de Mortalidade Perinatal de  Quebec. Houve diferença significativa no perfil das mortes neonatais dos dois períodos. Nos anos mais recentes, malformação congênita foi a causa mais freqüente dos óbitos, correspondendo a 46% deles, substituindo a asfixia, motivo mais comum dos casos em 1986-1987. Não houve diferença da participação de doença de membrana hialina e de infecção e, em 1996-1997, menor número de mortes foi classificado na categoria que agrupou todas as outras causas. Provavelmente a melhora na qualidade da assistência perinatal às gestantes e aos recém-nascidos nos anos 1996-1997, apesar da piora das características da população, diminuiu o número de mortes por causas evitáveis e daquelas consideradas desconhecidas ou indeterminadas, assumindo, então, as malformações importância capital. Por isto, a redução dos coeficientes de mortalidade no serviço implica rediscussão dos protocolos de atendimento das gestações de fetos com diagnóstico de anomalias congênitas. 

CRECHES

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VICO, Eneida S. Ramos; LAURENTI, Ruy. Mortalidade de crianças usuárias de creches no município de São Paulo. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 38, n. 1, p. 38-44, fev. 2004. Disponível em Scielo

Trata-se de estudo descritivo da mortalidade de crianças da faixa etária de zero a seis anos e 11 meses, matriculadas em toda a Rede Pública Municipal de Creches de São Paulo (Br), no período de 1995 a 1999. As variáveis de interesse foram sexo, idade, causa básica de morte, tempo de permanência na creche e sazonalidade. O coeficiente médio de mortalidade observado para o período foi de 36,4 por cem mil crianças. Do total das mortes, 32,7% ocorreram em menores de um ano e 78,4% em crianças com até três anos. Quanto ao tempo de permanência, 54,2% não chegaram a completar seis meses, destacando os três meses iniciais que concentraram 36,3% das mortes. A maioria dos óbitos ocorreu nos meses de inverno e outono, respectivamente, 31,8% e 29,6%. As causas de morte mais freqüentes foram de origem infecciosa: pneumonias (29,6%), infecção meningocócica (13,0%), meningites não meningocócicas (8,5%), gastroenterites (7,6%), varicela (5,4%). As causas externas representaram 13,5% devido a quedas, atropelamentos, afogamentos, queimaduras e agressões.

FATORES SOCIOECONÔMICOS

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COSTA, Maria da Conceição Nascimento; MOTA, Eduardo Luiz Andrade; PAIM, Jairnilson Silva et al. Mortalidade infantil no Brasil em períodos recentes da crise econômica. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 37, n. 6, p. 699-706, dez. 2003. Disponível em Scielo

A mortalidade infantil apresentou tendência decrescente (-59%) e forte correlação com a maioria dos indicadores analisados. Todavia, apenas as correlações entre coeficiente de mortalidade infantil e taxa de fecundidade total (e taxa de natalidade) diferiram significantemente de uma década para outra. A variação da fecundidade foi a principal responsável pela persistência do declínio da mortalidade infantil nos anos oitenta. No período seguinte, aqueles relacionados às condições de vida, principalmente, à atenção à saúde, talvez tenham sido mais importantes.

MORTALIDADE PERINATAL

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FONSECA, Sandra Costa; COUTINHO, Evandro da Silva Freire. Pesquisa sobre mortalidade perinatal no Brasil: revisão da metodologia e dos resultados. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 20, supl.1, p. 7-19, 2004. Disponível em Scielo

A mortalidade perinatal persiste como relevante evento em saúde pública, demandando estudos epidemiológicos, tanto para definir sua magnitude e variações temporais, como para identificar seus determinantes e apontar as intervenções adequadas. Existem ainda questões conceituais e metodológicas controversas, gerando heterogeneidade nos estudos e prováveis vieses. No Brasil, nos últimos anos, desponta uma produção crescente sobre o tema, principalmente no Sudeste e Sul. Foram revistos 24 artigos de 1996 a 2003, focalizando: definições e classificações utilizadas, fontes de dados, desenhos de estudo, formas de aferição das variáveis, modelos de análise estatística e principais resultados. A revisão mostrou a progressiva utilização de bancos de dados informatizados, principalmente o SINASC e o SIM, o pequeno número de estudos sobre natimortalidade, a incorporação ainda incipiente das classificações de causas e a discordância em relação a alguns fatores de risco.