A campanha do Dia Mundial do Vitiligo pretende, a longo prazo, gerar conscientização sobre a doença, seus métodos apropriados de atendimento e tratamento entre o público em geral e os prestadores de serviços de saúde e, ainda, arrecadar fundos necessários para a pesquisa.
Este ano, pretende-se levantar 1.000.000 de assinaturas a fim de que haja o reconhecimento, pelas agências relevantes da ONU e da OMS, de que:
– o vitiligo pode ser incapacitante ou considerado uma deficiência em algumas situações;
– é preciso ter estatísticas nacionais sobre a prevalência de vitiligo;
– é preciso concentrar a atenção dos sistemas nacionais de saúde no vitiligo e em seus fatores de risco;
– é preciso aumentar a conscientização e promover ações em uma plataforma global;
– é preciso integrar os cuidados ao vitiligo na política dos sistemas nacionais de saúde;
– é preciso reconhecer que esta doença negligenciada e debilitante está associada a graves complicações sociais;
– é preciso reconhecer a necessidade urgente de buscar esforços multilaterais no desenvolvimento de tratamentos e na educação em saúde.
O vitiligo é uma doença caracterizada pela perda da coloração da pele. As lesões formam-se devido à diminuição ou ausência de melanócitos (as células responsáveis pela formação da melanina, pigmento que dá cor à pele) nos locais afetados. As causas da doença ainda não estão claramente estabelecidas, mas alterações ou traumas emocionais podem estar entre os fatores que desencadeiam ou agravam a doença.
A doença é caracterizada por lesões cutâneas de hipopigmentação, ou seja, diminuição da cor, com manchas brancas de tamanho variável na pele. O vitiligo não é contagioso e não traz prejuízos a saúde física, no entanto, as lesões provocadas impactam significativamente na qualidade de vida e na autoestima do paciente.
Sintomas:
A maioria dos pacientes de vitiligo não manifesta qualquer sintoma além do surgimento de manchas brancas na pele. Entretanto, em alguns casos, os pacientes relatam sentir sensibilidade e dor na área afetada.
A maior preocupação dos dermatologistas são os sintomas emocionais que os pacientes podem desenvolver em decorrência do preconceito enfrentado por eles. Por isso, em alguns casos, recomenda-se o acompanhamento psicológico, que pode ter efeitos bastante positivos nos resultados do tratamento.
Tipos:
– Segmentar ou Unilateral: manifesta-se apenas em uma parte do corpo, normalmente quando o paciente ainda é jovem. Pelos e cabelos também podem perder a coloração.
– Não segmentar ou bilateral: é o tipo mais comum; manifesta-se nos dois lados do corpo, por exemplo, duas mãos, dois pés, dois joelhos. Em geral, as manchas surgem inicialmente em extremidades como mãos, pés, nariz, boca. Há ciclos de perda de cor e épocas em que a doença se desenvolve e, depois, há períodos de estagnação. Estes ciclos ocorrem durante toda a vida. A duração dos ciclos e as áreas despigmentadas tendem a se tornar maiores com o passar do tempo.
Tratamento:
O tratamento deve ser discutido com um dermatologista, conforme as características de cada paciente. Dentre as opções terapêuticas está o uso de medicamentos que induzem a repigmentação das regiões afetadas. Também é possível utilizar tecnologias como o laser, técnicas cirúrgicas ou de transplante de melanócitos. O tratamento do vitiligo é individualizado, e os resultados podem variar consideravelmente entre um paciente e outro. Por isso, somente um profissional qualificado pode indicar a melhor opção. É importante lembrar que a doença pode ter um excelente controle com a terapêutica adequada e repigmentar completamente a pele, sem nenhuma diferenciação de cor.
Prevenção:
Não existem formas de prevenção do vitiligo. Como em cerca de 30% dos casos há um histórico familiar da doença, os parentes de indivíduos afetados devem realizar vigilância periódica da pele e procurar o dermatologista caso surjam lesões de hipopigmentação, a fim de detectar e iniciar o tratamento da doença, precocemente.
Em pacientes com diagnóstico de vitiligo, deve-se evitar os fatores que possam precipitar o aparecimento de novas lesões ou acentuar as já existentes. Evitar o uso de roupas apertadas, ou que provoquem atrito ou pressão sobre a pele, e diminuir a exposição ao sol. Controlar o estresse é outra medida bem-vinda.
Fontes:
Dr. Dráuzio Varella
Sociedade Brasileira de Dermatologia
World Vitiligo Day