Pesquisadores de instituições sediadas no estado do Rio de Janeiro criaram, com tecnologia brasileira, um soro que pode ser uma arma valiosa no tratamento da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2). Desenvolvido por cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do Instituto Vital Brazil (IVB) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o soro, obtido a partir do sangue de cavalos, possui anticorpos neutralizantes – de 20 a 50 vezes mais potentes do que aqueles naturalmente encontrados no plasma sanguíneo de pacientes que já foram infectados pelo vírus e estão se recuperando.
Um elemento essencial do projeto é uma proteína do novo coronavírus, que tem se mostrado estratégica para diferentes usos e pesquisas: a chamada proteína S (responsável pela ligação e entrada do vírus na célula humana). Localizada na espícula do vírus, região que lembra uma coroa, com pequenas antenas, ela é considerada pelos cientistas um alvo preferencial do sistema imunológico quando este reage à infecção causada pelo novo coronavírus. Em outras palavras, o organismo produz grande quantidade de anticorpos contra esta proteína, quando é infectado pelo vírus.
Os pesquisadores aguardam a aprovação, ainda com prazo indeterminado, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), para a realização de testes clínicos (em humanos). Caso essa etapa seja aprovada, o soro pode ser aplicado para reforçar o sistema imunológico de pacientes com casos mais graves de Covid-19, como são usados os soros contra o tétano ou veneno de cobras.
Fonte:
Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ)