O desenvolvimento de vacinas nacionais no combate à COVID-19


A pandemia da COVID-19 revela, nesse momento, dificuldades inesperadas para a importação dos imunizantes disponíveis; conflitos diplomáticos por soberania na imunização; e a possibilidade de mutações no genoma do SarsCoV-2 tornarem variantes virais resistentes às vacinas atuais. Todos estes problemas trazem uma sensação de insegurança e descrédito na resolução desta crise sanitária, por parte dos brasileiros.

Neste sentido, se faz urgente e necessária a busca por autonomia tecnológica em nosso país. A pandemia nos mostra diuturnamente que estamos demasiadamente dependentes da importação de produtos e insumos para a saúde. Desta maneira, é de extrema importância o fomento ao desenvolvimento tecnológico nacional na área de saúde e biotecnologias com o objetivo de diminuir a dependência Brasileira por tecnologias importadas. Esta autonomia inclui tanto o desenvolvimento técnico, em instituições de ensino e pesquisa, como alterações nas políticas industriais, que tragam à indústria brasileira o protagonismo na produção de insumos biotecnológicos e de saúde. A autonomia tecnológica é uma questão estratégica e de soberania nacional, que vai além de considerações meramente econômicas.

O Relatório Técnico “Monitoramento de vacinas em desenvolvimento contra SARS-CoV-2”, elaborado pela Ministério da Saúde, mostrou que o Brasil possui 15 candidatas nacionais a novas vacinas em desenvolvimento contra SARS-CoV-2. A maior parte destas iniciativas são provenientes de projetos de pesquisa apoiados diretamente pelo MCTI, via FINEP e CNPq, e de projetos contemplados com investimentos do MCTI e MS por meio por meio da “Chamada Pública MCTI/CNPq/FNDCT/MS/SCTIE/Decit Nº 07/2020 – Pesquisas para enfrentamento da COVID-19, suas consequências e outras síndromes respiratórias agudas graves”.

Estes projetos estão sendo desenvolvidos em universidades e instituições de pesquisa públicas do país e vários estão em fase pré-clínica de estudo, com potencial concreto de iniciarem os estudos clínicos de segurança (fase I/II). Há possibilidade real e necessidade premente de termos uma solução nacional de vacina competitiva e com a qualidade, segurança e eficácia necessárias para atender às imprevisibilidades inerentes a uma pandemia e também aos anseios nacionais.

Fonte:

Sociedade Brasileira de Virologia