O Dia Mundial do Rim é uma campanha global que visa aumentar a conscientização sobre a importância dos nossos rins, disseminando informações sobre comportamentos preventivos, fatores de risco e como conviver com uma doença renal.
A data é comemorada na 2a. quinta-feira do mês de março e foi criada em 2006 pela iniciativa conjunta da International Federation of Kidney Foundations (IFKF) e da International Society of Nephrology (ISN) a fim de informar sobre o fundamental papel dos rins para a saúde geral, reduzir a frequência e o impacto da doença renal e seus problemas associados, em todo o mundo.
Mais de 10% da população mundial apresenta algum tipo de disfunção renal. Os números mais recentes mostram que a previsão é de um aumento de 17% para a próxima década. Enquanto isso, a doença renal já é reconhecida como um problema global de saúde pública. Os principais grupos de risco para o desenvolvimento da doença são: hipertensos, diabéticos, obesos e aqueles que tem histórico familiar de doença renal ou cardiovascular.
Ser diagnosticado com doença renal pode ser um grande desafio, tanto para o paciente quanto para as pessoas ao seu redor. Seu diagnóstico e tratamento, particularmente em estágios avançados, têm um impacto severo em suas vidas, reduzindo a capacidade dos pacientes e de seus familiares, de participar de atividades cotidianas como trabalho, viagens e socialização.
O Comitê Diretor que organiza o Dia Mundial do Rim escolheu o tema ‘Saúde renal para todos em todos os lugares: vivendo bem com doenças renais’ com o objetivo de educar e conscientizar os pacientes na compreensão da importância do seu envolvimento com os médicos e demais profissionais de saúde, na tomada de decisão compartilhada para que o manejo de sintomas seja mais eficaz, integrado e holístico para todos, além das terapias renais tradicionais.
É necessário desenvolver estratégias eficazes para identificar e gerenciar os sintomas que causam sofrimento, incluindo dor, problemas de sono, ansiedade, depressão, fadiga, estresse, mobilidade, fragilidade, deficiência cognitiva, problemas gastrointestinais, dentre outros, para que as pessoas cometidas por problemas renais possam viver bem com a doença e tenham uma melhor qualidade de vida relacionada à saúde.
Os rins têm muitas funções, dentre elas: regular a pressão arterial, “filtrar” o sangue, eliminar as toxinas do corpo, controlar a quantidade de sal e água do organismo, produzir hormônios que evitam a anemia e as doenças ósseas, entre outras.
A doença renal crônica (DRC) é a perda progressiva da função renal durante um período de meses ou anos. Cada um de seus rins tem cerca de um milhão de filtros minúsculos, chamados néfrons. Se os néfrons forem danificados, eles param de funcionar. Por um tempo, os néfrons saudáveis podem assumir o trabalho extra. Mas se o dano continuar, mais e mais néfrons desligarão. Depois de um certo ponto, os néfrons restantes não conseguem filtrar o sangue bem o suficiente para mantê-lo saudável.
Sintomas:
Uma pessoa pode perder até 90% das funções renais antes de apresentar quaisquer sintomas.
Em geral, nos estágios iniciais, a doença renal crônica (DRC) é silenciosa, ou seja, não há sintomas ou são poucos e inespecíficos. Por isto, o diagnóstico pode ocorrer tardiamente, quando o funcionamento dos rins já está bastante comprometido, muitas vezes em estágio muito avançado, sendo necessário tratamento de diálise ou transplante renal. Assim, a prevenção e o diagnóstico precoce da doença, com exames de baixo custo, como a dosagem da creatinina no sangue e o exame de urina simples, são fundamentais.
Os sinais de progressão da DRC incluem tornozelos inchados, fadiga, dificuldade de concentração, diminuição do apetite, sangue na urina e urina espumosa.
Tratamento:
Não há cura para a doença renal crônica, embora o tratamento possa retardar ou interromper a progressão da doença e prevenir o desenvolvimento de outras condições graves.
Os principais tratamentos são uma dieta adequada e medicamentos e, para aqueles que atingem o estágio final da doença renal, tratamento de diálise de longo prazo ou transplante de rim.
Nos estágios iniciais da doença, uma dieta adequada e medicamentos podem ajudar a manter o equilíbrio crítico do corpo que os rins normalmente controlariam. No entanto, na insuficiência renal, resíduos e fluidos se acumulam e é necessário o tratamento de diálise para remover esses resíduos e o excesso de fluidos do sangue.
A diálise pode ser feita por máquina (hemodiálise) ou usando fluido em seu abdômen (diálise peritoneal). Para alguns pacientes o transplante renal combinado com medicamentos e uma dieta saudável podem restaurar a função renal normal.
Diálise e transplante renal são conhecidos como terapias de substituição renal (TRS) porque tentam “substituir” o funcionamento normal dos rins.
Prevenção:
Cuidar da saúde de todo o organismo ajuda a proteger também a saúde dos rins! Além disso, é muito importante que se conheça os fatores de risco da doença renal para evitá-los e tratá-los. Os mais comuns são diabetes, hipertensão, dislipidemia, obesidade, doença cardiovascular e tabagismo. O uso de medicações tóxicas para os rins também pode comprometer sua função.
É importante praticar exercícios físicos, controlar o colesterol, a glicose, o peso e a pressão arterial, não usar medicamentos sem indicação médica, evitar o excesso de sal e de carnes vermelhas, realizar exames preventivos como o de urina e creatina e consultar o médico com regularidade.
Fontes:
International Federation of Kidney Foundations (IFKF)