ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE; CRIANÇA; SUS
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ESSWEIN, Georgius Cardoso; ROVARIS, Aline Facchin; ROCHA, Gabrielli Pohlmann; LEVANDOWSKI, Daniela Centenaro. Ações em saúde mental infantil no contexto da Atenção Básica do Sistema Único de Saúde (SUS): uma revisão integrativa da literatura brasileira. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, [online], v. 26, supl. 2, p. 3765-3780, 2021. Disponível em Scielo
Este estudo objetivou caracterizar as ações voltadas à saúde mental infantil (SMI) no contexto da Atenção Básica (AB), a partir de uma revisão integrativa da literatura brasileira (2006-2017). As buscas foram realizadas a partir das bases de dados LILACS, SciELO e do Portal BVS. Após a aplicação de critérios de inclusão e exclusão, identificaram-se 13 artigos para análise, que foram apresentados em três eixos temáticos: 1) Caracterização das demandas em SMI para a AB; 2) Ações e intervenções de SMI realizadas na AB; e 3) Dificuldades e proposições para a implementação das ações em SMI na AB. A literatura aponta, como as principais ações, a identificação de problemas de SMI e o seu encaminhamento para atendimento por especialidades. Alguns estudos descreveram ações específicas de profissionais médicos, pediatras e psicólogos. Também foram identificadas intervenções de caráter local ou em parcerias com universidades. A análise do material demonstrou a identificação da AB como um importante campo de atuação em SMI, mas que, no entanto, requer maiores investimentos em termos de formação profissional e organização do trabalho.
SERVIÇOS DE SAÚDE; GESTÃO EM SAÚDE; AVALIAÇÃO EM SAÚDE
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SANINE, Patrícia Rodrigues; SILVA, Letícia Isabel Ferreira. Saúde mental e a qualidade organizacional dos serviços de atenção primária no Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 37, n. 7, p. e00267720, 2021. Disponível em Scielo
Objetivou-se avaliar a qualidade das práticas de atenção às pessoas com sofrimento relacionado à saúde mental nos serviços de atenção primária à saúde do Brasil e sua associação com variáveis de estrutura organizacional por meio de pesquisa avaliativa com dados do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB), coletados em 2018. Foram excluídas as equipes que informaram não realizar esse tipo de cuidado. A soma dos 13 indicadores de saúde mental selecionados gerou um escore que foi distribuído em três grupos de qualidade: G1 (0 a 5 pontos – menor qualidade), G2 (6 a 9 pontos – qualidade mediana) e G3 (10 a 13 pontos – maior qualidade), e seus resultados foram associados a nove variáveis de contexto organizacional favorecedoras à permanência das equipes nos respectivos grupos de qualidade. Foram avaliadas 36.384 equipes, localizadas em 5.026 municípios. O escore variou entre 1 e 13 pontos (G1 = 9,7%; G2 = 25,1% e G3 = 65,2%). Ter ambiente que propicie dispensação de medicamento e privacidade na consulta, existência de médico especialista, psicólogo e farmacêutico, apoio matricial pelo Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF) e Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), além de reuniões de equipe semanal e/ou quinzenal, estiveram presentes em maior número entre as equipes que compuseram o grupo de maior qualidade (p < 0,001). Concluiu-se que condições estruturais relacionadas à infraestrutura e à disponibilidade de profissionais, assim como apoio matricial e espaços de reflexão para discutir a (re) organização dos processos de trabalho na atenção aos usuários com sofrimento relacionado à saúde mental são fatores que influenciam a qualidade da atenção, precisando ser considerados, especialmente, diante dos retrocessos políticos vivenciados.