O Dia Internacional do Câncer Infantil (ICCD) é uma campanha colaborativa global para aumentar a conscientização sobre o câncer infantil e seus desafios únicos, ao mesmo tempo em que mostra apoio a crianças e jovens com câncer, sobreviventes e suas famílias em todo o mundo.
É comemorado no dia 15 de fevereiro de cada ano e foi concebido em 2001 pela Childhood Cancer International (CCI), com a primeira campanha de conscientização global ocorrendo em 2002.
Para o triênio 2021–2023, a CCI explora a mensagem de que a maior taxa de sobrevivência é alcançável e traz três subtemas para cada ano:
2021: “a maior taxa de sobrevivência é alcançável através de nossas mãos”.
Para o ano de 2022, o slogan “a maior taxa de sobrevivência é alcançável através de suas mãos” deseja homenagear as equipes de saúde pelo impacto positivo na vida de crianças e adolescentes com câncer.
Para 2023 será: “a maior taxa de sobrevivência é alcançável através das mãos deles”.
Simbolizando que o câncer infantil é curável, a campanha utiliza uma imagem que representa a “Árvore da Vida”, onde veem-se mãos, que estão ali para simbolizar a cura em contexto regional, nacional e internacional. Já as raízes representam as ações para garantir o sucesso no tratamento.
Anualmente, mais de 400.000 crianças e adolescentes com menos de 20 anos são diagnosticados com câncer. A cada 3 minutos uma criança morre de câncer. O diagnóstico precoce e a melhoria do acesso aos cuidados podem salvar mais vidas.
A taxa de sobrevivência depende da região em que vivem, com 80% de sobrevivência na maioria dos países de alta renda e apenas 20% nos países de baixa e média renda.
O objetivo da Iniciativa Global de Câncer Infantil da Organização Mundial da Saúde (OMS) é eliminar toda dor e sofrimento das crianças que lutam contra a doença para que sejam alcançados pelo menos 60% de sobrevivência para as diagnosticadas com câncer em todo o mundo até 2030. Isso representa, aproximadamente, a duplicação da taxa de cura atual e pode salvar a vida de mais de um milhão de crianças na próxima década.
No Brasil, só para o ano de 2022, a estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA) é de 4.310 novos casos para o sexo masculino e de 4.150 para o feminino.
O câncer infanto-juvenil corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo.
Diferentemente do câncer do adulto, o câncer infanto-juvenil geralmente afeta as células do sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação. Por serem predominantemente de natureza embrionária, tumores na criança e no adolescente são constituídos de células indiferenciadas, o que, geralmente, proporciona melhor resposta aos tratamentos atuais.
Os tumores mais frequentes na infância e na adolescência são as leucemias (que afetam os glóbulos brancos), os que atingem o sistema nervoso central e os linfomas (sistema linfático).
Também acometem crianças e adolescentes o neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, frequentemente de localização abdominal), tumor de Wilms (tipo de tumor renal), retinoblastoma (afeta a retina, fundo do olho), tumor germinativo (das células que originam os ovários e os testículos), osteossarcoma (tumor ósseo) e sarcomas (tumores de partes moles).
Assim como nos países desenvolvidos, no Brasil, o câncer já representa a primeira causa de morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos.
Nas últimas quatro décadas, o progresso no tratamento do câncer na infância e na adolescência foi extremamente significativo. Hoje, em torno de 80% das crianças e adolescentes acometidos da doença podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados. A maioria deles terá boa qualidade de vida após o tratamento adequado.
Fontes:
A. C. Camargo Cancer Center
International Childhood Cancer Day
Instituto Nacional de Câncer
International Society of Paediatric Oncology