08/4 – Dia Nacional do Sistema Braille


 

Braille é um sistema de leitura através de pontos em relevo que podem ser lidos com os dedos por pessoas cegas ou com baixa visão.

O Braille não é uma língua e, sim, um código pelo qual muitos idiomas – como português, inglês, espanhol, árabe, chinês e dezenas de outros – podem ser escritos e lidos. É usado por milhares de pessoas em todo o mundo em suas línguas nativas e fornece um meio de alfabetização para todos.

 

Louis Braille nasceu em Coupvray, França, em 4 de janeiro de 1809. Frequentou o Instituto Nacional para Jovens Cegos em Paris, França, como estudante.

Naquela época, os livros eram criados usando impressão em relevo, que era trabalhosa de produzir, difícil de ler e para os indivíduos escreverem. Enquanto frequentava o Instituto, Braille ansiava por mais livros para ler. Assim, experimentou maneiras de criar um alfabeto que fosse fácil de ler com as pontas dos dedos.

O sistema de escrita que ele desenvolveu, aos quinze anos, evoluiu do código tátil “escrita noturna”, inventado por Charles Barbier para enviar mensagens militares que podiam ser lidas no campo de batalha à noite, sem luz.

O braille é produzido por uma “máquina de escrever” composta por sete teclas que formam diferentes combinações representando letras, números e outros sinais.

Com o desenvolvimento tecnológico na indústria de computadores, foi e continua sendo possível fornecer e expandir caminhos adicionais de alfabetização para usuários de braille.

Softwares e dispositivos eletrônicos portáteis permitem que os usuários salvem e editem sua escrita, para que sejam exibidas verbal ou taticamente e produzam uma cópia impressa por meio de uma impressora braille controlada por computador.

 

No Brasil, o Dia Nacional do Sistema Braille é celebrado em 8/4, em alusão à data de nascimento de José Alvares de Azevedo, primeiro professor cego do País e responsável por trazer o método para cá.

Nosso país foi o primeiro da América Latina a adotar oficialmente o sistema, inaugurando o Instituto Imperial dos Meninos Cegos, na cidade do Rio de Janeiro, no ano de 1854. Nessa escola, na década de 1870, teve início a produção de livros em Braille.

Hoje, a entidade se chama Instituto Benjamim Constant, e mais do que uma escola que atende crianças e adolescentes cegos, surdo cegos, com baixa visão e deficiência múltipla, é também um centro de referência, em nível nacional, para questões da deficiência visual, capacitando profissionais e assessorando instituições públicas e privadas nessa área, além de reabilitar pessoas que perderam ou estão em processo de perda da visão.

Desde a sua criação na França por Louis Braille no final do século XIX, o sistema tornou-se não apenas um meio eficaz de comunicação, mas também uma via essencial para alcançar e melhorar a alfabetização de pessoas cegas ou com perda significativa de visão.

A data comemorativa foi instituída pela Lei nº 12.266/2010 e prevê:

Art. 2º: No Dia Nacional do Sistema Braille, as entidades públicas e privadas realizarão eventos destinados a reverenciar a memória de Louis Braille, divulgando e destacando a importância do seu sistema na educação, habilitação, reabilitação e profissionalização da pessoa cega, por meio de ações que:

I – fortaleçam o debate social acerca dos direitos da pessoa cega e a sua plena integração na sociedade;
II – promovam a inserção da pessoa cega no mercado de trabalho;
III – difundam orientações sobre a prevenção da cegueira;
IV – difundam informações sobre a acessibilidade material, à informação e à comunicação, pela aplicação de novas tecnologias;
V – incentivem a produção de textos em Braille;
VI – promovam a capacitação de profissionais para atuarem na educação, habilitação e reabilitação da pessoa cega, bem como na editoração de textos em Braille.


Fontes
:

American Foundation for the Blind
Instituto Benjamin Constant
Instituto de Medicina Integral Prof. Fernandes Figueira (IMIP)
Organização Nacional de Cegos do Brasil (ONCB)