O Dia Internacional da Síndrome de Asperger é uma campanha que visa conscientizar sobre a condição que afeta aproximadamente 37,2 milhões de pessoas em todo o mundo.
18 de fevereiro homenageia o aniversário de Hans Asperger, pediatra austríaco que identificou a síndrome.
É uma data para celebrar os indivíduos que superam muitos desafios a cada dia e reconhecer suas conquistas como pessoas vivendo com Asperger – uma condição neurobiológica que faz parte dos Transtornos do Espectro do Autismo (TEA), classificado como a forma mais branda do quadro. Chamada de autismo leve ou autismo nível 1, ela provoca os mesmos sintomas do autismo clássico, mas em uma escala menor.
Os TEA são marcados por desordens do desenvolvimento neurológico presentes, desde o nascimento ou começo da infância, e apresentam três características principais: dificuldade de socialização, alterações comportamentais (manias, ações repetitivas, apego excessivo às rotinas, interesse intenso em coisas específicas), e, por último, dificuldades de comunicação por deficiência no domínio da linguagem e no uso da imaginação para lidar com jogos simbólicos.
É frequentemente identificada durante a infância e afeta o comportamento, a interação social, a comunicação, a capacidade de entender o que os outros podem estar pensando e a sensibilidade sensorial. É mais comum no gênero masculino, sendo oito vezes mais diagnosticada nesse grupo do que no feminino.
A grande maioria dos diagnósticos ocorre na fase escolar, quando a dificuldade de socialização, considerada a característica mais significativa do distúrbio, manifesta-se com maior intensidade, juntamente com o desinteresse por tudo que não se relacione com o hiperfoco de atenção.
Muitos comportamentos de crianças com síndrome de Asperger são bastante comuns em crianças pequenas – é quando tais comportamentos acontecem com frequência que a síndrome pode ser diagnosticada. Pais, familiares, professores e pessoas próximas à criança são mais propensos a notar tais comportamentos, embora possa levar anos até que a condição seja confirmada.
Características das pessoas com Síndrome de Asperger (SA):
– Interesses específicos e restritos ou preocupações com um tema em detrimento de outras atividades;
– Rituais ou comportamentos repetitivos;
– Peculiaridades na fala e na linguagem;
– Comportamento social e emocionalmente impróprio e problemas de interação social;
– Problemas com comunicação (não há comprometimento da linguagem, estritamente falando);
– Transtornos motores, movimentos desajeitados e descoordenados;
– Apresentar um Q.I. verbal significativamente mais elevado que o não-verbal;
– Dificuldades em relacionamentos – sente dificuldade em fazer amigos, conseguir parceiros, desinteresse sexual e afetivo por outrem;
– Às vezes as pessoas com SA podem ser consideradas rudes, frias nos seus comportamentos, mas na verdade é só seu modo de tentar reagir ou entender ações;
– Apresentar dificuldade em compreender as mensagens transmitidas por meio da linguagem corporal, não consegue “ler” as intenções do outro;
– Comportamentos variáveis, ora como uma pessoa adulta, ora como uma criança;
– Agir da maneira que acha mais confortável, sem se importar com a opinião alheia. Isto é válido principalmente em relação à forma de se vestir e aos cuidados com a própria aparência;
– Amor e rancor recíproco – como reagem mais pragmaticamente do que emocionalmente, suas expressões de afeto e rancor podem ser curtas e fracas;
– Pessoas com SA sentem-se compelidas a corrigir erros, ou aquilo que pensam estar errado, mesmo que não conheçam bem o assunto que corrigem. Por isso, podem parecer ofensivas;– Pessoas com SA, tipicamente, tem um modo de falar “pedante”, usando um registro formal muitas vezes impróprio para o contexto;
– A interpretação literal é outro traço comum, tendo dificuldade em identificar ironias, gírias, sarcasmo e metáforas;
– Tendem a aderir a uma rígida rotina. Lutar com as tarefas da vida cotidiana pode tornar-se um desafio.
Pessoas com Asperger ouvem, enxergam e percebem o mundo de forma diferente. Costumam processar detalhes ao seu redor, principalmente, com os sentidos, fazendo com que sons, cheiros, cores e sentimentos pareçam mais brilhantes, fortes e intensos. Também, têm a capacidade de dominar áreas de conhecimento em que se especializam, têm interesses intensos e são altamente focados.
A partir da suspeita, rotinas devem ser ajustadas e deve-se buscar ajuda especializada, cujo objetivo é aliviar os sintomas com a inclusão de terapias que abordem os três sinais básicos: baixa capacidade de comunicação, rotinas obsessivas ou repetitivas e imperícia física.
Terapias práticas como Análise do Comportamento Aplicada (ABA), Terapia Ocupacional, Fisioterapia, Psicologia e Fonoaudiologia são importantes, além de outras atividades, como: histórias sociais, apoio ao comportamento positivo, suportes visuais, ensino incidental, modelo sociopragmático de desenvolvimento (terapia que usa interações cotidianas entre cuidadores e crianças para promover a comunicação).
E para que se desenvolvam no campo profissional, suas aptidões devem ser detectadas e desenvolvidas com os objetivos de construir confiança, resiliência e rotina, desenvolver melhores relacionamentos, melhorar as tarefas e atividades da vida diária, participar de atividades da comunidade.
Fontes:
Escola Paulista de Enfermagem (UNIFESP)
Grupo Santa Casa de Franca (SP)
Prefeitura de Juiz de Fora (MG)
Sociedade de Pediatria de São Paulo
The FitLab Austrália