O Dia Mundial da Hipertensão é uma importante campanha criada pela World Hypertension League (WHL) e realizada pela primeira vez em 14 de maio de 2005, com o tema: Conheça seus números! A atividade foi um sucesso retumbante com a participação de 24 países e, desde então, tem sido um evento anual em constante expansão. Seu objetivo é comunicar ao público leigo a importância da hipertensão e suas graves complicações médicas e fornecer informações sobre prevenção, detecção e tratamento. Para fazer isso, é necessária a cooperação de profissionais de saúde, mídia, organizações voluntárias e governo de cada país.
Em 2023, o tema é “Meça sua pressão arterial com precisão, controle-a, viva mais”, com foco no combate aos baixos índices de conscientização em todo o mundo, especialmente em áreas de baixa e média renda, e métodos precisos de medição da pressão arterial. Alguns recursos incluem um curso on-line gratuito sobre medição automática precisa da pressão arterial oferecido pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e diretrizes para verificar a precisão dos monitores de PA em 16 idiomas.
A hipertensão afeta cerca de 1 em cada 6 adultos nas Américas e é o principal fator de risco para doenças cardiovasculares, que são a principal causa de morte na região, responsável por cerca de 2 milhões de vidas perdidas a cada ano.
O diretor da OPAS, Jarbas Barbosa, instou os países a intensificarem os esforços para melhorar o controle da hipertensão, uma medida que pode salvar cerca de 420 mil vidas nas Américas a cada ano.
Situação nas Américas:
– As taxas de hipertensão variam entre países e sub-regiões. As taxas mais altas são observadas na sub-região do Caribe de língua inglesa (25% dos adultos).
– A prevalência de hipertensão é ligeiramente maior entre os homens (37,6%) do que entre as mulheres (33%).
Os fatores de risco modificáveis para hipertensão incluem:
– Alta ingestão de sódio (sal): nas Américas, os adultos consomem cerca de 8,5g de sal por dia, 1,7 vezes mais do que os níveis recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), abaixo de 5g por dia.
– Sobrepeso e obesidade: cerca de 62,5% das pessoas nas Américas estão com sobrepeso ou obesidade, o índice mais alto de todas as regiões da OMS.
– Inatividade física: as Américas são as menos ativas das seis regiões da OMS.
Desafios:
– A hipertensão geralmente se apresenta sem sinais ou sintomas e, portanto, frequentemente não é diagnosticada e tratada.
– Nas Américas, entre os adultos de 30 a 79 anos, um terço dos homens (33%) e um quarto das mulheres (25%) com hipertensão desconhecem sua condição.
– Apenas 60% dos adultos com hipertensão são tratados, número que é maior entre as mulheres (67%) do que entre os homens (54%).
– Dos que recebem tratamento, apenas cerca de um terço dos adultos (30-79 anos) tem a hipertensão controlada (36%).
De acordo com o documento do Ministério da Saúde “Situação de hipertensão e diabetes no Brasil”, publicado em 2020, estima-se que 34 milhões de pessoas têm hipertensão arterial no país e o percentual de pessoas com hipertensão na Atenção Primária à Saúde, ou seja, o número de pessoas que, entre as cadastradas, apresentam a condição hipertensão, foi de 20,0% no segundo quadrimestre de 2021 (Relatório Quadrimestral de Monitoramento – 2º quadrimestre de 2022: Ministério da Saúde/Secretaria de Atenção Primária à Saúde).
Aproximadamente 400 mil pessoas morrem por ano no Brasil em decorrência de doenças cardiovasculares e a cada dois minutos uma pessoa sofre um acidente vascular cerebral (AVC) ou um infarto agudo do miocárdio, sendo que, em 80% dos óbitos por AVCs e em 60% dos que foram causados por infartos, os pacientes apresentavam hipertensão arterial.
A hipertensão caracteriza-se pela elevação dos níveis de pressão arterial, acima de 140×90 mmHg (milímetro de mercúrio), popularmente conhecida como 14/9 – o primeiro número se refere à pressão máxima ou sistólica, que corresponde à contração do coração; o segundo, à pressão do movimento de diástole, quando o coração relaxa.
A pressão alta (PA) pode ser primária, quando geneticamente determinada ou secundária, quando decorrente de outros problemas de saúde, como doenças renais, da tireoide ou das suprarrenais. É fundamental diagnosticar a origem do problema, para que seja introduzido o tratamento adequado.
Sintomas:
Tontura, falta de ar, palpitações, dor de cabeça frequente e alteração na visão podem ser os sinais de alerta, entretanto, a hipertensão geralmente é silenciosa, sendo importante medir regularmente a PA.
Principais causas:
Obesidade, histórico familiar, estresse e envelhecimento estão associados ao desenvolvimento da hipertensão. O sobrepeso e a obesidade podem acelerar em até 10 anos o aparecimento da doença. O consumo exagerado de sal, associado a hábitos alimentares não adequados também colaboram para o surgimento da doença.
Tratamento e cuidados após o diagnóstico:
A hipertensão, na grande maioria dos casos, não tem cura, mas pode ser controlada. Nem sempre o tratamento significa o uso de medicamentos, sendo imprescindível a adoção de um estilo de vida mais saudável, com mudança de hábitos alimentares, redução no consumo de sal, atividade física regular, não fumar, moderar o consumo de álcool, entre outros.
Complicações:
As principais complicações da hipertensão são derrame cerebral, também conhecido como AVC, infarto agudo do miocárdio e doença renal crônica. Além disso, a hipertensão pode levar a uma hipertrofia do músculo do coração, causando arritmia cardíaca. Seu tratamento, de forma continua, amplia a qualidade e a expectativa de vida.
Prevenção e controle:
– Manter o peso adequado, se necessário, mudando hábitos alimentares;
– Não abusar do sal, utilizando outros temperos que ressaltam o sabor dos alimentos;
– Praticar atividade física regular;
– Aproveitar momentos de lazer;
– Abandonar o fumo;
– Moderar o consumo de álcool;
– Evitar alimentos gordurosos;
– Controlar o diabetes.
Fontes:
Hospital do Coração – Associação Beneficente Síria
International Society of Hypertension
Ministério da Saúde. Hipertensão: vida saudável o melhor remédio
Organização Pan-americana da Saúde (OPAS)
Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas
Sociedade Brasileira de Cardiologia
World Hypertension League (WHL)