O lema da campanha do Dia Mundial do Doador de Sangue de 2023, “Doe sangue, doe plasma, compartilhe a vida, compartilhe com frequência”, concentra-se nos pacientes que precisam de suporte transfusional por toda a vida e destaca a importância de doar sangue ou plasma regularmente para criar um suprimento seguro, sustentável e sempre disponível, em todo o mundo, para que todos as pessoas que necessitarem possam receber o tratamento oportuno.
O sangue é responsável pela manutenção da vida do organismo, pois realiza o transporte de oxigênio e gás carbônico, além de nutrientes, excretas, hormônios e anticorpos. Sangue não tem substituto!
Toda e qualquer doação de sangue ou plasma é um presente valioso e vital, e a doação regular, voluntária e não remunerada é essencial para um suprimento de sangue seguro e sustentável. Um suprimento de sangue seguro, baseado em doações voluntárias e não remuneradas, é vital para todos os pacientes e, particularmente, para muitos que precisam de transfusões de sangue regulares por toda a vida, por exemplo, em casos como a doença falciforme ou a talassemia. As doações voluntárias e não remuneradas de plasma também desempenham um papel importante no apoio a pacientes com uma gama de doenças crônicas, como hemofilia ou imunodeficiências.
Entretanto, em muitos países, os serviços de sangue lutam para disponibilizar sangue em quantidade suficiente e, ao mesmo tempo, garantir sua qualidade e segurança. A falta de acesso a sangue e hemoderivados seguros, especialmente em países de baixa e média renda, afeta todos os pacientes, principalmente aqueles que precisam de transfusões regulares. Em muitos locais, também é necessário aumentar as doações de plasma para garantir que haja proteína plasmática suficiente disponível para os pacientes.
Uma das estratégias da Organização Mundial de Saúde (OMS) é ajudar os países de baixa e média renda do mundo a melhorar a disponibilidade e a qualidade do plasma humano, especialmente otimizando o uso do plasma recuperado de doações de sangue total e aumentando o acesso dos pacientes a tratamentos com proteínas plasmáticas que salvam vidas.
Principais mensagens da campanha:
– A necessidade de sangue é universal, mas o acesso ao sangue não é. A escassez de sangue é mais grave em países de baixa e média renda.
– Doações regulares de sangue são necessárias em todo o mundo para garantir que sangue e hemoderivados seguros e de qualidade estejam disponíveis para indivíduos e comunidades.
– Cada doação de sangue ou plasma é um presente precioso que salva vidas; a doação regular é a chave para um suprimento seguro e sustentável.
– A ampla participação do público em doações regulares de sangue e plasma garante que as proteínas do sangue e do plasma estejam disponíveis para todos quando forem necessárias.
– Os doadores de sangue e plasma fornecem coletivamente uma proteção valiosa para pacientes e comunidades.
– Garantir a segurança e o bem-estar dos doadores de sangue e plasma é fundamental; isso facilita o compromisso deles de doar regularmente.
– Um agradecimento especial aos doadores de sangue e plasma em nome das pessoas que precisam de transfusões ou tratamentos com proteínas plasmáticas por toda a vida. Nós vivemos porque vocês doam – muito obrigado!
Por que doar?
Qualquer pessoa pode necessitar de uma transfusão de sangue, seja devido a traumas provocados por acidentes, cirurgias ou no tratamento de doenças, como por exemplo, a anemia falciforme.
O sangue doado disponibiliza componentes sanguíneos necessários para a sobrevivência de quem precisa. Uma única doação pode beneficiar até 4 pessoas.
O que é feito com o sangue doado?
1 – Fracionamento: A bolsa de sangue total é centrifugada e separada em três componentes: concentrado de hemácias, concentrado de plaquetas e plasma.
2 – Exames laboratoriais: são realizados exames para determinação do grupo sanguíneo e para detecção de doenças transmissíveis pelo sangue.
3 – Liberação da bolsa: após a realização dos exames laboratoriais, a bolsa de sangue é liberada para transfusão.
4 – Transfusão: o sangue é utilizado principalmente nas grandes emergências (acidentes de trânsito, por armas, hemorragias agudas etc.), nas cirurgias e em pacientes com doenças oncológicas e hematológicas.
Quem pode doar?
– Pessoas saudáveis, sem sintomas gripais, que não tiveram contato com pessoas com suspeitas ou confirmação de Covid-19. Quem teve a doença pode doar dez dias após ser considerado curado. Após as vacinas, é necessário esperar alguns dias. Nos casos da vacina da gripe e da CoronaVac, é possível doar depois de dois dias. Para as demais vacinas contra a Covid-19, são necessários sete dias de intervalo;
– Pessoas entre 16 e 70 anos incompletos, com peso superior a 50 quilos. Adolescentes (16 e 17 anos) precisam ter autorização dos responsáveis legais;
– No dia da doação ter dormido pelo menos seis horas na noite anterior e não ter ingerido bebida alcoólica nas últimas 12 horas;
– Não ser usuário de drogas;
– Não estar grávida ou amamentando;
– Não ter efetuado contato sexual com pessoas que tenham comportamento de risco para doenças transmissíveis pelo sangue;
– Estar bem alimentado, observando o intervalo mínimo de 2 horas após o almoço e 1 hora após o café ou lanche, não ultrapassando 4 horas sem alimentação;
– Não fumar duas horas antes da doação;
– Portar documento original com foto.
Quanto sangue é extraído?
Pode-se retirar no máximo 9ml de sangue por quilo de peso. O mínimo de peso é 50 kg, para uma doação de uma bolsa com 450 ml sem nenhuma repercussão negativa para o organismo. O máximo de volume é 495ml.
O organismo repõe o volume de sangue doado no mesmo dia, sendo importante beber bastante líquido (suco, água).
Frequência para doar:
Homens podem doar a cada dois meses e mulheres a cada três meses. Essa diferença se deve à necessidade de mais tempo para recuperar o ferro apresentada pelas mulheres, devido às perdas no período menstrual.
Impedimentos para a doação:
Há critérios que permitem ou que impedem uma doação de sangue determinados por Normas Técnicas do Ministério da Saúde, visando à proteção do doador e a segurança de quem vai receber o sangue. Entre esses critérios estão:
– Febre (acima de 37°C);
– Gripe ou resfriado;
– Gravidez atual (90 dias após o parto normal, e de 180 dias após a cesariana);
– Amamentação (até 1 ano após o parto);
– Uso de alguns medicamentos;
– Anemia;
– Cirurgias;
– Extração dentária realizada nos últimos sete dias;
– Tatuagem: um ano sem doar. Só é preciso esperar um ano entre a data da tatuagem até a doação. Esse tempo serve como uma medida de segurança para as pessoas que vão receber o sangue, já que durante uma tatuagem, o possível doador pode ficar exposto a alguns tipos de doenças;
– Piercing: um ano sem doar. Localizado na cavidade oral e/ou região genital: um ano sem doar após a retirada;
– Vacinação: o tempo de impedimento varia de acordo com o tipo de vacina;
– Transfusão de sangue: impedimento por um ano.
Importante: Mais esclarecimentos são fornecidos durante a entrevista clínica que precede a doação.
Cuidados pós-doação:
Após a doação, descansar durante 5 ou 10 minutos. Tomar o lanche oferecido pelo Hemocentro. Não fumar pelo menos durante uma hora e não ingerir bebida alcoólica durante cinco horas. É importante não realizar esforço físico até o dia seguinte ao da doação usando o braço do qual foi retirado sangue.
E o mais importante: compartilhar a experiência com amigos e familiares motivando-os a também se tornarem doadores!
Oficialmente designada como um evento anual pela Assembleia Mundial da Saúde, em 2005, a data de 14 de junho foi instituída em homenagem ao nascimento de Karl Landsteiner (1868-1943), imunologista austríaco que descobriu o fator Rh, as tipificações dos grupos sanguíneos e a compatibilidade entre eles – descobertas que não só tornaram possível a realização de transfusões com total segurança e base científica, como também permitiram que inúmeros recém-nascidos com fator Rh diferente do de suas mães viessem ao mundo com saúde.
A campanha anual é uma oportunidade para celebrar e agradecer aos doadores voluntários de todo o mundo e, ainda, um momento para que sejam tomadas medidas que permitam alcançar o acesso universal a transfusões de sangue seguras.
Fontes:
Organização Pan-americana de Saúde (OPAS)
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT)
Universidade Federal de Pelotas (UFPEL)