A contaminação por mercúrio é uma preocupação ambiental e de saúde pública em todo o mundo. No Brasil, um País rico em recursos naturais, a presença de mercúrio e suas consequências têm sido objeto de estudo e monitoramento por décadas. A contaminação ocorre principalmente devido à atividade de mineração, especialmente em regiões onde a extração de ouro é intensa. O mercúrio é usado para separar o ouro dos sedimentos, formando uma amálgama que facilita a extração do metal precioso. No entanto, essa prática tem consequências devastadoras para o meio ambiente e representa uma ameaça à saúde.
Um dos principais problemas é a contaminação dos rios e dos peixes. O mercúrio liberado durante o processo de mineração acaba se depositando nas águas. Os peixes, em particular, acumulam o metal em seus tecidos ao longo do tempo e quando consumidos podem representar um risco significativo para a saúde, causando danos neurológicos e afetando o desenvolvimento fetal, por exemplo. O Pará, no norte do Brasil, é uma das regiões mais afetadas. A mineração de ouro no estado é intensa, e os rios da região têm níveis alarmantes de mercúrio. Comunidades ribeirinhas, que dependem da pesca como fonte de subsistência, estão sendo particularmente afetadas e enfrentam problemas de saúde e insegurança alimentar.
Os impactos adversos desse problema na saúde pública têm se tornado cada vez mais preocupantes, visto que a contaminação por mercúrio acarreta uma série de efeitos prejudiciais à saúde humana. Ele pode afetar o sistema nervoso central, resultando em danos cerebrais, problemas de aprendizagem e desenvolvimento cognitivo em crianças expostas durante a gestação. Além disso, pode causar distúrbios renais, cardiovasculares e imunológicos, comprometimento da visão e do sistema respiratório. O mercúrio circula no meio ambiente, em diferentes compartimentos, podendo estar presente na água, no solo, na chuva, nas nuvens, nos peixes, em todos os diferentes animais que vivem em ambientes aquáticos, tanto no rio quanto no mar ou nos lagos.
Para saber mais sobre o assunto, confira a entrevista do Dr. Paulo Cesar Basta, Médico e Pesquisador em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Coordenador da área TB Indígena da Rede Brasileira de Pesquisas em Tuberculose REDE-TB.
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