4 de março é o Dia Internacional de Conscientização sobre o HPV, data em que os holofotes globais apontam para um vírus para o qual há ferramentas para eliminar!
A data pretende aumentar a conscientização, destacar a importância da vacinação, do rastreamento e do tratamento precoce na prevenção do câncer cervical, ligado diretamente à infecção pelo Papilomavírus Humano.
O HPV é um vírus que possui mais de 100 tipos. Se instala na pele e em mucosas, tendo como principal forma de transmissão a relação sexual. Mais raramente, pode haver contágio pelo contato com as mãos, objetos ou roupas de uso pessoal contaminados e de mãe para filho, durante o parto.
A infecção pelo vírus não atinge somente mulheres – homens e crianças de ambos os sexos também podem contraí-lo e desenvolver diversas doenças, como verrugas, além de tumores do colo do útero, vagina, ânus, boca e garganta, vulva e pênis.
Embora o câncer cervical seja um dos tipos mais evitáveis ele ainda mata mais de 300.000 mulheres por ano em todo o mundo, sendo o quarto tipo de câncer mais comum em mulheres atualmente, com cerca de 90% das mortes ocorrendo em países de baixa e média renda.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), este é o terceiro tumor mais incidente entre as mulheres no Brasil.
Transmissão:
A transmissão se dá predominantemente por via sexual, mas existe a possibilidade de que ocorra verticalmente (mãe/feto), através da saliva, de autoinfecção e de infecção por perfuração ou corte com objetos contaminados pelo HPV.
Sintomas:
A infecção causada pelo HPV pode ser assintomática ou provocar o aparecimento de verrugas com aspecto parecido com o de uma pequena couve-flor na pele e nas mucosas. Se a alteração nos genitais for discreta, será percebida apenas por exames específicos. Se forem mais graves, as células infectadas pelo vírus podem invadir os tecidos vizinhos e formar um tumor maligno como o câncer do colo do útero e do pênis.
Tratamento:
O vírus do HPV pode ser eliminado espontaneamente, sem que a pessoa sequer saiba que esteve infectada. Uma vez feito o diagnóstico, porém, é necessário tratamento, que pode ser clínico (com medicamentos) ou cirúrgico: cauterização química, eletrocauterização, crioterapia, laser ou cirurgia convencional em casos de câncer instalado.
Prevenção:
Entre as formas de prevenção, além do uso de preservativo nas relações sexuais, que também ajuda a prevenir outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), a vacinação e a realização dos exames preventivos regularmente são fundamentais.
Cerca de 13 tipos de HPV são responsáveis pelo câncer de colo do útero, sendo mais prevalentes as cepas 16 e 18, que são contempladas pela vacina.
A vacina contra o HPV ofertada pelo SUS tem ciclo de duas doses, com intervalo de aplicação de seis meses entre elas, e protege contra os quatro tipos de vírus mais comuns no país. No caso das pessoas com HIV e transplantados, são três doses com esquema de 0, 2 e 6 meses.
O público-alvo para a imunização é o seguinte:
– Meninas de nove a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos;
– Pessoas que vivem com HIV;
– Pessoas transplantadas na faixa etária dos nove aos 26 anos, com acompanhamento médico.
A vacinação é focada no grupo que ainda não iniciou a vida sexual, ou seja, antes de contrair o vírus e, além disso, o sistema imunológico das crianças responde melhor à vacina. Outro ponto a ser considerado é que existe uma grande parcela de adultos que está infectada e não tem conhecimento, portanto, a vacina pode não ser tão eficaz para esse grupo.
Fontes:
Dr. Dráuzio Varella
Global Initiative Against HPV and Cervical Cancer (GIAHC)
Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp)
Prefeitura de Aracaju (SE)
Sociedade Internacional de Papilomavírus