DESNUTRIÇÃO INFANTIL


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PAIS, Alejandro Bernardo; CARRERA, Elena Fernandez de. Necessidades básicas insatisfeitas, desnutrição infantil e risco de doenças na vida. Revista Paulista de Pediatria, São Paulo, v. 27, n. 2, p. 127-132, 2009. Disponível em Scielo

OBJETIVO: Analisar o estado nutricional de crianças e adolescentes habitantes de uma região com necessidades básicas inadequadamente atendidas a fim de detectar alterações de nutrição e crescimento que possam se tornar fatores de risco para o desenvolvimento de eventos cardiovasculares na idade adulta. MÉTODOS: Estudo descritivo do tipo transversal, incluindo 136 crianças e adolescentes, entre cinco e 15 anos de idade, pertencentes a duas regiões da Cidade de Santa Fé, Argentina. Foram coletados dados socioeconômicos (escolaridade, causas de absenteísmo escolar e tipo de alimentação), dados clínicos (pressão arterial), dados antropométricos (peso, altura e índice de massa corpórea) e dados laboratoriais (hemograma e perfil lipídico). Os dados foram analisados por meio do teste do qui-quadrado e teste exato de Fisher. Utilizou-se a regressão logística para determinar um modelo preditor de hipertensão arterial. RESULTADOS: A idade média do grupo estudado foi de 10±2,6 anos, sendo 49% do sexo feminino. Observou-se 22% da amostra com algum tipo de desnutrição, 11% com sobrepeso ou obesidade, 20% com hipertensão arterial e 49% com alguma alteração no perfil lipídico. Pelo modelo de regressão logística, o sexo feminino (OR=3,64; IC95%=1,13- 11,73) e a relação LDL/HDL alterada (OR=2,57; IC95%=1,00-6,62) aumentaram o risco de hipertensão arterial. CONCLUSÕES: Alterações nutricionais na infância e adolescência podem aumentar o risco de doenças cardiovasculares já nessas faixas etárias e também na vida adulta, principalmente diante da presença de fatores de risco como alteração no perfil lipídico e obesidade, além do sexo feminino.