“Agir agora: Eliminar o câncer do colo do útero” : 17/11 – Dia Mundial de Ação para a Eliminação do Câncer do Colo do Útero 2025

Celebrado anualmente, o Dia Mundial de Eliminação do Câncer do Colo do Útero foi estabelecido pela Septuagésima Oitava Assembleia Mundial da Saúde (WHA78.8) e tornou-se a primeira data mundial oficial da saúde dedicada à eliminação de um tipo de câncer.

A campanha teve origem em um movimento global iniciado em 17 de novembro de 2020, quando 194 países se comprometeram coletivamente a eliminar este tipo de câncer e a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou uma Estratégia Global para acelerar o fim do câncer cervical como um problema de saúde pública.

Desde então, comunidades, governos e parceiros têm se unido, todos os anos, para ampliar o acesso à vacinação contra o HPV (Papilomavírus humano), à triagem de alto desempenho e aos serviços de tratamento — promovendo a saúde das mulheres, a equidade e a cobertura universal de saúde.


Em 2025, sob o tema “Agir agora: Eliminar o câncer do colo do útero”, o movimento convoca a uma ação ousada e unida para consolidar o progresso já alcançado e acelerar o impacto rumo às metas 90-70-90 até 2030:

90% das meninas vacinadas contra o HPV até os 15 anos de idade;
70% das mulheres submetidas a um teste de alto desempenho aos 35 anos e novamente aos 45 anos;
90% das mulheres com doença cervical recebendo tratamento.

De acordo com a União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), este é o quarto tipo de neoplasia mais prevalente nas mulheres em todo o mundo, com cerca de 660.000 novos casos em 2022. A doença provoca uma morte a cada dois minutos.

No Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), as estimativas de novos casos para 2025 são de 17.010 e o número de mortes é de 7.209.


O câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical, é o que se desenvolve na parte do útero em forma de canal que o conecta com a vagina.


Fatores de risco:

A infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV), responsável pelo aparecimento de verrugas genitais, representa o maior fator de risco para o câncer de colo de útero (que pode infectar também os homens e estar associado ao surgimento do câncer de pênis).

Apesar de haver mais de uma centena de tipos diferentes desse vírus, somente alguns estão associados ao tumor. São classificados como de alto risco os tipos 16, 18, 45 e 56; de baixo risco, os tipos 6, 11, 41, 42 e 44, e de risco intermediário os tipos 31, 33, 35, 51 e 52.

São considerados, ainda, como fatores de risco:

– Início precoce da atividade sexual;
– Múltiplos parceiros sexuais ou parceiros com vida sexual promíscua;
– Tabagismo;
– Baixa imunidade;
– Não fazer o exame preventivo citopatológico Papanicolaou com regularidade;
– Más condições de higiene;
– Histórico familiar.


Sintomas:

O câncer do colo do útero é uma doença de desenvolvimento lento, podendo não apresentar sintomas em fase inicial. Nos casos mais avançados, pode evoluir para sangramento vaginal intermitente ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal, dor durante a relação sexual, dor abdominal e queixas urinárias ou intestinais.


Detecção precoce:

A detecção precoce é uma estratégia para encontrar o tumor numa fase inicial e, assim, possibilitar maior chance de tratamento. Pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença ou por meio de exames periódicos em pessoas sem sinais ou sintomas pertencentes a grupos com maior chance de adoecimento.

Existe uma fase do câncer do colo do útero sem sintomas, em que a detecção de lesões precursoras pode ser feita através do exame conhecido como “preventivo” ou “Papanicolau”. Quando diagnosticado na fase inicial, as chances de cura são de 100%.


Tratamento:

O tratamento deve ser avaliado e orientado por um médico e dependerá do estágio de evolução da doença e fatores pessoais, como idade da paciente e desejo de ter filhos.

Se for confirmada a presença de lesão precursora, o tratamento pode ser realizado em nível ambulatorial, por meio de uma eletrocirurgia.

Na maioria dos casos, em estágios iniciais, envolve cirurgia, por vezes seguida de terapia complementar com quimioterapia ou radioterapia. Em estágios avançados, em que há comprometimento dos gânglios linfáticos (linfonodos) da pelve ou de outros órgãos, pode haver uma combinação de quimioterapia e radioterapia ou apenas quimioterapia.


Prevenção:

As ações preventivas ocorrem por meio de práticas de educação em saúde, vacinação dos grupos indicados e detecção precoce da doença e de suas lesões precursoras por meio de rastreamento.

A prevenção primária do câncer do colo do útero está relacionada à diminuição do risco de contágio pelo HPV. A transmissão da infecção ocorre por via sexual, consequentemente, o uso de preservativos (camisinha masculina ou feminina) durante a relação sexual com penetração protege apenas parcialmente do contágio, que também pode ocorrer pelo contato com a pele da vulva, região perineal, perianal e bolsa escrotal.

A vacinação e a realização do exame preventivo se complementam como ações preventivas. Mesmo as mulheres vacinadas, quando alcançarem a idade preconizada (a partir dos 25 anos), deverão fazer o exame preventivo periodicamente, pois a vacina não protege contra todos os tipos oncogênicos do HPV.

Para mulheres com diminuição de resposta imunológica, vivendo com HIV/Aids, transplantadas e portadoras de cânceres, a vacina é indicada até os 45 anos de idade.


A partir de 2025, o Ministério da Saúde vem implementando progressivamente um novo teste de rastreamento, baseado na detecção do HPV, de acordo com diretrizes atualizadas, disponíveis abaixo:

Diretrizes Brasileiras para o Rastreamento do Câncer do Colo do Útero: Parte I – Rastreamento organizado utilizando testes moleculares para detecção de DNA-HPV oncogênico


Para a OMS, a eliminação deste tipo de câncer pode ser alcançada por meio de ações conjuntas, garantindo que todas as meninas estejam protegidas por meio da vacinação contra o HPV e que todas as mulheres tenham acesso à prevenção, exames e cuidados.

Como parte das atividades comemorativas deste Dia Mundial, a Organização Pan-americana da Saúde (OPAS) promove o webinário: “Rumo à eliminação do câncer do colo do útero nas Américas”.

Serviço:

Data: 17 de novembro de 2025
Horário: 12h (Brasil – GMT 3)
Idiomas: português, espanhol e inglês, com tradução simultânea nesses idiomas
Inscrições aqui!
Transmissão ao vivo pelo canal da Opas no YouTube!


Fontes:

Dr. Dráuzio Varella
Instituto Nacional de Câncer (INCA)
Ministério da Saúde
Organização Mundial da Saúde (OMS)
Portal de Boas Práticas em Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente / Instituto Fernandes Figueira
Prefeitura de São Paulo (SP)



Publicado: Thursday, 01 de January de 1970

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