Anualmente, em âmbito global, a World Alliance for Breastfeeding Action (WABA) coordena a Semana Mundial do Aleitamento Materno (SMAM), entre os dias 1 e 7 de agosto.
O tema de 2024 “Amamentação: apoie em todas as situações” tem como intuito destacar as necessidades de aprimoramento do apoio à amamentação, com foco na redução de desigualdades e na prática da amamentação em tempos de crises. A escolha está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) elencados pela Organização das Nações Unidas (ONU).
No Brasil, o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) atuam como os principais promotores das campanhas de aleitamento materno, em alinhamento às diretrizes da comunidade internacional. Desde 2017, a SBP realiza o “Agosto Dourado”, ampliando as comemorações e ações em prol da amamentação para todo o mês de agosto, tendo em vista a ocorrência do Mês do Aleitamento Materno, instituído pela Lei nº 13.435/2017.
De acordo com a Lei, no decorrer do mês de agosto serão intensificadas ações intersetoriais de conscientização e esclarecimento sobre a importância do aleitamento materno, como:
– Realização de palestras e eventos;
– Divulgação nas diversas mídias;
– Reuniões com a comunidade;
– Ações de divulgação em espaços públicos;
– Iluminação ou decoração de espaços com a cor dourada.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), por ano, cerca de seis milhões de vidas são salvas por causa do aumento das taxas de amamentação exclusiva até o sexto mês de idade.
A cor escolhida para campanha é o dourado, que significa o “padrão ouro de qualidade” do leite materno – o alimento mais completo para os primeiros meses de vida. É nele que estão contidas todas as proteínas, vitaminas, gorduras, água e os nutrientes necessários para o saudável desenvolvimento dos bebês.
De acordo com a presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), dra. Rossiclei Pinheiro, a amamentação é uma poderosa ferramenta para a construção de uma sociedade com mais saúde e bem-estar. Por isso, esforços devem ser feitos de modo a garantir que todos tenham a oportunidade de amamentar. “É essencial que ninguém seja deixado para trás, especialmente mães vulneráveis que necessitam de suporte adicional”, frisa.
Para a SMAM 2024, foram instituídos quatro objetivos principais:
– Informar as pessoas sobre as desigualdades existentes no apoio e prevalência da amamentação;
– Engajar indivíduos e organizações para aumentar a colaboração e o apoio ao aleitamento materno;
– Fomentar a promoção do aleitamento materno como instrumento de redução das lacunas e desigualdades sociais;
– Agir objetivamente para reduzir as desigualdades no apoio à amamentação, com foco em grupos vulneráveis.
Conforme frisa a dra. Rossiclei Pinheiro, para que as metas sejam alcançadas é fundamental que diferentes parceiros estejam mobilizados. Nesse sentido, a SMAM 2024 elenca como público-alvo e conclama à atuação: organizações da sociedade civil, governos, formuladores de políticas, sistemas de saúde, locais de trabalho, comunidades, pais e familiares no geral.
Os benefícios do aleitamento materno são muitos para o bebê e para a mãe. Para o bebê, traz proteção contra infecções respiratórias, diarreia; diminuição do risco de alergias, de hipertensão, diabetes, obesidade, hipercolesterolemia; ajuda do desenvolvimento cognitivo e da saúde bucal. Para a mãe, protege contra o câncer de mama e tem efeito contraceptivo. Outros benefícios são menores custos financeiros, promoção de vínculo afetivo entre mãe e filho e melhor qualidade de vida de ambos.
Amamentar é muito mais do que nutrir a criança. É um processo que envolve interação profunda entre mãe e filho, com repercussões no estado nutricional da criança, em sua habilidade de se defender de infecções, em sua fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional.
O aleitamento materno é uma das prioridades do Governo Federal. O Ministério da Saúde recomenda a amamentação até os dois anos de idade ou mais, e que nos primeiros 6 meses o bebê receba somente leite materno (aleitamento materno exclusivo), ou seja, sem necessidade de sucos, chás, água e outros alimentos. Quanto mais tempo o bebê mamar no peito da mãe, melhor para ele e para a mãe. Depois dos 6 meses, a amamentação deve ser complementada com outros alimentos saudáveis e de hábitos da família, mas não deve ser interrompida.
Fontes:
Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH)
Ministério da Saúde
São Carlos Agora
Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)
World Alliance for Breastfeeding Action (WABA)