ANOS POTENCIAIS DE VIDA PERDIDOS; MORTALIDADE; VIOLÊNCIA; JOVENS
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AMADOR, A. E.; MARQUES, M. V.; BARBOSA, I. R. A juventude perdida no Brasil: anos potenciais de vida perdidos devido às mortes violentas de acordo com as regiões imediatas de articulação urbana. Cadernos Saúde Coletiva, v. 33, n. 2, p. e33020144, 2025. Disponível em Scielo
Introdução: A violência letal no Brasil impõe um impacto devastador sobre a juventude, especialmente entre os 15 e 29 anos, resultando em perdas significativas de anos potenciais de vida. Essas mortes não ocorrem de forma aleatória; elas refletem padrões de desigualdade profundamente enraizados na sociedade brasileira. Fatores como gênero, raça/cor, idade e localização geográfica influenciam diretamente o risco de exposição à violência. Objetivo: analisar os Anos Potenciais de Vida Perdidos (APVP) devido às mortes violentas de jovens nas Regiões Imediatas de Articulação Urbana (RIAU). Métodos: Trata-se de estudo ecológico nas 482 RIAU, onde foram analisados dados sobre óbitos por violência, considerando o indicador APVP para a distribuição espacial. Resultados: As mortes violentas de jovens no Brasil determinaram 6.435.042,5 APVP de 2001 a 2005, 6.494.960 de 2006 a 2010 e 7.216.005 de 2011 a 2015. O número médio de APVP/óbito foi 47,5 anos, com idade em média do óbito de 22,5 anos. A razão da taxa de APVP por sexo foi de 15,16 de 2001 a 2005, 14,76 de 2006 a 2010 e de 15,14 de 2011 a 2015. Observa-se a sobremortalidade masculina para todos os quinquênios, assim como para a população negra se comparando à branca, com concentração das maiores taxas nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Conclusões: O Brasil apresentou um elevado número de anos de vida perdidos por violência, indicando grandes disparidades regionais, por sexo e por cor da pele.
Publicado: Thursday, 01 de January de 1970