ESTRUTURA DOS SERVIÇOS; MORBIMORTALIDADE; FINANCIAMENTO DA SAÚDE; COBERTURA DE SERVIÇOS DE SAÚDE
006
BARROS, Rafael Damasceno de; AQUINO, Rosana; SOUZA, Luís Eugênio Portela Fernandes. Evolução da estrutura e resultados da Atenção Primária à Saúde no Brasil entre 2008 e 2019. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, [online], v. 27, n. 11, p. 4289-4301, nov. 2022. Disponível em Scielo
Descreve a evolução da estrutura e resultados da Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil, entre 2008 e 2019. Foram calculadas a mediana de variáveis como: despesa per capita em APS por habitante coberto, cobertura da APS e as taxas de mortalidade e internações por condições sensíveis à atenção primária (CSAP) de 5.565 municípios brasileiros estratificados segundo porte populacional e quintil do Índice Brasileiro de Privação (IBP) e analisada a tendência mediana no período. Houve aumento de 12% na mediana da despesa em APS. A cobertura da APS expandiu, sendo que 3.168 municípios apresentaram 100% de cobertura em 2019, contra 2.632 em 2008. A mediana das taxas de mortalidade e internações por CSAP aumentou 0,2% e diminuiu 44,9% respectivamente. A despesa em APS foi menor nos municípios com maior privação socioeconômica. Quanto maior o porte populacional e melhores as condições socioeconômicas dos municípios, menor a cobertura da APS. Quanto maior a privação socioeconômica dos municípios, maiores foram as medianas das taxas de mortalidade por CSAP. Este estudo demonstrou que a evolução da APS foi heterogênea e está associada tanto ao porte populacional como às condições socioeconômicas dos municípios.
GESTÃO EM SAÚDE; ORGANIZAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO; DEMOCRACIA
007
GUIZARDI, Francini Lube; MACHADO, Felipe Rangel de Souza; LEMOS, Ana Silvia Pavani. Comunidade de Práticas da Atenção Básica à Saúde: memória do horizonte de uma gestão coletiva da saúde. Trabalho, Educação e Saúde, Rio de Janeiro, [online], v. 20, e00216170, 2022. Disponível em Scielo
A pesquisa que originou este artigo teve como objetivo identificar experiências de apoio institucional no âmbito da Atenção Primária à Saúde, para apreender como ocorrem a difusão da proposta, os limites, dificuldades e resultados que ela alcançou em distintos contextos e realidades. O mapeamento foi realizado por meio de pesquisa documental na Comunidade de Práticas da Atenção Básica, resultando na inclusão de 38 relatos de experiência. Os dados corroboram o potencial do apoio institucional para fomentar práticas e arranjos de gestão compartilhada na implementação de políticas e programas de saúde, na promoção de mudanças no processo de trabalho de equipes e na integração intra e interinstitucional. Ele é empregado como recurso para transformar indicativos normativos em relações sociais e dispositivos organizacionais no cotidiano da atenção e da gestão do Sistema Único de Saúde. Os principais desafios identificados referem-se às resistências oriundas de dinâmicas culturais e comunicacionais atinentes a concepções e práticas de gestão influenciadas pelo modelo da administração clássica, além de um conjunto de questões operacionais que incidem negativamente nos resultados alcançados. A sistematização das experiências possibilitou-nos compreender que o apoio institucional demanda habilidades de mediação complexas, que precisam ser melhor compreendidas e instrumentalizadas, principalmente no tocante à participação da comunidade.
POLÍTICA NUTRICIONAL; NUTRICIONISTA; CUIDADO PRÉ-NATAL; PERÍODO PÓS-PARTO
008
SATO, Yukari; MATA, Mayline Menezes da; MEDEIROS, Maria Angélica Tavares de. Ações de alimentação e nutrição à população materno-infantil na Atenção Primária à Saúde: análise comparativa em municípios da Região Metropolitana da Baixada Santista, São Paulo, Brasil. Revista de Nutrição, Campinas, [online], v. 35, e210230, 2022. Disponível em Scielo
Objetivo: Caracterizar e analisar comparativamente a organização da Atenção Nutricional ao pré-natal, ao puerpério e ao aleitamento, na Atenção Primária à Saúde, em dois municípios da Baixada Santista, São Paulo, Brasil. Métodos: Realizou-se estudo exploratório-analítico das Unidades de Saúde da Família e Unidades Básicas de Saúde mistas de Cubatão (n=17) e Guarujá (n=14). Para tanto, foram utilizados sete domínios do Instrumento de Avaliação da Organização da Atenção Nutricional na Atenção Primária à Saúde, validado em seu conteúdo. Realizaram-se análise descritiva e os testes de Mann-Whitney e o Qui-quadrado de Pearson. Resultados: Na comparação entre os municípios, as melhores pontuações foram obtidas em Guarujá. Encontraram-se diferenças estatisticamente significantes para os respectivos indicadores, Apoio às ações de Atenção Nutricional: Infraestrutura e Educação Permanente (<0,001); Vigilância Alimentar e Nutricional (<0,001); Atenção Nutricional ao Pré-Natal (<0,001); e a Atenção Nutricional ao Puerpério e ao Aleitamento (0,012). As ações de Atenção Nutricional ao grupo materno infantil foram mais frequentes no município de Guarujá, alcançando melhores pontuações dos indicadores de avaliação da Atenção Nutricional, comparativamente aos alcançados por Cubatão. Conclusão: O município de Guarujá apresentou melhores indicadores de infraestrutura e educação permanente, vigilância alimentar e nutricional e atenção nutricional puerperal e ao aleitamento. Entretanto, persistem fragilidades na organização da Atenção Nutricional nos dois municípios estudados, principalmente quanto ao processo de trabalho.