Atualmente, em seu 15º ano de comemoração, o Dia da Malária nas Américas é considerado uma oportunidade importante para que os países da Região se envolvam no combate agressivo à malária, reconhecendo os esforços passados e atuais para prevenir e controlar a doença, promover a conscientização e monitorar o progresso atingido.
A campanha pede maior defesa e compromisso entre as partes interessadas, comunidades e a população em geral com ações concretas que contribuam para o alcance dos objetivos e metas em todos os níveis – global, regional, nacional e comunitário.
Por ocasião do Dia da Malária nas Américas 2021 e em consonância com o esforço consolidado pela comunidade global para destacar os sucessos relatados e os desafios restantes, a região está adaptando o mesmo tema usado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a comemoração do Dia Mundial da Malária de 2021: “Atingindo a meta zero de malária”.
E como no ano anterior, a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) destaca a importância de esforços sustentados contra a malária, protegendo os profissionais de saúde durante a pandemia de COVID-19.
Seguindo uma tendência de redução entre os anos de 2005 a 2014, a partir de 2015 a Região das Américas tem experimentado um aumento no número total de casos e de mortes por malária, principalmente como efeito da elevação maciça na transmissão e nos surtos em áreas complexas do ponto de vista sociopolítico e dos desafios econômicos, recentemente agravados pela pandemia de COVID-19.
De forma semelhante ao observado no mundo, o progresso no cumprimento das metas de redução da malária estagnou desde 2015 e, em 2019, a Região relatou um total de aproximadamente 816.000 casos confirmados da doença, com 197 mortes em comparação com 453.000 casos e 159 mortes, respectivamente em 2015.
É necessária uma ação urgente para que a resposta global à malária volte aos trilhos e o desafio está nas mãos dos países mais afetados por ela.
Situação epidemiológica:
A malária é considerada um grave problema de saúde pública no mundo, sendo uma das doenças de maior impacto na morbidade e na mortalidade da população dos países situados nas regiões tropicais e subtropicais do planeta.
A região Amazônica brasileira é considerada área endêmica do país com 99% dos casos autóctones; compreende os estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso e Maranhão.
Nas áreas fora da região Amazônica mais de 80% dos casos registrados são importados dos estados pertencentes à área endêmica e de outros países amazônicos, como os do continente africano, mas existe transmissão residual de malária em estados da região extra-Amazônica, principalmente em áreas de Mata Atlântica (SP, MG, RJ e ES).
A malária é uma doença infecciosa causada por parasitas transmitidos às pessoas através da picada de fêmeas do mosquito Anopheles infectadas. Existem 5 espécies de parasitas que causam malária em humanos e 2 dessas espécies – Plasmodium falciparum e Plasmodium vivax – representam a maior ameaça.
Transmissão:
O protozoário é transmitido ao homem pelo sangue, geralmente através da picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada por Plasmodium ou, mais raramente, por outro tipo de meio que coloque o sangue de uma pessoa infectada em contato com o de outra, sadia, como o compartilhamento de seringas entre usuários de drogas, transfusão de sangue ou até mesmo da mãe para feto, na gravidez.
Sintomas:
Os sintomas mais comuns são: calafrios, febre alta (no início contínua e depois com frequência de três em três dias), dores de cabeça e musculares, taquicardia, aumento do baço e, por vezes, delírios.
Muitas pessoas, antes de apresentarem estas manifestações mais características, sentem náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite.
No caso de infecção por Plasmodium falciparum, também existe uma chance em 10 de desenvolver o que se chama de malária cerebral, responsável por cerca de 80% dos casos letais da doença.
A malária grave caracteriza-se por um ou mais desses sinais e sintomas:
– prostração;
– alteração da consciência;
– dispnéia ou hiperventilação;
– convulsões;
– hipotensão arterial ou choque;
– hemorragias.
Gestantes, crianças e pessoas infectadas pela primeira vez estão sujeitas a maior gravidade da doença, principalmente por infecções pelo P. falciparum que, se não tratadas adequadamente e em tempo hábil, podem ser letais.
Tratamento:
O tratamento da malária depende de alguns fatores, como, a espécie do protozoário infectante; a idade do paciente; condições associadas, tais como gravidez e outros problemas de saúde; gravidade da doença.
Em geral, após a confirmação do diagnóstico, o paciente recebe o tratamento em regime ambulatorial, com medicamentos que são fornecidos gratuitamente em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Somente os casos graves deverão ser hospitalizados de imediato.
A prevenção à malária se dá com medidas individuais e coletivas.
Medidas de prevenção individual: uso de mosquiteiros impregnados ou não com inseticidas, roupas que protejam pernas e braços, telas em portas e janelas, uso de repelentes.
Medidas de prevenção coletiva: drenagem, obras de saneamento para eliminação de criadouros do vetor, aterro, limpeza das margens dos criadouros, modificação do fluxo da água, controle da vegetação aquática, melhoria da moradia e das condições de trabalho, uso racional da terra.
Fontes:
Fundação Oswaldo Cruz
Ministério da Saúde
Pan American Health Organization