A cólera é uma infecção no intestino provocada pelo Vibrio cholerae. A bactéria faz com que as células que revestem o intestino produzam uma grande quantidade de fluidos que causam diarreia e vômitos. A infecção se espalha quando há ingestão de alimentos ou água contaminada com fezes ou vômito de uma pessoa infectada com a doença.
Transmissão:
A transmissão ocorre por meio da água e de alimentos contaminados pelas fezes ou pela manipulação de alimentos por pessoas infectadas, mesmo que não apresentem sintomas. Já foram registrados casos em que peixes, frutos do mar, como ostras e mexilhões, crus ou malcozidos, e gelo fabricado com água não tratada foram responsáveis por transmiti-la.
Os suprimentos de água ou alimentos contaminados podem causar grandes surtos em um curto espaço de tempo, principalmente em áreas superlotadas, como periferias, grandes aglomerações ou acampamentos de refugiados.
Sintomas:
Geralmente, os sintomas aparecem de dois a três dias após a infecção, mas podem surgir em algumas horas ou em até cinco ou mais dias. Normalmente, a infecção por cólera é leve e sem sintomas, mas, por vezes, pode ser grave.
O paciente apresenta fezes líquidas, acinzentadas, sem odor fétido e sem sinais de sangue ou pus. Em poucas horas a perda excessiva de água e de sais minerais nas evacuações pode resultar em desidratação grave, queda da pressão arterial, insuficiência renal, choque e coma, que pode levar à morte, se não houver tratamento.
Tratamento:
A cólera pode ser tratada de forma simples e efetiva por meio da reposição imediata dos fluidos e sais perdidos devido aos vômitos e à diarreia. Com a reidratação, menos de 1% dos pacientes morrem.
Pessoas com a doença precisam ingerir soluções de reidratação oral em grande quantidade. Em casos graves, a reposição dos fluidos deve ser feita de forma intravenosa e, por vezes, combinada com antibióticos.
Prevenção:
A doença pode ser evitada com saneamento básico (serviços de abastecimento de água; coleta e tratamento de esgotos; limpeza urbana, coleta e destinação do lixo; e drenagem e manejo da água das chuvas) e medidas simples de higiene, tais como:
– Lavar constantemente as mãos com água e sabão, qualquer sabão;
– Evitar ingerir alimentos crus ou malcozidos, principalmente se não tiver certeza sobre sua origem e formas de preparo;
– Usar hipoclorito de sódio para purificar a água que não for devidamente tratada;
– Manter limpos todos os utensílios usados na mesa e na cozinha;
– Mergulhar verduras, legumes e frutas na água com algumas gotas de hipoclorito ou uma colher de água sanitária antes de consumi-los;
– Não consumir alimentos de procedência duvidosa.
IMPORTANTE: Somente médicos e cirurgiões-dentistas devidamente habilitados podem diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. As informações disponíveis em Dicas em Saúde possuem apenas caráter educativo.
Dica elaborada em abril de 2024
Fontes:
Dr. Dráuzio Varella
Médicos sem Fronteiras
Ministério da Saúde