O Dia Mundial da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), comemorado todos os anos na 3ª quarta-feira do mês de novembro, é organizado pela Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD) em colaboração com profissionais de saúde e grupos de pacientes com a condição, em todo o mundo. Seu objetivo é conscientizar, compartilhar conhecimento e discutir maneiras de reduzir o fardo da DPOC.
A cada ano, a GOLD escolhe um tema e coordena a preparação e a distribuição de materiais e recursos da campanha que, desde 2002, promove atividades e eventos de educação e conscientização sobre a DPOC, em mais de 50 países.
Em 2024, o tema escolhido “Conheça sua função pulmonar” pretende destacar a importância da medição da função pulmonar, também conhecida como espirometria. Embora a espirometria seja uma ferramenta integral para o diagnóstico da DPOC, ela também pode ser usada para medir a saúde pulmonar ao longo da vida.
Os pulmões são órgãos que continuam a crescer, desde o útero até a idade adulta. Durante esse período, estão vulneráveis aos efeitos da poluição do ar e de infecções respiratórias que podem impedir seu crescimento adequado, aumentando o risco de desenvolver doença pulmonar crônica mais tarde na vida. Infelizmente, grande parte da função pulmonar pode ser perdida antes dos sintomas se desenvolverem.
A função pulmonar não é apenas um preditor da saúde pulmonar, mas da saúde geral. Mesmo pequenas reduções no funcionamento dos pulmões estão associadas ao aumento do risco de morte. A medição da função pulmonar ao longo da vida pode fornecer oportunidades para diagnóstico precoce e tratamento rápido de várias doenças pulmonares, incluindo DPOC.
Atualmente, a DPOC é a terceira causa de óbitos no mundo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 80% dessas mortes acontecem em países de renda média a baixa, porque as estratégias de prevenção não são tão efetivas e os tratamentos não estão disponíveis ou não são acessíveis para todos.
A OMS estima, ainda, que 210 milhões de pessoas ao redor do mundo sofram com a doença, cujo custo global deve aumentar para US$ 4,8 trilhões em 2030.
No Brasil, a doença representa a quinta causa de morte em todas as idades e, entre 2010 e 2018, apresentou uma taxa de mortalidade anual de 51,5 a cada 100 mil habitantes na população geral.
Os resultados obtidos no estudo “Epidemiologia da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica no Brasil: uma revisão sistemática e metanálise” indicam que a DPOC é um problema de ocorrência frequente no Brasil, superior às estimativas da população latino-americana e mundial.
A DPOC constitui-se em um grupo de doenças respiratórias caracterizadas por obstrução crônica das vias aéreas, incluindo a bronquite crônica e o enfisema pulmonar.
Tem repercussões sistêmicas, é prevenível e tratável, e a limitação que provoca no fluxo aéreo pulmonar é parcialmente reversível. Caracteriza-se por falta de ar, mesmo diante de esforços mínimos, cansaço, pigarro e tosse.
Causas:
A doença é resultante da combinação de múltiplos fatores, podendo envolver tanto aspectos hereditários quanto ambientais. O tabagismo é considerado o principal fator de risco ambiental, porém, já é sabido que há muitos outros fatores que podem contribuir para o seu desenvolvimento.
Além do cigarro convencional, outros tipos de fumo, como cachimbo, narguilé, maconha, cigarros eletrônicos e a exposição passiva também contribuem para causar e piorar a condição.
A exposição à poluição ambiental, à queima de biomassa como as queimadas de lavouras, o uso de lenha para cozinhar, à altas doses de pesticidas e agentes químicos, gases e substâncias tóxicas entram também neste grupo.
Por ser uma doença crônica com alta taxa de complicações, é importante conscientizar a população e capacitar as equipes da atenção básica de saúde quanto às formas de prevenção e controle da DPOC e evitar, também, as exacerbações da condição, como piora da tosse, expectoração ou falta de ar. Essas crises podem acelerar o declínio da função pulmonar e estão associadas ao aumento da mortalidade.
Prevenção e controle:
O fumo contribui com 80% dos casos da doença. Embora não tenha cura, a DPOC é tratável com medicamentos e reabilitação pulmonar. Nos casos mais graves, pode ser necessário realizar a suplementação de oxigênio. Nesse sentido, os tratamentos disponíveis atuam retardando a progressão da doença, controlando os sintomas e reduzindo as complicações.
Parar de fumar é a principal recomendação para impedir o declínio progressivo da função respiratória. Além disso, é muito importante que pessoas com DPOC pratiquem exercícios regulares e estejam vacinadas contra a Gripe (Influenza), Pneumococo (Pneumonia) e Covid-19.
Fontes:
– Agência Câmara de Notícias
– Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD)
– Ministério da Saúde
– Ministério da Saúde. CONITEC. Informações sobre recomendações de incorporação de medicamentos e outras tecnologias no SUS: Relatório para sociedade, nº 479, maio de 2024. [furoato de fluticasona/brometo de umeclidínio/trifenatato de vilanterol para o tratamento da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) grave a muito grave]
– Unidos pela Vida – Instituto Brasileiro de Atenção à Fibrose Cística