TUBERCULOSE; PRISÕES; RESULTADO DO TRATAMENTO; POLÍTICA DE SAÚDE
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FERREIRA, Melisane Regina Lima et al. Determinantes sociais da saúde e desfecho desfavorável do tratamento da tuberculose no sistema prisional. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, [online], v. 27, n. 12, p. 4451-4459, dez. 2022. Disponível em Scielo
O objetivo deste artigo é analisar o desfecho desfavorável do tratamento da tuberculose entre a população privada de liberdade segundo os determinantes sociais de saúde. Coorte retrospectiva realizada nos estados de Rondônia e São Paulo, Brasil, com detentos com tuberculose notificados entre 2008 e 2017. Os dados foram coletados do SINAN e do TB-WEB e analisados pelo risco relativo (RR), com intervalos de confiança (IC95%), testando a associação entre a variável dependente [desfecho desfavorável (óbitos por tuberculose e outras causas, assim como os abandonos, primários ou não) x favorável (cura)] e os determinantes estruturais e intermediários da saúde. Foram registrados 158 desfechos desfavoráveis em Rondônia e 2.227 em São Paulo. Para Rondônia, tal desfecho esteve associado a sexo masculino (RR 3,09; IC95% 1,03-9,27) e Aids (RR 2,46; IC95% 1,63-3,71). Em São Paulo, idade superior a 30 anos (RR 1,36; IC95% 1,26-1,47), Aids (RR 3,08; IC95% 2,81-3,38), alcoolismo (RR 1,54; IC95% 1,35-1,76), diabetes (RR 1,70; IC95% 1,27-2,28) e tratamento auto administrado (RR 2,55; IC95% 2,27-2,86) constituíram fatores de risco para o desfecho desfavorável. O estudo contribui com elementos para a estratificação de risco das pessoas com tuberculose nas unidades de saúde prisionais, fornecendo subsídios para qualificar a assistência para o desfecho favorável dos casos.